sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Segredos da nossa mente


Um dia destes vi um programa na TV sobre o poder da mente, onde a certa altura era feita uma interessante comparação: a nossa casa, com a nossa mente.
Numa explicação leiga, explica que a nossa mente, o inconsciente, é a parte onde raramente temos acesso, mas é vital; o subconsciente é uma parte que temos pouco acesso e o consciente é onde vivemos.
Em nossa casa fazemos a mesma divisão com os objectos que guardamos. Há aqueles que ficam armazenados e que raramente usamos. De vez em quando lembramo-nos que existem, mas não nos conseguimos desfazer deles, e ali permanecem guardados, escondidos, porque não dependemos deles no dia a dia: são as lembranças, fotos antigas, coisas herdadas, roupas e brinquedos da infância que afinal representam o nosso inconsciente, as nossas recordações adormecidas. Também estão armazenados os objectos de utilidade, porém não são usados com frequência, temos disso o exemplo de: uma roupa de festa, uma mala de viagem, um livro, um serviço de jantar ou de chá, uma bandeja de prata..., são semelhantes ao subconsciente e por fim, os objectos de uso constante, que estão à nossa disposição a qualquer hora, como a cama, o sofá, a televisão, frigorifico, arranjos florais, revistas, tapetes... que podemos chamar de “o nosso consciente”.
Por causa desta comparação é que decidi escrever este texto, porque mudei recentemente de casa para uma bem mais pequena que a anterior, foi-me muito difícil escolher, dar, deitar fora, enfim, em pouco menos de um mês, tive de decidir desfazer-me de coisas que fui acumulando e guardando por esta e aquela razão.
Os objectos que são comparados ao nosso inconsciente, aparentemente sem muita utilidade, são precisamente os mais valiosos. Existe uma razão para eles estarem ali, escondidos, desfazer-nos deles seria uma grande dor. Eles recordam-nos os momentos de plena alegria vividos com pessoas que passaram pela nossa vida. Elas deixaram um vazio, e esse vazio é preenchido com algo que as recorde. Não importa se esses objectos estão velhos, partidos, amassados, rasgados, fora de moda... Têm um valor incalculável, são únicos. Uma dessas perdas seria algo irreparável. Alguém pode até considerá-los lixo, mas para o possuidor são os verdadeiros tesouros.

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