Não sei porque haveremos de ir revirando as páginas do passado e, de quando em vez, lembramo-nos de momentos da nossa infância, em que fomos felizes, sem preocupações, aconchegados ao colinho dos nossos pais.
E tudo isso, parece um sonho longínquo, inalcançável, quando relembramos factos dessa época da nossa existência.
Será o mundo adulto assim tão enfadonho e insidioso que somente da infância ou da adolescência, é que ainda guardamos momentos puros e de real beleza jamais reencontrada? Talvez assim seja, talvez porque os sentimentos dessa altura fossem mais puros, mais desprendidos, éramos então ingénuos…
O mundo corrompeu-nos? Aqueles momentos de felicidade, foram uma utopia?
O que é facto, é que ando sempre numa luta sem tréguas, para alcançar nem sei o quê? Olhando para uns vinte e tal anos atrás, depois do emprego, tinha mais tempo para passear, ir ao cinema, fazer croché, encontrar-me com as amigas à saída do emprego, para passearmos pela Baixa de Lisboa, contentando-nos a ver as montras, para depois nos regalarmos com um bolo, acompanhado do indispensável cafezinho, numa das pastelarias do Rossio.
De regresso a casa, as tarefas pareciam leves e feitas com alegria, porque o nosso estado de espirito tinha sido recauchutado por anteriores e pequenos momentos de prazer.
Um dia destes, veio-me à memória um dos trechos do livro “Felicidade em Poucas Palavras”, de Andrew Mathews, que diz: “Simplifique a vida. Pare de fazer coisas apenas pelo hábito”.
Sábias palavras! De facto, a alegria não está nas coisas, está em nós. E, há uma grande verdade nisso. Todos os dias somos presenteados com algo que, embora pareça ser insignificante, tem a imensa capacidade de alegrar o nosso coração.
E cheguei à conclusão que não me permito agora viver tudo aquilo que a rotina não deixa.
Somos escravos do relógio e ninguém merece isso! A vida passa como um furacão e, quando nos damos conta, chegámos à conclusão, que afinal não aproveitámos os poucos momentos de prazer e de alegria, envelhecemos e já não temos a mesma energia de antes para recuperar o que afinal nos passou ao lado.
Estes últimos anos, em que as sociedades de todo o mundo parecem querer alcançar a Lua, construindo tarefas infindáveis, o fim não está à vista e nós andamos um tanto à toa, em busca sabe Deus de quê.
-“Relaxe, evite o stresse…” - aconselham os médicos, os SPAS e as agências de viagens, que nos convidam a fazer pausas, exibindo cartazes de praias paradisíacas…
Claro que as obrigações continuam a puxar-nos, os preços das tais praias, desanimam-nos e acabamos por continuar, em busca de um bem, que nem sabemos qual e que parece ser inalcançável.
O calendário é o mesmo para todos, mas o significado de cada dia, depende de cada um de nós.
Conclusões? A felicidade é uma troca! Eu sou feliz, logo faço alguém feliz. Mais do que isso, a felicidade é um estado de espírito e ela está dentro de nós, especialmente em tudo aquilo que nos parece invisível. E, dentro de nós há uma coisa que não tem nome e essa coisa, é o que nós somos.
sábado, 3 de agosto de 2013
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