Fechado para... férias!

Chegou a altura de fazer uma pausa no meu blog, no trabalho e em Macau.
Parto para férias e retornarei em Agosto.
Fiquem bem, boas férias para aqueles que, como eu partem e bom trabalho para os que ficam.

Em busca da felicidade

Hoje em dia, quando uma criança nasce, não numa família, mas sim, numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É obrigatório ter: o diploma de sonho, o emprego de sonho, a promoção de sonho, a casa de sonho, o carro de sonho, o maridinho/esposa de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!

Ao ler este "desabafo" do jornalista João Pereira Coutinho, que transcrevi, veio-me à ideia esta pequena história...

Quando os "Deuses do Mundo" se reuniram e decidiram criar um homem e uma mulher, todos sabemos que planearam criar-nos à sua imagem e semelhança.
Nessa altura, surgiu um problema, pois de repente um deles lembrou-se de algo que o perturbou:
-"Esperem! Se vamos criá-los à nossa imagem e semelhança, irão ter um corpo igual ao nosso, força e inteligência igual à nossa! Por isso devemos pensar em algo que os diferencie de nós, senão estaremos a criar novos deuses.
- "Sim..." - concordou o outro pensativo - "Devemos tirar-lhes algo, mas o que poderíamos nós tirar"?
Depois de muito pensarem, chegaram à conclusão que deveriam tirar-nos a FELICIDADE, (pois dizem que os deuses são felizes), mas o problema era onde escondê-la para que ela nunca fosse encontrada.
Então os deuses começaram a discutir um local onde ela nunca fosse encontrada...
-"Vamos escondê-la na montanha mais alta da Terra!"
- "Não te recordas que lhes demos força? Alguém conseguirá subir até o topo dessa montanha e logo saberão onde ela está".
- "Então vamos escondê-la no fundo do mar!"
- "Também não será um bom lugar, pois se têm inteligência, alguém certamente vai criar alguma máquina que os fará submergir e encontrá-la."
- "Quem sabe, talvez a possamos esconder na Lua ou em algum planeta bem distante?"
- "Também não seria eficaz, pois demos-lhes a curiosidade e a ambição portanto, irão querer ultrapassar os limites e logo criarão algo para voar pelo espaço e certamente a encontrarão".
Depois de muito discutirem e não chegarem a nenhuma conclusão, o único Deus que não havia falado, pediu a palavra e exclamou satisfeito pela descoberta:
- "Creio que sei aonde poderemos colocar a FELICIDADE, tenho a certeza que é um lugar que eles nunca descobrirão!"
Todos ficaram espantados e perguntaram em coro...
"- Onde?!?"
- Muito simples! Colocaremos a FELICIDADE dentro deles, pois estarão tão preocupados na sua busca lá fora, que nunca a descobrirão."
Sábia decisão! Todos concordaram e desde então tem sido assim...
O HOMEM PASSA TODA A VIDA EM BUSCA DA FELICIDADE SEM SE DAR CONTA QUE ELA É UM ESTADO DE ESPÍRITO E QUE PORTANTO NÃO EXISTE FORA DO SER.

Oito Imortais

Uma das lendas mais populares da mitologia chinesa é a que retrata o culto taoísta dos Oito Imortais.
Trata-se de um grupo de divindades que se compõem por sete homens e uma mulher, representando, cada um deles, diferentes condições de vida: masculinidade; feminilidade; aristocracia; povo; idade; juventude; riqueza, e pobreza.
Todos alcançaram o reino dos imortais, depois de terem absorvido a Pílula da Imortalidade, e são hoje venerados pelos taoístas pela sua capacidade de sobrevivência, enquanto os crentes populares os associam ao universo da magia e da fantasia.



Segundo a lenda, os Oito Imortais foram protagonistas de uma série de aventuras que inspiraram, ao longo dos tempos, escritores, historiadores e contadores de estórias chinesas.
Rezam as crónicas, que estes deuses taoístas residem entre as estrelas que fazem parte da constelação da Ursa Maior, onde reina o mítico Imperador de Jade (Yok Vong) e habita a deusa Tin Hau.
Ainda hoje, numa alusão a esta crença, os mastros dos juncos de pesca exibem bandeiras estampadas com sete estrelas, durante as festividades em honra da Deusa A-Ma em Macau.
Apesar da fama de que gozam os Oito Imortais, não é conhecido nenhum templo a eles dedicado.
Talvez por isso muitos chineses não saibam dizer se são devotos do taoismo ou do budismo, pois nos templos que frequentam aparecem sempre divindades representativas das duas doutrinas.

Baseado "Lendas e Rituais" de Leonel Barros

Os animais e as férias

Estamos quase em férias e o problema persiste: onde deixar o nosso animal de estimação, se não o podemos levar? Infelizmente a opção é sempre a menos razoável: o abandono!
É triste vê-los a percorrer estradas, desorientados, à procura do dono que ali o deixou, para em troca, ter uns dias de "tranquilidade" noutras paragens...
Muito se fala de animais deixados à sua sorte e o pior, é quando estão velhos ou doentes, os donos põem-nos fora de casa ao fim de muitos anos de dedicação, o que é triste!
Felizmente que nem toda a gente pensa assim e, aqui está um depoiamento que deixa qualquer um feliz pela sua simples solução.

Havia uma promoção tentadora no México. Então decidi escrever antecipadamente para o "Hotel Amador" Las Cruces, no Estado Novo do México, para saber se podia acomodar também um hóspede de quatro patas, uma vez que não tenho onde deixar o meu cão quando vou de férias, por isso, tenho sempre o cuidado de escolher locais onde o possa levar. Mas esta promoção era de facto tentadora e eu tinha muita vontade de conhecer a cidade.
Eis a resposta do dito hotel:

Prezado Senhor
Trabalhamos na indústria hoteleira há mais de 30 anos. Até agora, nunca precisámos de chamar a polícia para expulsar um cão que arranjasse distúrbios até altas horas da noite.
Até hoje, nenhum cão colocou fogo na roupa da cama por adormecer com o cigarro na mão.
Nunca encontrámos uma toalha ou cobertor na mala de um cão, nem um cão deixa manchas do fundo das garrafas nos móveis...
É claro que aceitamos o seu cão.
PS: se ele responder pelo dono, pode vir também!