sábado, 8 de outubro de 2011

O (Des)acordo Ortográfico

Desde 1 de Janeiro do ano passado, a Língua Portuguesa está unificada! Ou melhor, desde 2009 que estão a tentar unificá-la.
Nesta data, entrou em vigor o Novo Acordo Ortográfico, que visa igualar a escrita do português em países que falam o mesmo idioma. Acentos foram removidos, assim como hífens, formando palavras visivelmente estranhas, mas sonoramente, as mesmas de sempre.
Muitos foram contra esta monstruosidade linguística, pensando na dificuldade em se adaptar às novas regras e não só, a revolta de termos de nos adaptar a uma nova ortografia tendo como modelo o Brasil. Ora se fomos nós, os portugueses, a exportar a língua...
Mas não há remédio: manda quem pode! A escrita mudou, e temos mais algum tempo até que o nosso“antigo” modelo ortográfico seja completamente deixado de lado.
Contudo, alguns meses depois surgiu o Desacordo Ortográfico. Infelizmente, não eram os governos a querer voltar atrás, mas sim uma antologia de contos de autores da Língua Portuguesa organizada por Reginaldo Pujol Filho e publicada pela Não Editora.
Enquanto os livros começavam a ser impressos com as novas regras, a Não quis fazer uma obra que contivesse as diferenças de escrita que o português proporciona.
Entre os autores, estão brasileiros, como Luis Fernando Verríssimo e Xico Sá, portugueses como Patrícia Reis, angolanos como Pepetela e outros autores de diversos países que adoptam o português como língua oficial.
Uma mostra de que, no idioma português, não importa o lugar, as mesmas palavras podem ser interpretadas de formas diferentes, enquanto palavras distintas podem ter o mesmo significado. O Desacordo Ortográfico é recomendado para quem gosta de se aventurar na diversidade que a nossa língua proporciona. Um livro que mostra que unificação alguma irá tirar do Português essa característica.

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