
Uma das versões apontadas para a existência desta prática, foi que, um imperador nos finais do século IX, ficou encantado por ver uma concubina com os pés muito pequenos, dançar sobre um palco em forma de flor de lótus, onde passou a derivar esse nome às mulheres chinesas que passaram a deformar os seus pés.

Começavam a ser enfaixadas a partir dos cinco ou seis anos, uma tradição passada de mãe para filha cujo processo era torturante, porque as ligaduras dobravam os quatro dedos menores até a sola dos pés e forçavam o calcanhar para dentro, exagerando o arco.
A carne apodrecia e as crianças choravam em agonia, incapazes de comer, beber ou pensar devido à dor, mas as mães faziam-no a pensar no futuro das filhas, porque nessa época, se não tivessem os pés pequenos, não arranjavam um bom casamento, uma vez que as mulheres de “pés de lótus” eram as preferidas pelos senhores de negócios, que se orgulhavam de possuir em sua casa, um “exemplar” tão cobiçado.
Famílias pobres viam neste processo a possibilidade de conseguir uma vida melhor para as filhas, para demonstrar valor e o status.
O que é facto, é que muitos chineses dessa época achavam os “pés de lótus” muito eróticos, considerados a parte mais íntima da anatomia da mulher.

Estas mulheres não podiam fazer uma vida normal, porque não conseguiam andar sem ajuda, a não ser que se arrastassem. Tinham de ter alguém que as ajudassem a cuidar dos afazeres domésticos e que as ajudassem também a tratar das crianças.
Banquinhos eram colocados pela casa para que elas se movessem sem ter de pisar o chão, ou teriam de andar sobre os joelhos, com inchaços e bolhas de proporções excruciantes. O lazer de muitas destas mulheres era criar e bordar sapatos que elaboravam para si mesmas. A habilidade para decorar esta deformidade fazia parte da "arte" daquela época.
Durante última dinastia chinesa Qing, tentaram banir esta prática, mas ela estava tão enraizada, que não surtiu qualquer efeito e as mães de família continuaram a enfaixar os pés das suas filhas, na esperança de lhes assegurar o futuro através do casamento com um homem rico. Este costume só foi abolido em definitivo, quando os comunistas tomaram o poder em 1949.

Repentinamente e com a reforma comunista, estas mulheres passaram a ser objecto de escárnio, tornando-se a ser tão repulsivo, quanto ridicularizado esse seu andar.


"Ungida com fragrância, ela tem passos de lótus;
Ainda sempre triste, caminha com rápida leveza.
Ela dança como o vento, sem deixar vestígios
Outra furtiva, mas alegre, veste-se ao estilo do palácio,
Mas sente tal sofrimento no andar!"
Apesar deste costume parecer cruel e bárbaro para o pensamento moderno, estudiosos lembram que, no Ocidente, algumas mulheres compram sapatos muito pequenos para parecerem mais atraentes e sujeitam-se a usar saltos bastante altos para ficarem mais elegantes.
Traduzido e adaptado da FONTE:http://www.anomalies-unlimited.com
5 comentários:
Gostei de ler o artigo.Muito ilucidativo mas tal com no final foi descrito no Ocidente parece que a licao do Oriente nao foi aprendida!
Estimda Amiga E Ilustre Historiadora Dra. Irene,
É bem real esta história, esse barbaro costume de outras eras, que em boa hora o partido comunista chinês baniu.
Quanto sofrimento quanda dor passaram essas moças.
Nos dias de hoje, e bem relatou num dos seus maravilhosos artigos, as mulheres, em alguns países islamicos continuam a ser tratadas como animais e terem que suportar as leis bizarras, enfim!...
Um abraço amigo e suas melhoras.
Querida amiga
Como sempre, este teu post deixa-nos a pensar nas mulheres como foram e continuam a ser objecto de prazer e de "modas" dos homens de... todas as eras. Infelizmente as leis sao feitas pelos homens e para servir os homens. Bem hajas por te debruçares sobre estes problemas. Beijinhos da
Sissi
Isto são pés humanos? Que horror! Imagina! Eu calço n.º 40, então na China eu era logo assassinada por aqueles selvagens.
Só os chineses mesmo... Q coisa idiota
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