quinta-feira, 10 de junho de 2010

Romagem à Gruta de Camões


Está provado: Deus não é português! Ou pelo menos S. Pedro não o é! Todos os anos é a mesma coisa: chove copiosamente no dia 10 de Junho!
Desde a noite de terça-feira, Macau viu-se debaixo de uma tremenda tempestade onde não faltaram profusos trovões e faíscas.
E amanheceu debaixo de uma insistente chuva, mas mesmo assim, na manhã do dia 10 de Junho, foi o içar da bandeira portuguesa no consulado, com a presença de grupos de escuteiros lusófonos de Macau e a seguir foi de novo assinalada a romagem ao Jardim Camões, onde fica a Gruta, cujo local, se diz, que Camões viveu e escreveu parte dos Lusíadas...

Foto de António Mil-Homens
Pelas 10:30 horas da manhã, lá estavam as criancinhas do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes e da Escola e Escola Portuguesa (entre outras), a prestar homenagem ao maior poeta português.
Os pobrezinhos voltaram molhadinhos que nem uns pintos, mas pelo menos cumpriram a "noblesse oblig".
Pelo fim da tarde, e já sem chuva, realizou-se a habitual recepção à comunidade portuguesa, na residência do nosso cônsul-geral, Dr. Manuel Cansado de Carvalho, no antigo Hotel Bela Vista, conhecida entre os nossos expatriados por "ida aos pastéis" que, como sempre, estavam excelentes, o vinho branco espectacular e o ambiente simpático, onde não faltou a Tuna Macaense para alegrar o espaço.
Estiveram presentes o nosso Chefe do Executivo Fernando Chui Sai On e veio expressamente de Lisboa para representar Portugal nestas comemorações do 10 de Junho em Macau, José Conde Rodrigues.

Foi assim mais um 10 de Junho em Macau, marcado pela chuva, mas não foi por isso que se deixou de exaltar mais uma vez o poeta que, cujos seus últimos anos, foram amargurados pela doença e pela miséria.
Se a escassez de documentos e os registos autobiográficos da sua obra ajudaram a construir uma imagem lendária de poeta miserável, exilado e infeliz no amor, que foi exaltada pelos românticos (Camões, o poeta maldito, vítima do destino, incompreendido, abandonado pelo amor e solitário), uma outra faceta ressalta da sua vida. Camões terá sido de facto um homem determinado, humanista, pensador, viajado, aventureiro, experiente, que se deslumbrou com a descoberta de novos mundos e de "Outro ser civilizacional". Por isso, diz Jorge de Sena: "Se pouco sabemos de Camões, biograficamente falando, tudo sabemos da sua persona poética, já que não muitos poetas em qualquer tempo transformaram a sua própria experiência e pensamento numa tal reveladora obra de arte como a poesia de Camões é."
Nota:a primeira foto de António Mil-Homens

1 comentário:

Sara disse...

hmm, pelo menos em Portugal nao é assim!! Raramente chove no dia 10 de junho!! sei-o porque é os meus anos e em todos os meus 17 anos so choveu uns 2 ou 3 anos nesse dia x.x