segunda-feira, 10 de outubro de 2011

As virtudes do TAO


A origem do universo
é a mãe de todas as coisas
Quem encontra a mãe,
Conhece os filhos;
Quem ao conhecer os filhos,
Retorna à mãe;
Terminará os seus dias na salvação.

Quem fecha a boca
E guarda os seus sentidos,
Nunca se debilitará.
Quem abre a boca
E multiplica as suas actividades,
não poderá salvar-se.

Ser lúcido é ver o ínfimo
Conservar-se pequeno e manter-se forte.
Usa a luz para retornar ao teu interior
Isso te manterá a salvo
Isso chama-se seguir o TAO.

Se tivesses um profundo conhecimento,
avançarias pelo caminho do TAO,
com a única preocupação de te não separares dele.
O grande caminho é longo e tranquilo
mas nós preferimos os caminhos tortuosos.

Quando a corte resplandesce,
Os campos se enchem de erva-daninha
e os celeiros permanecem vazios...

Usar roupas luxuosas,
empunhar espadas afiadas,
fartar-se de bebidas e alimentos
ter mais possessões do que se pode ter,
tudo isso promove ao mau caminho ou ao roubo
e nos afasta do verdadeiro caminho do TAO


O TAO gera.
A virtude nutre.
O ambiente molda.
As influências dão-lhe brilho.
Todos os seres veneram o TAO
e apreciam a virtude.
E não o fazem por mandato
Mas de maneira espontânea.

Por isso o TAO gera todos os seres,
nutre-os e forma-os,
ampara-os e acolhe-os,
cuida e os faz amadurecer.
Gera sem apropriar-se,
Age sem buscar reconhecimento,
Lidera sem ordenar
Esta é a virtude primogénita.

O Tao não é só um caminho físico e espiritual; é identificado com O Absoluto que, gerou os opostos complementares: Yin e Yang; a partir dos quais todas as coisas que existem no Universo foram criadas.
É um conceito muito antigo, adoptado como o princípio fundamental do taoísmo.
O conceito de Tao é algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Mas com tantos conceitos a fervilhar na nossa mente, temos dificuldade em compreendê-lo como um todo.
O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo, que dá às coisas a sua perfeição.
Cada coisa é simplesmente o que é, e faz. Por isso, não é preciso fazer nada para que seja feito tudo o que deve ser feito. Isto é o Tao.
O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas, que causam a dor e o sofrimento.
Molda-se o barro para fazer um vaso;
É o espaço dentro dele que o torna útil.

Fazem-se portas e janelas para um quarto; mas são os buracos que os tornam úteis.
Buscamos sempre um conceito, mas... "O Tao que pode ser expressado, não é o Tao absoluto"
Para retornarmos ao Tao, ao Absoluto, temos que primeiro recuperar o nosso bem estar e a nossa paz interior. A partir desta condição, podemos encontrar o silêncio e a quietude interior, abandonando uma identidade egóica e trilhando um caminho que está além da forma e das linguagens. E, ao trilhar esse caminho, integrando-o na nossa vida diária, vamos então unir-nos ao Tao.

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