Um dia minha mãe saiu e deixou o meu pai a tomar conta de mim.
Eu tinha uns dois anos e meio ou pouco mais. Alguém me tinha oferecido no meu aniversário um jogo de chá que passou a ser um dos meus brinquedos favoritos.
Aborrecida por as bonecas não "colaborarem", descobri então uma "vitima".
O meu pai estava na sala a ver as notícias na TV, quando eu lhe levei, com todo o cuidado para não entornar, uma chávena de chá, que na realidade era apenas água.
Ele compreendeu a brincadeira e gentilmente aceitou a pequena chévena que eu lhe estendia e bebeu delicadamente o seu conteúdo em pequenos goles. Feliz, eu ia servindo-o e continuava a receber elogios entusiasmados a cada chávena, quando a minha mãe chegou.
O meu pai disse-lhe que estava surpreendido pelo jeitinho que eu tinha e que haveria de ser uma excelente dona de casa. Pediu-lhe para se sentar na sala e que observasse a forma cuidadosa com que eu trazia e servia a chávena de chá.
Sorrindo enternecido, disse-lhe que eu era a coisa mais fofa do mundo!
A minha mãe esperou, e então, lá vinha eu pelo corredor com uma chávena de chá para o meu pai. A minha mãe viu-o beber o chá todo, abriu muito os olhos e perguntou se ele já tinha bebido muitas?
- Sim, algumas, já perdi a conta, mas as chévenas são tão pequeninas...
Então (apenas uma mãe saberia) disse-lhe com um sorriso benevolente:
- Meu querido, por acaso passou-te pela cabeça que o único lugar onde ela alcança a água, é na sanita?
Os pais não pensam igual às mães.....
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
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