quinta-feira, 27 de maio de 2010

Como se fabrica a CRISE

Certo dia, numa pequena e distante vila, apareceu um homem a anunciar que compraria burros a 5 euros cada.
Como havia muitos burros na região, todos os habitantes da pequena vila começaram a caça ao burro.
O homem acabou por comprar centenas e centenas de burros a 5 euros.
Quando os habitantes diminuíram o esforço na caça, o homem passou a oferecer 10 euros por cada burro.

Toda a gente foi novamente à caça, mas os burros começaram a escassear e a caça foi diminuindo.
É então que o homem aumenta a oferta para 25euros por burro, mas a quantidade de burros ficou tão reduzida que já
não compensava o esforço de ir à caça.
O homem anunciou então que compraria os burros a 50 euros, mas que teria que se ausentar por uns dias e deixaria o seu assistente responsável pela compra dos burros.

É então que, na ausência do homem, o assistente faz esta proposta aos habitantes da pequena vila:
- Sabeis dos burros que o meu patrão vos comprou? E se eu vos vendesse esses burros a 35 euros cada?
E assim que o meu patrão voltar vós podeis vendê-los a ele pelos 50 euros que ele oferece, e ganhais uma pipa de massa! Que acham?
Toda a gente concordou.
Reuniram todas as economias e compraram as centenas de burros ao assistente por 35 euros cada um.
Os dias passaram e eles nunca mais viram o homem nem o seu assistente - somente burros por todo o lado !

Entendem agora como funciona o mercado de acções e porque apareceu a crise?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Os dois sapos

Um dia, dois sapos entraram numa fábrica de laticínios, e desastradamente saltaram para dentro de um balde de leite cremoso.
Depois de várias tentativas para saírem do balde, um deles desanimou:
-“É melhor desistir. Vamos morrer!
- "Continua a nadar. – aconselhou o segundo sapo. – “Havemos de encontrar maneira de sair deste atoleiro!”
- “Não adianta!” - tornou o primeiro ainda mais desanimado – “Isto é grosso demais para nadar, mole demais para saltar e escorregadio demais para rastejar. Um dia temos mesmo de morrer, por isso, tanto faz que seja esta noite.”
Daí a instantes o sapo desanimado, afundou-se no balde e acabou por morrer.
O amigo porém, continuou a nadar, a nadar, a nadar, e, quando amanheceu, viu-se encarrapitado num monte de manteiga que ele, sozinho, havia batido.
Saltou do balde e voltou para o seu charco favorito fora da fábrica e ali ficou a viver durante muito tempo, comendo as “suas” moscas, vindas de todas as direcções.
Daí se tira a lição que, não há conquista sem luta...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Hoje, estou com África

Hoje é o dia de África!
Ou seja, um dia dedicado a lembrar que, apesar da cor diferente da pele dos que habitam essas terras, designadas por “África”, existe ainda muito para fazer,ou mesmo quase tudo, a fim de poderem lidar correctamente com os povos e culturas que partilham esses países.
Infelizmente continua a haver descriminação um pouco por todo o lado… segundo um relatório da ONU, a primeira coisa a fazer é deixarem de usar o termo “minorias visíveis”, um termo bastante comum para definir pessoas sujeitas a descriminações, embora essa mesma terminologia seja igualmente discriminatória.
Infelizmente as pessoas são identificadas por estereótipos e isso vem já desde o berço. A começar pelas escolas, no mercado do trabalho, na vida social, nos lugares públicos, nas referências religiosas e artísticas, políticas e até desportivas, são analisadas e estudadas conforme a visão dos que podem e mandam.
O ser humano cada vez mais se vai destacando pelas suas atitudes negativas, uma vez que o preconceito está bem arreigado no seu instinto de “superioridade” perante a cor da pele dos mais vulneráveis.
Tenho observado várias atitudes racistas nos aeroportos e, principalmente na fronteira da Macau/China com perguntas e demoras absolutamente desconcertante e… racistas! As pessoas de pele escura, são ali humilhadas por olhares cortantes dos funcionários, mostrando um desprezo olímpico por um ser que é “culpado" em ter uma cor diferente da sua.Mas porque não nos podemos dar todos como irmãos? Porque não pode ser incluída na educação de uma criança, que o "outro" só é diferente porque a sua pigmentação é própria para defender-se do sol de África? Que esse ser tem os mesmos sofrimentos, sonhos e direitos?
Ah, se fosse possível um negro despir a sua pele e emprestá-la a um xenófobo, para que este tivesse a oportunidade de viver as mesmas situações ultrajantes, o mundo seria diferente, sim! Infelizmente isso não é possível, mas aqui fica o meu voto neste dia especial: para uma sociedade mais forte e salutar, não se deixe influenciar pela mediocridade, respeite para ser respeitado e não se julgue superior porque teve a “sorte” de nascer com uma pele mais clara que a do seu semelhante.

BATUQUE D’ÁFRICA
Batuque velho, envelhecido no tempo
Batuque envelhecido no tempo velho
É o batuque que foi sempre no tempo ido.

Quando negro nasce na floresta virgem,
A alegria da aldeia no ar atinge
Com batuque velho que anunciou a nova
É no tam-tam que se reúnem os velhos
Tocou assim batuque velho de sempre
Tocou assim quando velhos nasceram sempre
Tocou sempre assim nos acontecimentos de sempre
Tocou assim na floresta virgem da Àfrica misteriosa.

Batuque velho, no tempo envelhecido
Batuque velho, na África negra misteriosa...
Batuque do pensamento velho na tradição velha;
Batuque da velha cultura no pensamento velho;
Criança adulta, entra na sociedade adulta;
Circuncisão velha, na tradição da cultura velha.

Batuque velho, acompanha natalidade e maturidade;
A dor! Batuque velho abafa! É crescimento...
Mancebo constitui família e avança,
Avança na sociedade e no tempo;
É o velho batuque envelhecido no tempo;
Saúda mais uma família e se reúnem os velhos.

Quando o tempo envelhecer o homem no tempo,
É o tam-tam que lhe descobre a doença,
É o velho batuque que afasta a moléstia,
Num tam-tam frenético que supera o tempo!

Jonas Savimbi
Cuando Cubango, 1977

domingo, 23 de maio de 2010

Um amigo...

Quem não gosta de um animalzinho de estimação, uma mascote, um amigo que lhe faça companhia em todos os momentos?
Há quem goste de cães e há quem goste de gatos, mas, se adoecem, ou ficam, apenas, velhos são descartados sem dó nem piedade, como se fossem um saco de lixo, sem a mínima preocupação de qual será o seu destino.
Apesar de estarmos no século XXI, os animais, que são os nossos maiores colaboradores, ainda são tratados com crueldade e sem a menor consideração, mostrando muitos seres humanos o mais alto teor de ingratidão.
É também, neste contexto, que a sociedade questiona, em nome do direito à vida e ao bem-estar dos animais e em favor da decência humana e do respeito entre todas as espécies, a razão do sacrifício indiscriminado de cães e gatos apanhados nas ruas e mortos de forma cruel. O homem sempre utilizou os animais, dependendo deles para a sua sobrevivência, o que os tornam importantíssimos colaboradores; porém, nem sempre os tratou bem, impingindo-lhes muitas vezes enormes sacrifícios e atrozes crueldades, pois basta lembrar que os cavalos, um dos nossos principais colaboradores, são utilizados até ao limite das suas forças e depois mortos muitas vezes de forma insensivel, violenta e cruel.
Nas últimas décadas, a humanidade tem-se sensibilizado contra as acções de maus-tratos e crueldade contra animais, tanto que, em diversas partes do mundo, se procuram encontrar regras mais "humanas" de abate, bem como de proibição de actos de desnecessários sofrimentos.
Os animais devem ser realmente protegidos contra maus-tratos e crueldade, surgindo diversos movimentos, campanhas e até acções judiciais nesse sentido.
Portanto, o tratamento cruel dado aos animais, qualquer que ele seja, além de demonstrar um alto grau de insensibilidade do ser humano, é crime.
Ame-os e ajude-os! Eles agradecem…

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dragão Embriagado

Hoje, dia 21 de Maio, é feriado em Macau!
Porque se festeja o aniversário de Buda, é uma festa móvel do calendário lunar.
Por coincidência, este ano calhou ser o dia de festa do Dragão Embriagado:
tudo começa bem de manhã no templo do Kuan Tai, junto ao Mercado de S.Domingos (perto do Largo do Senado), com os membros das associações de pescadores a levarem a cabo uma dança de embriagados com uma cabeça de madeira, patas e cauda de dragão. Dirigem-se com grandes movimentos e alarido para a zona do Porto Interior, visitando os seus moradores e as lojas que se situam à borda de água.
A dança do dragão, é um espectáculo cheio de cor e de alegria. O dragão depois de "acordar", começa a dançar, percorrendo as ruas e despertando a curiosidade por onde passa.Para distrair o dragão, alguns dançarinos transportam bolas coloridas e orientam a sua marcha pelas ruas. Este, segue as bolas, pois são os seus brinquedos favoritos.Em cada uma das paragens ingerem vinho até não poderem avançar mais e serem substituídos por colegas seus que continuam com este curioso desfile. Todos os participantes e curiosos acabam geralmente o dia com uma grande refeição durante a qual confraternizam.
Esta é, entre todas as demais festividades chinesas, talvez a mais estranha, tendo possivelmente as suas origens num qualquer ritual exorcista. É uma festividade originária da Dinastia Qing, e só comemorada em poucas localidades, entre as quais, aqui, em Macau.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O idiota

Numa pequena cidade do interior, um grupo de jovens divertiam-se com um idiota duma aldeia próxima.
Um pobre coitado, meio tolo, de pouca inteligência, que vivia de fazer pequenos serviços e pedia esmola pela cidade.
Diariamente, alguns aldeões chamavam o pateta à praça onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas: uma grande de prata e a outra menor, de ouro.
Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos e zombaria por parte de todos.
Certo dia, um jovem que sempre observava tudo mas nunca participava, pois achava que era muita humilhação para um ser humano, chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos, ao que ele respondeu:
- Eu sei, ela vale muito menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda de prata!
Podem-se tirar várias conclusões desta narrativa:

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

A segunda: São os outros os verdadeiros idiotas da história.

A terceira: Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento.

Mas esta conclusão é ainda mais interessante: a percepção de que podemos estar certos, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim o que realmente somos.
O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota, que se arma em inteligente.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Uma história de guerra

Esta é uma história real e humana onde mostra que afinal há seres humanos que, apesar de serem mandados matar sem piedade, ainda lhes resta sentimentos que estão acima da brutalidade das guerras.

Charlie Brown era um piloto americano de um avião de guerra B-17G do 379th BG na cidade de Kimbolton, em Inglaterra. O seu B-17 era o conhecido pelo nome de "Ye Old Pub" e estava seriamente danificado, atingido pelas balas dos caças inimigos e pela artilharia anti-aérea.
Com a bússola arruinada, ele voava perdido e desnorteado, uma vez que ao invés de fazer rumo para a sua base inglesa, mais se embrenhava para dentro da Alemanha, Após sobrevoar um aeródromo alemão, um caça Messerschmidt Me 109G foi enviado com ordens de abater este B-17 inglês. Quem estava no comando do caça, era o alemão Franz Steigler. Ao se aproximar do bombardeiro, não podia crer no que via:

- "Nunca vi um avião naquele estado! A secção traseira, o leme e tudo o que se avistava estavam muito avariados, artilheiros feridos, a proa do quadrimotor danificada e havia furos por toda fuselagem." – recorda ele.
Embora tivesse o caça armado e carregado, Franz emparelhou o seu Me 109 com o B-17 e olhou para o comandante Charlie Brow. Este, ensanguentado e apavorado, lutava com os controles para manter o seu bombardeiro.
Ciente da desorientação do piloto, Franz acenou para que eles girassem 180 graus, e foi escoltando o avião até a um rumo seguro para Inglaterra. Então Charlie Brown saudou-o e voltou para a sua base.
Ao pousar, Franz informou o Chefe de Operações que tinha abatido o avião bombardeiro sobre o mar e não quis falar mais sobre o assunto.
Por sua vez em Inglaterra, já no "debrief", Charlie Brown e a sua tripulação informou os seus superiores do ocorrido, mas foram instruídos para não falarem sobre o episódio com ninguém.
Passados 40 anos, Charlie partiu em busca daquele piloto alemão que o salvou e que ele jamais esqueceu. Ao fim de muito tempo de pesquisas, ele finalmente encontrou Franz, que nunca citou o facto, nem sequer nas reuniões do pós-guerra.
Aqui está a foto dos dois pilotos no seu encontro nos EUA, com Franz Steigler à esquerda e Charlie Brown à direita
Encontraram-se então nos EUA, numa reunião do 379 BG, com a equipa que ainda estava viva, graças ao facto de Franz não ter dispararado as suas armas contra eles. Quando perguntaram a Franz porque não cumpriu as ordens do Chefe de Operações para derrubar o B-17 inglês, ele simplesmente respondeu:
- "Não tive coragem de acabar com a vida daqueles homens que lutavam para viver. Por isso, voei ao lado deles por um longo tempo e fui reparando que davam tudo de si para chegar são e salvos à sua base. Não seria eu que ia impedi-los de viver! Simplesmente eu não podia fazer fogo num inimigo indefeso. Seria o mesmo se eu estivesse num pára-quedas.
Ambos os pilotos morreram em 2008.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pobres dos nossos ricos...

A maior desgraça de uma nação pobre, é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem.
Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.A verdade é esta: são demasiado pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.
Necessitavam de forças policiais à altura.
Mas forças policiais à altura acabariam por lança-los a eles próprios na cadeia.
Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem (...)
MIA COUTO"

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Que qualidade de vida?

Nós bebemos demais e gastamos sem critérios. Conduzimos rápido demais, ficamos acordados até muito tarde, acordamos muito cansados...
Lemos muito pouco, assistimos à TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos os nossos valores.
Falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos a nossa vida e não “vida” aos nossos anos.
Fomos e voltámos da Lua, mas temos dificuldade em comunicar com o nosso vizinho. Conquistámos o espaço sideral, mas não o nosso próprio espaço.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores!
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos…
Aprendemos a nos apressar e não a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar o máximo de informação, produzir mais cópia, mas comunicamos cada vez menos.
Estamos na era da “comida rápida” mas da digestão lenta; do homem grande, mas de carácter pequeno, de lucros acentuados mas de relações vazias.
Esta é a era dos dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares desfeitos.
Esta é a era das viagens rápidas, moral descartável como as fraldas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas.
Muitas coisas nas montras, mas de dispensas vazias.

Esta é um tema para reflectir: o que fazemos das nossas vidas? Como vivemos? Que qualidade temos ao vivê-la e como a vivemos?
Quantas vezes nos lembramos de dar um abraço carinhoso aos nossos pais ou ao nosso melhor amigo? Eles não estão connosco para sempre. Pouco ou nenhum tempo passamos com aqueles que amamos, ou então, se estamos junto deles, há sempre algo que nos divide: a TV, o computador…
Um beijo, um abraço, uma palavra amiga, não custam um centavo, mas alegra e atenua a dor ou a solidão daqueles que nos estão próximos.
... e a vida passa tão depressa...
Adaptado de uma carta de G. Carlim