Muitos casais ambicionam ser pais e não conseguem por razões diversas. Na maioria
dos casos, a adopção é o último caminho a seguir.
Há quem consiga finalmente ver esse sonho realizado, mas em muitos casos,
acontece vir depois a desilusão, porque a criança não corresponde ao filho que
se idealizou.
Foi notícia o caso de uma norte-americana, que devolveu um filho adoptado,
à Rússia.
A cultura americana é muito diferente da nossa e mesmo nas séries americanas,
é muito comum ouvirmos falar da história de vida dos criminosos e da passagem
por várias casas de acolhimento e de adopção.
Qualquer notícia que fale da devolução de uma criança, é uma notícia
chocante. As crianças não são objectos, não se compram na mercearia da esquina
e assim como não vêm com livro de instruções, não se deviam devolver.
Felizmente que em Portugal não há devolução de
crianças adoptadas. Depois de
decretada a adopção, por lei, não há diferença nenhuma entre um filho biológico
e um adoptado, mas se houver a devolução de um filho, isso tem um outro nome:
abandono!
Numa adopção, não há grandes opções de escolha, de um dia para o outro, entra
pela casa dentro um estranho, raramente um bebé, mas sim alguém já com a sua
personalidade…
Nem sempre os casais têm a capacidade de gostar de imediato dos estranhos
que vão conhecendo, ora, se este estranho fica a viver em casa... e se ainda
por cima este estranho é uma criança, que já passou por situações de vida em
que foi maltratado, violentado, abandonado, o mais certo é que não seja o filho
ideal, que a maioria das pessoas sonhou.
O primeiro que faz uma criança adoptada, é testar os limites dos novos
pais, esticam a corda ao máximo e quanto mais corda se der, mais eles esticam,
faz parte do processo normal. Até se sentirem seguros, até concluírem que a
ligação é mesmo definitiva, eles fazem trinta por uma linha, haja paciência e
amor, que com o tempo acalmam...
Há que recordar que estamos a falar de crianças que vêm de instituições,
crianças que a maior parte das vezes estão habituadas a
viver com regras, que não tem nada a ver com a vida familiar. E, se a isto
juntarmos a pouca auto-estima que tem alguém que já foi abandonado, temos uma
mistura muitas vezes explosiva... nem sempre os futuros pais estão preparados
para isto e concluem que não são capazes.
Então surge tantos
casos de “devolução” e de abandono de novo, como se de uma peça defeituosa se
tratasse.
Deve ser
algo que marca para toda a vida...e nenhuma criança deveria ter de passar por
isso.
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