Algumas vezes desejo desligar o telemóvel, esquecer o trabalho e mudar a rotina diária, escolhendo um local de férias calmo e relaxante! Porém, nem sempre as férias garantem isso.
Quantas vezes marcamos um determinado destino com esse objectivo, mas depois descobrimos (tarde demais), que afinal saímos do frenesim da cidade, para cair na confusão de um destino lotado e barulhento?
Foi com essa ideia que, em Junho, eu e o meu marido decidimos “fugir” da humidade intensa e do calor denso que se faz sentir nesta altura em Macau, e passar uns dias num cantinho qualquer da Ásia, para descontrair do stresse diário.
As agências de viagens em Macau, estão cheias de programas, mas nem sempre ao nosso gosto, por isso, decidi marcar dois dias num hotel de Bangkok, Tailândia e depois procurar como continuar as férias, de forma mais calma e relaxante.
De clima excelente, com baixo custo de vida local, há lugares fascinantes que nos aguardam e um povo, cujo princípio de bem receber, fazem-no com arte, a Tailândia é assim, o país ideal para umas férias inesquecíveis, onde se incluem a exótica cidade de Bangkok, as praias de Phuket ou as Ilhas Phi Phi, que já conhecemos, bem como outros cenários naturais do norte do país, tais como Chiang Mai, onde passámos umas excelentes férias, através da agência e tudo funcionou de forma organizada e perfeita.
Entretanto, aproveitámos ao máximo esses dois dias em Bangkok, passeando e... fazendo compras no Centro Comercial J. J. Mall, (The Dusit Thani, Bangkok, 946 Rama IV Road), onde na parte exterior, em toda a volta do edifício, têm tendinhas com mercadoria de toda a espécie.
Mas lá fora, o calor era sufocante e, depois de dar uma volta, passámos para dentro do Centro Comercial, sempre tem ar condicionado, onde almoçámos, pois já estava na hora.
Já refeitos do calor e de barriguinha atestada, fomos percorrendo as lojas, até que me encantei com umas blusinhas que comprei, entre umas outras pequenas compras que fiz moderadamente, pois há tanta mercadoria, tantas tentações, que o melhor é só ver e levar as recordações na memória...
Depois, fomos procurar a famosa Agência “K & J - Inernational Business Centre”, que nos programasse algo diferente, o que aliás, já não é a primeira vez que o fazemos, sempre com bons resultados.
“País dos mil sorrisos”, é assim que as agências apresentam a Tailândia, com programas de férias únicos e com preços simpáticos. Existem, pelo mundo fora, zonas com uma certa vida boémia ou um ritmo muito pacato, que podem satisfazer o nosso desejo de descansar e de nos divertir, fugindo um pouco da “civilização”, ou seja, da agitação das grandes cidades.
O funcionário da Agência, mostrou-se atencioso, prestativo e com uma grande dose de paciência...
Depois de termos rejeitado algumas das sugestões do simpático funcionário, umas, por já conhecermos, outras porque não nos agradava, ele acabou por nos trazer um enorme cartaz onde se via a ilha, Koh Chang e garantia-me satisfeito que poucas pessoas sabem da sua existência. Afirmou que ali na agência, lhe chamam "o último paraíso das ilhas do Sudeste Asiático".
Nós sabemos por amigos nossos, que ainda é possível encontrar ilhas paradisíacas no litoral da Tailândia, sem que a quantidade de turistas seja proporcional à beleza das suas praias, mas não há nada como seguir os conselhos de quem sabe…
Explicou-nos que Koh Chang faz parte das 52 ilhas do Parque Nacional Marinho, ao longo da província de Trat, e é a segunda maior ilha da Tailândia, já muito próximo do Camboja e, tal como pretendíamos, está longe do banzé turístico, que caracteriza as ilhas de Phukett ou de Koh Samui.
Acrescentou que, esta ilha é praticamente desconhecida do mundo exterior, não está estragada pela “civilização”, porque ainda se encontram muito dos seus recursos naturais, (quase) intactos…
Depois de olharmos atentamente as fotos que ele nos mostrava, concordámos que talvez fosse o local que procurávamos e assim, fizemos o contrato.
No dia seguinte, uma carrinha da Agência, foi buscar-nos ao hotel. Saímos de Bangkok às oito da manhã, percorremos cerca de 300 quilómetros a sudeste, (con duas paragens de dez minutos) e chegámos finalmente quase seis horas depois, ao cais de Laem Ngop, que é a ponta setentrional, onde está o terminal dos ferries, sendo esta a única ligação com o continente, que é uma espécie de fronteira da “civilização”, devido ao estatuto de “reserva marinha”, que garante que nenhuma ponte rodoviária pode ser construída entre o continente e essa ilha.
Assim sendo, o acesso faz-se exclusivamente por ferry, percurso que demora entre 35 a 40 minutos, entre o porto continental de Laem Ngop e os dois terminais insulares, na ponta norte da ilha de Koh Chang.
O trajecto custa 3€ por pessoa, 5€ por carro. A cidade mais próxima é Trat, com ligações aéreas duas a três vezes por dia com Bangkok (50€ por voo, telefone: +66 39551654). Teríamos preferido ir de avião, porque a viagem de quase seis horas na carrinha, é bastante cansativa e uma perda de tempo, mas na agência nem nos deram essa hipótese, talvez porque não tenham nada programado com a companhia aéra de Trat…
O motorista fez o preço, de 100 bates (4 €) cada um, mas como só éramos 5, levou 120 B para perfazer o preço que ele achava justo. É claro que não tínhamos outra escolha, uma ilha completamente estranha e nem fazíamos a mínima ideia onde ficava o nosso resort, nem discutimos, olhámos uns para os outros, encolhemos os ombros e partimos então.
Só há uma estrada (incompleta) em Koh Chang, a maior parte da ilha é floresta tropical virgem, onde se avistavam paisagens submarinas em redor, vimos mais tarde, que são um espectáculo prodigioso.
A ilha, tem uma largura máxima de 14 quilómetros e alonga-se por 30 quilómetros. Mas a única estrada digna desse nome em Koh Chang, contorna a orla marítima, não havendo qualquer ligação de costa a costa, pelo interior.
Finalmente chegámos ao nosso "Plaloma Cliff Resort", na White Sand Beach, que a agência antecipadamente nos tinha marcado. Poderemos dizer que ficava na parte mais central da ilha. O aspecto no geral era agradável, embora já tivesse conhecido melhores dias. Mais para o interior, vimos que tinha o aspecto um tanto degradado (por estar junto ao mar) e, uma das alas do edificio principal, estava em obras.
A piscina apesar de pequena, foi-nos preciosa, sempre que nos quisemos refrescar ou nadar, não nos atrevemos a ir até à praia, porque o mar estava bastante agitado, devido ao vento que fez quase todos os dias em que lá estivemos, até porque Junho, é altura de aguaceiros intensos na Tailândia, bastante típico da monção, que vai até Agosto.
Levaram-nos para um bungalow junto ao mar, bastante simples, onde não nos faltava nada para passarmos uns dias confortáveis, sem esquecer um pequeno frigorifico e televisão.
Reparei que há poucos alojamentos na ilha, que não sejam em bungalows, uns mais luxuosos que outros, mas nesta altura em que é chamada a "época vermelha", devido ao tempo instável, há poucos turistas e por isso, não só a piscina esteve praticamente por nossa conta, como restaurantes, cafés e bares, onde chegámos a ser os únicos clientes...
A uns quinhentos metros, ficava a praia mais próxima. O tempo nublado e o vento, não nos entusiasmou para ir até lá, até porque a corrente estava a puxar com força e um motorista de táxi contou-nos que já tinham morrido cinco pessoas no mês anterior, enganadas pelo ar manso da paisagem.
Fomos à procura de um restaurante para jantar. As ruas da ilha são praticamente todas razas e com este aspecto simples de aldeia. Na verdade, o anel de asfalto persiste, incompleto, e falta terminar a ligação entre as duas pontas meridionais. A dificuldade de comunicações é um dos factores que concorre para o tardio e ainda fraco desenvolvimento turístico da ilha.
Mas não nos faltou sitios, mesmo à porta do Resort, para irmos à Internet e comunicarmos com a família e amigos. Aliás, quase todos os dias, colocava no "facebook", as fotos que ia tirando diariamente.
Quando não chove, o comércio faz-se ali mesmo na berma da estrada, uma vez que a ilha é dominada por um colar de altas colinas arredondadas, forradas de cima a baixo por densas florestas húmidas, não dá para construir no seu interior e também porque 70% da Ilha de Kho Chang, incluindo todo o seu miolo montanhoso, é floresta classificada e absolutamente virgem.
A costa ocidental da ilha é um longo bordado de unidades hoteleiras, com acesso mais ou menos directo às praias. Para percorrer a ilha, o ideal é alugar uma motorizada, à disposição do turista em cada esquina, talvez a única forma de visitar os recantos que o táxi de grande porte se recusa a levar-nos. Uma pena não sabermos conduzir uma motorizada, pois nem exigem a licença e assim, pouco ficámos a conhecer dos encantos escondidos desta ilha...
Ao longo da orla maritima da ilha, oferece uma notável sequência de praias, mas nunca muito longe de um empreendimento turistico, onde se espalham diversos resortes e recantos encantadores, onde depois de uma caminhada, podemos descansar e contemplar o infinito entre o céu e o mar ou então, arriscar um trekking (trilhas) sem pistas, até ao cume de Khao Jom Peasat, o ponto mais alto da ilha, que se eleva a 744 m de altitude, é um balcão privilegiado para contemplar de forma diferente e mais intensa a imensidão do mar.
A ilha tem também como atracção, uma zona onde se pode andar de elefante. Mas eu tenho muita pena dos pobres dos elefantes! Todos eles têm sofrido uma constante e implacável redução do seu habitat, pois vão criando cada vez mais cidades esticando-se para as zonas mais selvagens e eles vão sendo sistematicamente capturados.
Já não existem elefantes selvagens na Ásia, e os que sobraram, vivem num estado de escravidão - trabalham na indústria do turismo, transportando os visitantes em trilhos, ou em espectáculos, trabalham na madeira, carregando toras, em condições deploráveis, etc.
Quando envelhecem, ou são sacrificados pela carne e pelo couro ou são vendidos sabe Deus para que fim, uma vez que os proprietários mesmo que quisessem conservá-los, têm dificuldade em os sustentar com uma dieta de 250 kilos de ração diária, sem terem lucro em troca...
BANG BAO
No dia seguinte, perguntei à menina da recepção do nosso Resort, o que havia de interessante para visitar na ilha. Com grande entusiasmo, aconselhou-me que fosse visitar Bang Bao, a meia hora de táxi.Trata-se de uma aldeia piscatória de palafita, no extremo oposto da ilha, onde as antigas cabanas de pescadores são agora estendais de artesanato tailandês, embora barato e produzido em série, mas cujos preços são difíceis de baixar, uma vez que é um dos únicos rendimentos dos que ali residem, para além da pesca e dos restaurantes.
É um local diferente, onde a paisagem muda constantemente, desde as casas construídas sobre o mar, umas com ar modesto, outras mais imponentes e, entre elas, há também pequenas habitações de um quarto com casa de banho comum, para alugar aos mochileiros.
Muitos pescadores ainda partem nos seus barcos, para trazerem o pescado que é servido nos restaurantes, desta zona e possivelmente também fornecem outros restaurantes da ilha. Mas é um local bastante pitoresco e tranquilo.
É muito agradável ficar ali sentada, à beira mar, observando as embarcações e a beber uma aguinha de côco fresquinha.
Depois entrámos num dos restaurantes, e encomendámos marisco, peixe na grelha e a deliciosa sopinha tailandeza. Nada de picantes... para apreciar o verdadeiro sabor dos alimentos!
Satisfeitos com o almoço, fomos dar um passeio por Bang Bao, apesar de ser uma aldeia, tem imensas casinhas, uma soberba paisagem maritima, onde diversas embarcações de pescadores e barcos de recreio baloiçam tranquilamente na baía de água mansa e espelhada que ali se forma. A completar, porta sim, porta não, pequenas lojinhas cheias de artesanato e bugigangas, alguns bares e mercearias, povoam o estrado de madeira, suspenso sobre as águas.
Reparámos que havia muitos barcos de pesca, adaptados a excursões marítimas, atracados no antigo ancoradouro palafita de Bang Bo. Nas agências locais informaram-me que poderia fazer um pequeno cruzeiro, com escala em praias mais selvagens e visitar alguns bancos de coral mais bem preservados do planeta, que se encontram, porém, no sul mais remoto do arquipélago. Levaria um dia inteiro, mas, devido ao tempo instável, com chuvadas fortes e o mar bastante picado, decidimos não embarcar e essa visita ficará adiada para um dia, quando decidirmos voltar a esta ilha.
De regresso ao Hotel, finalizámos a tarde na piscina, com a companhia dos nossos amigos caninos, pois logo no primeiro dia, selamos amizade com dois deles, com a oferta do fiambre dos nossos pequenos almoços... há muitos gatos e cães por toda a ilha. Felizmente são bem tratados pela população. Gente boa, não fossem eles budistas!
É claro que também não perdemos as excelente massagens do Royal Spa, bem pertinho do nosso Resort e que, devido a ser considerada "época baixa" para o turismo, estava a fazer uma promoção de 30% mais barato.
As massagens feitas por mãos experientes, são autênticas vivências de relaxe e prazer, pelo que não é fácil descrevê-las, na medida em que não há palavras capazes de transmitir as sensações puras que se experimentam. As massagens tailandesas são famosas por se conseguir um efeito único de relaxamento e, simultaneamente, energizante, principalmente depois das caminhadas que fizemos pela ilha.
O organismo adquire assim, uma nova flexibilidade e a mente retoma a um estado de paz, plenitude e tranquilidade e... foram 90 minutos de relax.
CULINÁRIA
As nossas refeições foram sempre de peixe e marisco, e também a típica e deliciosa sopa tailandeza.
Todo o país é um território de aromas e sabores que cativam os mais exigentes dos goumerts. A riqueza dos ingredientes, a criatividade gastronómica, a delicadeza na apresentação e a boa qualidade dos adereços, fazem da cozinha tailandesa uma das mais exóticas e ricas de todo o oriente.
Deliciámos-nos com imenso marisco fresco
Outros, utilizam para ressaltar sabores, como o molho de ostras fermentadas ou para equilibrar os sabores, como a que incorpora o leite de coco.
O arroz é um dos pratos que nunca faltam e são preparados de diversas formas: fervido, frito ou na sopa.
São conhecidos os seguintes pratos:
Tom Kha Kai (sopa de leite de côco com frango, cogumelo, legumes, galangal, lemongrass e kafir lime).
Red Curry Soup (pasta de red curry com leite de côco, legumes e carne).
Khao Soi (curry com leite de côco, frango, suco de limão, shallots, green onion e espageti frito)
Pad thai (noodle frito com legumes e carne)
Mango & Sticky Rice (fatias de manga com sticky rice ao molho de leite de côco doce)
Roti Banana (espécie de crepe frito, com banana e leite condensado)
Depois das refeições, encontrámos sempre um barzinho ou um estabelecimento que nos serviu um delicioso café, ou, como nós portugueses chamamos, uma deliciosa e aromática "bica", que nos estimulou nas caminhadas ou no remate de uma boa refeição, com a apresentação que aqui se vê.
Outras vezes, jantámos na praia, onde pudemos contemplar o crepúsculo, sobre o horizonte maritimo
E ainda, nos fins de tarde, ficar ali, a ouvir o mar bater nas pedras, frente ao nosso bungalow e esquecer que o mundo existe...
E, com este pôr do sol, que observámos todos os dias, frente ao nosso bungalow, acabou-se a semana de férias na Ilha de Koh Chang e regressámos a Macau, para mais uns tempos de trabalho e stresse, mas que nos deixou repousados e prontos para os novos embates do dia a dia, mas desta vez com um sorriso nos lábios...
4 comentários:
Estimada Amiga Irene,
Muito interessante e informativo seu post.
Eu conheço bem a ilha de Ko Chan onde já fui várias, sempre na minha viatura, saindo de Bangkok para lá mas fazendo paragens em algumas cidades tais como Rayong e Chantanburi.
Na ilha nunca fiquei em bangalós mas sim num hotel à maneira. A ilha tem muito para se ver e disfrutar de muita coisa, para os locais o sistema é bem diferente do que para turista. Agora encontro-me em Bangkok e no prºoximo sábado irei passar o fim de semana a Banseng, uma praia maravilhosa antes de chegar à Pattaya, que é frequentada mais por tailandeses.
Praia esta que igualmente conheço bem e as cidades em redor e seus mercados de mariscos.
Abraço amigo
Estimada Amiga Irene,
Sempre que vou à ilha de Ko Chan fico no Resort KLONG PRAO.
Visitar a cidade de Chantanburi é maravilhoso, cidade conhecida pelo negócio de pedras preciosas e de muitas igrejas católicas, por perto tem igualmente lindas praias que os turistas estrangeiros ainda não descobriram, CHANCHAOLAO BEACH, ou outro local maravilhoso com uma praia imensa em PRACHUAP KIRI KHAN, poderá ver artigos sobre essses belos locais no blog O MAR DO POETA.
Abraço amigo
Obrigada amigo Cambeta.
Agradeço as suas dicas, mas para já, chega de ilha de Koh Chang, mas daqui a uns tempos... quem sabe?
Boas férias e receba um abraço amigo nosso.
Irene querida, deve realmente ter sido muito interessante e agradável sua visita à Tailândia, obrigado por compartilhar e saiba você a cada dia mais linda e irradiante. Bjs do ZC
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