É uma festa em que as pessoas vêm para a rua com diferentes tipos de
lanternas vermelhas, símbolo das almas dos antepassados que, estando de visita,
são depois reconduzidas de novo para o outro mundo
Macau e as comunidades chinesas do mundo, assinalam
assim esta noite, a passagem do equinócio do Outono com a milenar Festa da Lua,
cheia de tradição e modernidade, festejada alegremente por toda a população.
As lanternas apareceram no reinado do imperador Han de Leste, Ming Di
(57-75) e por ordem deste, na primeira Lua Cheia do Ano, era costume as
famílias colocarem-nas acesas nas portas das suas residências, conjuntamente
com ramos de abeto, para atraírem a prosperidade e a longevidade. No entanto,
apenas no reinado do imperador Yang (604-617), da dinastia Sui, a Festa das
Lanternas foi oficializada para ser celebrada na capital, nessa época em Da
Xing (Xian).
A festa das Lanternas popularizou-se durante a dinastia Tang, quando era
celebrada durante três dias e o imperador Rui Zong (710-712), na noite de 15 da
primeira Lua, abria as portas do parque do palácio imperial em Dong Du
(Luoyang) para que a população pudesse admirar uma gigantesca árvore iluminada com
50 mil lampiões. Nessa noite, o imperador saia do palácio e convivia com os
súbditos, havendo uma alegria generalizada. Eram as únicas noites do ano que
não havia toque para as pessoas recolherem às suas casas e, por isso, as ruas
encontravam-se cheias de foliões até à alvorada. Já na dinastia Song, a
festividade passou a ser realizada durante cinco dias, e no período Ming, entre
o oitavo dia ao décimo sétimo dia do primeiro mês lunar, estendendo-se desde
então a celebração da capital para o resto do país.
Chegou a ser uma festividade exclusivamente destinada às crianças, quando
passeavam à noite transportando lanternas acesas com formas de diversos animais
e outros seres estranhos e iam representar em espectáculos infantis. Se em
Macau chegou a existir quem construísse essas vistosas lanternas de formato
poligonal, revestidas com papéis de seda pintados e decorados com caracteres
significando felicidade e longevidade, actualmente esse artesanato é realizado
em Foshan, na província de Guangdong.
Nas ruas e praças, passou-se a pendurar as lanternas como decoração e, nas que eram trazidas pelas pessoas, tornou-se costume escreverem adivinhas, charadas e inigmas.
Nesta época, amigos e familiares, oferecem caixas de
bolos da Lua. Em toda a
China, os bolos da lua são os mais respeitados e todos têm de comer nem que
seja um pouco, para dar sorte.
Criados há
mais de mil anos pela etnia Hans, envoltos nessa história milenar, os bolos na
sua maioria são redondos, como a lua cheia que é celebrada pelo festival do
outono. Geralmente são do tamanho da palma da mão e feitos com uma massa de
torta seca, fina e levemente adocicada, com recheios bastante espessos.
Os bolos mais tradicionais,
têm recheios de sementes de lótus, pasta de feijão, jujubas e uma mistura de
sementes e castanhas. Muitos outros, cuja receita é proveniente da Província de
Cantão, no sul da China, é conhecida por colocar uma gema de ovo salgada no
centro do recheio, com o intuito de simbolizar a lua cheia.
Muitas famílias, vão até à praia e ali ficam a converar, a
petiscar os bolinhos e a olhar para a lua, exibindo as suas
lanternas...
FELIZ FESTA DA LUA!
1 comentário:
"Etnia Hans". E eu a pensar que o bolo era chinês ,quando afinal é alemão! As coisas que a gente aprende...
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