sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

As praxes académicas

Com a tragédia da praia do Meco, Sesimbra, onde morreram seis jovens no passado dia 15 de Dezembro, volta a questionar-se a brutalidade das praxes e das instituições académicas que autorizam tais práticas.
O debate foi lançado: qual o caminho a seguir? Proibir ou ignorar?
Como proibir é sempre o fruto mais apetecido, parece não ser este o melhor caminho a seguir e ignorar, está fora de questão, uma vez que as imagens e histórias que vamos tendo conhecimento, passaram a ser práticas de humilhação, de agressão física e psicológica, é por isso urgente tomar medidas enérgicas e capazes de acabar com este pesadelo.

Com a explosão de universidades e institutos que apareceram nos últimos anos, com elas nasceram também novas praxes, na sua maioria deprimentes, que nada têm a ver com o espírito original, que servia sobretudo como porta de entrada para a rotina académica. Não a rotina da praxe em si, mas como uma brincadeira que daria a conhecer colegas mais velhos, colegas esses, que serviriam, depois de uma brincadeira inicial, de orientadores e facilitadores da integração de uma nova e difícil fase da vida.

Como pode uma Instituição de Ensino ser conivente com rituais patéticos de iniciação maçónica baseados na humilhação, na brutalidade e no terror?! Espero que os pais das vítimas não se deixem levar [pelas 'ondas' de compaixão, mais ou menos institucional] e que esta tragédia sirva para punir severamente todas as Instituições de Ensino que possuam praxes académicas, sob pena de serem encerradas. Querem tradição? Querem fazer bem à sociedade? Façam voluntariado!
Morreram agora seis alunos levados por uma onda que não se mostrou piedosa com a juventude destes estudantes, que nunca irão cumprir os seus sonhos ou os sonhos que os seus pais depositaram neles.
Quantas mais vítimas serão precisas, para que os responsáveis tomem uma medida eficaz e definitiva?

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