quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Jerónimo, o "médium" coitadinho

O Jerónimo era um grande amigo de Chico Xavier, mas este médium, era totalmente paralítico há mais de trinta anos, sem mover sequer o pescoço, cego há mais de vinte anos e tinha artrite reumatóide, que lhe dava dores terríveis no peito e em todo o corpo, era quase sempre levado por mãos amigas para proferir palestras.
Nascido em Ituiutaba (MG), Brasil, a 1 de Novembro de 1939, faleceu a 25 de Novembro de 1989, mas a vida deste médium, Jerónimo Mendonça, foi um exemplo de superação sobre os limites da resistência humana e foi tão grande o seu exemplo, que foi apelidado pelos amigos e pela imprensa, de "O Gigante Deitado". Aqui fica a sua história:

Em meados de 1960, quando ainda via, o Jerónimo ia morrendo, devido a uma hemorragia acentuada, das vias urinárias.
Estava internado num hospital, quando o médico, seu amigo, chamou os seus companheiros espíritas que ali estavam à espera do desfecho, dizendo-lhes que o caso não tinha solução, porque a hemorragia não cedia, e que portanto, Jerónimo iria desencarnar
- “Doutor, será que podemos pelo menos levá-lo até Uberaba, para despedir-se de Chico Xavier? Eles são muitos amigos… “
-“Só se for de avião. De carro ele morre pelo caminho”
Um de seus amigos tinha um avião. Levaram-no para Uberaba. O lençol que o cobria era branco, mas quando chegaram ao seu destino, estava vermelho, tinto de sangue.
Chegaram à Comunhão Espírita, onde o Chico trabalhava então. Naquela altura ele não estava, porque estava a participar num trabalho de peregrinação, visita fraterna, levando o pão e o evangelho aos pobres e doentes.
Quando regressou, vendo o amigo vermelho de sangue o Chico comentou para todos os que olhavam para esta cena:
- “Olha só quem está nos visitando! O Jerónimo! Está parecendo uma ROSA VERMELHA! Vamos todos dar uma beijo nessa rosa, mas com muito cuidado para ela não "despetalar".
Um a um, os companheiros, passavam e depositavam-lhe no rosto um suave beijo.
Ele sentia a vibração da energia fluídica que recebia de cada beijo.
Finalmente, Chico deu-lhe um beijo, colocando a mão no seu abdome, permaneceu assim por alguns minutos. O doente sentia uma sensação de um choque de alta voltagem saindo da mão de Chico.
A hemorragia parou. Ele, bastante fraco, havia ido ali para se despedir, para desencarnar, acabou por fazer a explanação evangélica, a pedido de Chico.
Em seguida vem a explicação:
- “Você sabe o porquê desta sua hemorragia, Jerónimo?
- “Não, Chico, diga por favor!”
- “Foi porque você aceitou o "Coitadinho". Coitadinho do Jerónimo, coitadinho... Você desenvolveu a autopiedade. Começou a ter dó de você mesmo. Isso gerou um processo destrutivo: o seu pensamento negativo, fluidicamente interferiu no seu corpo físico, gerando a lesão. Doravante, Jerónimo, vença o coitadinho. Tenha bom ânimo, alegre-se, cante, brinque, para que os outros não sintam piedade de você. Ele seguiu o conselho.
A partir de então, após as palestras, ele cantava e contava histórias hilariantes sobre as suas dificuldades. A maioria das pessoas esquecia, nestes momentos, que ele era cego e paralítico, tonando-se assim igual aos sadios.
Vencendo o "COITADINHO" sobreviveu quase trinta anos, após a hemorragia "fatal". Que essa história nos seja um exemplo, para que nos momentos difíceis tenhamos bom ânimo, vencendo a nossa tendência natural de autopiedade e esmorecimento.

Extraído do Jornal Espírita de Setembro de 2007