sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pais abandonados

Hoje em dia não compreendo o desamor dos filhos pelos pais. É com enorme indiferença que “atiram” os pais para os “lares de terceira” idade, e muitos deles nem sequer se dignam visitá-los ou preocuparem-se mais com a sua sorte.
Noutras situações, são abandonados nos hospitais! Embora isso aconteça ao longo do ano, acentua-se quando se avizinham as férias de verão, as Festas do Natal e o Fim do Ano. Contudo, o abandono não ocorre só nas quadras festivas. Ao longo de todo o ano há idosos “esquecidos” pelos seus familiares directos nos hospitais e em lares da terceira idade.
Responsáveis hospitalares garantem que sim; - “há idosos que são trazidos às Urgências devido a alegadas indisposições ou falhas de saúde e que, uma vez constatado o falso alarme, não têm quem os receba de volta, porque se descobre que são falsos os dados de identificação fornecidos na recepção aquando da entrada”.

Esta é a nova sociedade? Que esperam quando chegar a vez deles? Exemplos destes, são um incentivo para os próprios filhos lhes fazerem o mesmo.
Mais estranho ainda, são os casos verificados com famílias de boa condição social, gente sem dificuldades económicas e que, apesar disso, se escusam a manter em casa idosos a que estão ligados por laços directos de sangue.
São situações que mostram claramente que o problema do abandono dos nossos idosos não pode ser atribuído apenas a dificuldades económicas, às faltas de espaço ou de outras condições de assistência.
As conclusões remetem-nos para a convicção de que noutros tempos os velhos eram tidos como símbolos de dignidade, hoje são um estorvo.
Mais ainda desde que as mulheres tiveram de deixar de ser “donas de casa” para passarem a competir com os homens nos empregos, que só a estes eram destinados. Hoje, os casais saem de casa logo pela manhã, seguindo cada um o caminho do seu posto de trabalho, de onde só regressam no final do dia.
Os filhos, se os há, são “despejados” à porta da escola, com as consequências que daí resultam e que todos conhecemos, e os idosos são deixados em casa, todo o dia entregues a si próprios, com os episódios dramáticos que frequentemente daí advêm ou então, metidos num lar e para ali ficam até morrer.
É uma situação que deriva das imposições trazidas pela sociedade actual, “mais aberta” e exigente. Uma sociedade afinal sem valores morais, que só num futuro não muito distante se encarregará de mostrar as suas deploráveis consequências.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Carimbo chinês

É com muita frequência que no dia-a-dia de um chinês se ouve dizer: - "Por favor, assine o seu nome e autentique com o seu carimbo". E, mesmo com o passar dos séculos e entrarmos na época moderna, na China, continua a ser necessário o carimbo com o nome do cliente, para diversas actividades sociais e comerciais tais como para retirar dinheiro no banco, para receber uma carta registada no correio, para legalizar um contrato, para acusar o recebimento de documentos oficiais, etc.
Na China, desde o tempo dos imperadores até ao presente, desde negócios governamentais oficiais a assuntos particulares, o carimbo continua a fixar o crédito e a promessa, mesmo após a assinatura, ele continua a ser necessário para que um documento tenha validade legal.
Apesar de seu pequeno tamanho, o carimbo desempenha um papel extremamente importante na vida de um chinês. Sela como quem assina, mas esse vermelho milenar da chancela chinesa, pode apenas reflectir um estado de espírito.
Os carimbos com nomes também são companheiros constantes de calígrafos e pintores chineses. Os artistas mantêm a tradição de carimbar as suas obras com os seus carimbos para "assiná-las", como prova de autenticidade.
Tradicionalmente, os materiais mais comuns para o fabrico de carimbos eram o cobre, para a população em geral, e o jade, para o imperador e a nobreza.
Há carimbos quadrados, redondos e até ovais. O tamanho deve depender da superfície a carimbar e, dependendo do formato da pedra, é que se define a técnica de impressão.
Mas sem tinta não há selo chinês e essa pasta pode ser à base de água ou de óleo. É tudo uma questão de preferência, mas se a primeira é mais corriqueira, a segunda tem outra qualidade e resiste mais ao tempo.
Os carimbos são esculpidos à mão. Através da técnica de escultura, os carimbos com nome combinam a beleza dos caracteres chineses com desenhos de linha
A parte mais importante da escultura talhada é a gravação da superfície do carimbo. E a metade do trabalho de esculpir um carimbo, está feito quando um estilo caligráfico for escolhido e o arranjo dos caracteres for decidido; todo este processo tem o nome de "composição" de um carimbo.
Esculpir os caracteres com cortes habilidosos, confiantes, é chamada a "técnica da faca". A união dessas duas técnicas resulta em uma forma totalmente nova de expressão escrita conhecida como "técnica caligráfica".
Muitos estrangeiros mandam fazer o seu carimbo com o caracter que tem o som do seu nome e usam-no por graça, apondo o carimbo no fim da assinatura, quando escrevem a um amigo…

sábado, 12 de outubro de 2013

Confronto entre Civilizações

Numa corajosa entrevista, a Drª Wafa Sultan, Psicóloga Árabe-Americana no programa de entrevista da TV Al-Jazeera, aborda o choque de civilizações do Islão radical contra o ocidente, demonstrando uma grande habilidade e conhecimento dos assuntos sociais e da diplomacia internacional.
Apesar da hostilidade árabe contra Israel, que pode ser vista através das TVs e de outros tipos de informação, em qualquer lugar do mundo, aquilo que parece ser absurdo também é possível ver-se em contraste com as correntes "naturais" do ódio.
Muitos árabes e muçulmanos não falam simplesmente por causa do medo, o medo das retaliações, medo do terror exercido por aqueles que acham que devem matar e destruir qualquer um que se opõem ao Islamismo radical.
Alguns porém, conseguiram vencer as barreiras do terror e do medo em prol da liberdade e da verdade, afinal, entre todas as nações desde Marrocos até o Paquistão só existe uma verdadeira democracia, que apregoa a liberdade de expressão e os direitos humanos: chama-se Israel.
Tanto os mais desconhecidos quanto os mais populares árabes e muçulmanos que apoiam Israel hoje têm algo em comum, o desejo de que essa liberdade que há em Israel, seja de expressão ou simplesmente de direitos humanos básicos, possa chegar também aos outros países do Médio Oriente.
Outra coisa em comum é o facto de que todos eles chegaram à conclusão de que a vida está acima do ódio e de que na realidade Israel já fez tudo o que podia fazer pela paz, mas agora está na altura de os países e organizações muçulmanas compreenderem de que a vez de ceder é deles, e não de Israel.

DECLARAÇÕES DA DRA. WAFA SULTAN EM PLENA REDE DE TELEVISÃO AL-JAZEERA:
O confronto que estamos a testemunhar ao redor do mundo, não é um confronto de religiões, ou um choque de civilizações. É um confronto entre dois opostos, entre duas eras. É um choque entre uma mentalidade que pertence à Idade Média (o Islamismo) e outra mentalidade que pertence ao século 21 (as civilizações ocidentais).
É um confronto entre a civilização e o atraso, entre o civilizado e o primitivo, entre barbárie e da racionalidade. É um confronto entre liberdade e opressão, entre democracia e ditadura. É um conflito entre direitos humanos, por um lado, e a violação desses direitos, por outro lado. É o enfrentamento entre aqueles que tratam as mulheres como animais, e aqueles que querem tratá-las como seres humanos. O que vemos hoje não é um choque de civilizações. Civilizações não se chocam, mas concorrem entre si. É um choque entre a cultura do Ocidente e ignorância dos muçulmanos que usam o termo “choque de civilizações”, mas foram eles que começaram o confronto com as civilizações.
O profeta do Islão disse: - “Fui mandado para lutar até que as pessoas creiam em Deus e no seu mensageiro”
Quando os muçulmanos dividiram as pessoas entre muçulmanos e não muçulmanos, eles pediram para lutar uns contra os outros até que estes acreditassem naquilo que eles acreditam.
Então começou estas guerras. Para parar esta guerra, eles devem rever os seus livros islâmicos e currículos que estão repletos de referências ao “Takfir” e combater os infiéis.
Que civilizações lhes permite dar nomes às outras pessoas? (All Dima que são os indivíduos de segunda classe).
Noutras ocasiões, os chamados “povo do livro”, compara-os com macacos e porcos e chamam aos cristãos “aqueles que provocam a ira de Deus”. Quem lhes disse que são eles o “povo do livro”? Esses que são designados do “povo do livro”, são um povo de muitos livros, todos os livros científicos úteis que nós temos hoje, são deles…
Eles são o fruto do seu pensamento livre e criativo. Com que direito chamam “aqueles que provocam a ira de Deus” ou, “aqueles que se extraviaram” e depois apregoam que a sua religião abstêm-se em ofender as crenças dos outros?
Meus irmãos, vocês podem até acreditar em pedras, desde que não as atire em mim. Você é livre para adorar o que quiser, mas as crenças das outras pessoas não são assuntos meus, se eles acreditam que o Messias é Deus filho de Maria, ou que Satanás é Deus filho de Maria, deixem que as pessoas tenham as suas crenças.
Os judeus, que sobreviveram da tragédia do Holocausto, eles forçaram o mundo a respeitá-los, com seus conhecimentos, não com o terror, com o seu trabalho, e não com gritos e lamentos.
A humanidade deve a maioria das descobertas da ciência e dos séculos 19 e 20 aos cientistas judeus. 15 milhões de pessoas, espalhadas por todo o mundo, unidos, venceram os seus direitos através do trabalho e do conhecimento. Nós não vimos um único judeu explodir-se num restaurante alemão.
Nós não vimos um único judeu destruir uma igreja. Nós não vimos um único judeu protestar matando pessoas.
Os muçulmanos detonaram três estátuas de Buda que ficaram em pó. Nós não vimos um único budista queimar uma mesquita, matar um muçulmano, ou queimar uma embaixada.
Só os muçulmanos defendem as suas crenças queimando igrejas, matando pessoas e destruindo embaixadas. Esse caminho não os levará a nenhum resultado. Os muçulmanos devem se perguntar o que eles podem fazer para a humanidade, antes de exigir que a humanidade os respeite."


A Dra. Wafa Sultan tem feito algumas entrevistas nas redes de TV’s árabes contra o radicalismo e a violência. Costuma comparar e mostrar o quanto o radicalismo islâmico é animalesco e fora de qualquer senso. Elogia a pregação da Paz tão comum ao judaísmo e cristianismo muçulmano, e, apesar de já ter sido ameaçada em público, continua a luta contra a ignorância dos seus conterrâneos e "irmãos" muçulmanos, porque crê na justiça e na provisão divina.

DISCURSO: http://www.cafetorah.com/portal/Walfa-Sultan-em-portugues

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CRIANÇAS E BIRRAS

Ontem assisti no supermercado à cena de uma criancinha, que não teria mais de seis ou sete anos, com uma birra daquelas, que apetece chegar ao pé dela e dar-lhe dois valentes açoites. Mas não, a mãezinha, tentava levantar pacientemente a filha do chão, e ela esperneava, batia nas pernas da mãe furiosa e não se levantava do chão por mais esforços que a senhora fizesse, emitindo guinchos lancinantes.
Estas cenas são o prato forte de há uns anos a esta parte em qualquer lugar, nos supermercados, restaurantes, cafés, etc.
A maioria dos pais ficam passivos, ou os deixam a berrar até se calarem, ou não lhes ligam nenhuma, e, quem está por perto, tem de suportar aquele ambiente de criancinha mal educada porque o seu ‘anjinho’ começa a fazer birra e a gritar… deixa lá, é uma criancinha pequena, não percebe…
Sinceramente?! Não SUPORTO aquela criança que visivelmente está a fazer uma birra e os pais não conseguem manter o mínimo controle sobre elas?
Pois é… deviam ficar em casa com os avós ou com alguém, que tenha um bocadinho de senso e educação e metê-lo na ordem, até estarem devidamente educadas para conviver em sociedade.
Sem hipocrisia, eu acho mesmo muito desagradável! Ainda mais quando percebo que os pais não estão preocupados em apaziguar o incómodo de quem está por perto e, apesar dos olhares reprovadores ou complacentes de alguns espectadores forçados, o papá ou a mamã nem estão para se incomodar a resolver a situação.
E isto tem acontecido igualmente com filhos de colegas meus, em festas ou em convívios em que algumas dessas criancinhas são simplesmente insuportáveis.
Quando lhes digo que sou extremamente favorável a outras formas de educação, ou seja, de certo modo uma palmadinha no rabiosque, nunca matou ninguém, pelo contrário, têm sido motivo de boas histórias dos adultos actuais. Aliás, muitas vezes deviam de ser os pais que precisam apanhar e não os filhos, afinal eles são reflexos de uma educação, que não receberam ou se receberam, esqueceram!
Penso que isto é o reflexo da sociedade que criámos, porque há uma década ou duas começou a ser moda a educação “pedagógica”: se um pai dava uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra, num café ou supermercado), as pessoas à volta olhavam para o dito pai, como se ele fosse um leproso.
Então é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento para “a hiperactividade”, (perdoem-me os pais que têm filhos hiperactivos, porque esses são mesmo um caso sério), do que dar uma palmada, ou fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que o pôr de castigo.
Se um adulto não tem capacidade de explicar a uma criança, que ela está a agir mal, e aguentar-se à bronca quando a criança não percebe ou não quer perceber e então recorre-se à velha palmada ou a um castigo para o fazer compreender que está errado, então não devia ter crianças.
As criancinhas são, na generalidade, indisciplinados, esticam-se para além do que nós consideramos admissível, não têm noção das regras sociais, são manipuladores e chinfrineiros. São putos, é normal e até é bom que o sejam, porque precisam (e têm o direito) de passar por esses estágios de desenvolvimento para aprender os limites, sem ganharem medo de desafios. Mas, para tudo há um limite!
Não estou a falar por falar! Tenho três filhos agora adultos e netos. Graças a Deus e à educação que lhes demos, nunca nos envergonharam em lado nenhum com este tipo de “actuações”.
A minha filha ainda se lembra de uma primeira birra que fez com 4 anos, esperneou e começou aos gritos porque queria nem sei o quê e talvez porque viu na escola outras a fazerem o mesmo. Levou duas palmadas e disse-lhe: -“agora tens razão para chorar de verdade”. Passou-lhe logo a vontade de bater os pezinhos no chão e chorar sem razão e nunca mais me fez esse tipo de cenas.
Desculpem-me os devotos as práticas pedagógicas que afinal não funcionam, mas é melhor pecar pelo excesso de educação, do que pela falta. Disciplina, boa criação e diálogo, muito diálogo, ainda são bem-vindos e quanto mais cedo este conceito for passado, melhores adultos serão. Educação ainda não é artigo de luxo, certo?