quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CRIANÇAS E BIRRAS

Ontem assisti no supermercado à cena de uma criancinha, que não teria mais de seis ou sete anos, com uma birra daquelas, que apetece chegar ao pé dela e dar-lhe dois valentes açoites. Mas não, a mãezinha, tentava levantar pacientemente a filha do chão, e ela esperneava, batia nas pernas da mãe furiosa e não se levantava do chão por mais esforços que a senhora fizesse, emitindo guinchos lancinantes.
Estas cenas são o prato forte de há uns anos a esta parte em qualquer lugar, nos supermercados, restaurantes, cafés, etc.
A maioria dos pais ficam passivos, ou os deixam a berrar até se calarem, ou não lhes ligam nenhuma, e, quem está por perto, tem de suportar aquele ambiente de criancinha mal educada porque o seu ‘anjinho’ começa a fazer birra e a gritar… deixa lá, é uma criancinha pequena, não percebe…
Sinceramente?! Não SUPORTO aquela criança que visivelmente está a fazer uma birra e os pais não conseguem manter o mínimo controle sobre elas?
Pois é… deviam ficar em casa com os avós ou com alguém, que tenha um bocadinho de senso e educação e metê-lo na ordem, até estarem devidamente educadas para conviver em sociedade.
Sem hipocrisia, eu acho mesmo muito desagradável! Ainda mais quando percebo que os pais não estão preocupados em apaziguar o incómodo de quem está por perto e, apesar dos olhares reprovadores ou complacentes de alguns espectadores forçados, o papá ou a mamã nem estão para se incomodar a resolver a situação.
E isto tem acontecido igualmente com filhos de colegas meus, em festas ou em convívios em que algumas dessas criancinhas são simplesmente insuportáveis.
Quando lhes digo que sou extremamente favorável a outras formas de educação, ou seja, de certo modo uma palmadinha no rabiosque, nunca matou ninguém, pelo contrário, têm sido motivo de boas histórias dos adultos actuais. Aliás, muitas vezes deviam de ser os pais que precisam apanhar e não os filhos, afinal eles são reflexos de uma educação, que não receberam ou se receberam, esqueceram!
Penso que isto é o reflexo da sociedade que criámos, porque há uma década ou duas começou a ser moda a educação “pedagógica”: se um pai dava uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra, num café ou supermercado), as pessoas à volta olhavam para o dito pai, como se ele fosse um leproso.
Então é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento para “a hiperactividade”, (perdoem-me os pais que têm filhos hiperactivos, porque esses são mesmo um caso sério), do que dar uma palmada, ou fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que o pôr de castigo.
Se um adulto não tem capacidade de explicar a uma criança, que ela está a agir mal, e aguentar-se à bronca quando a criança não percebe ou não quer perceber e então recorre-se à velha palmada ou a um castigo para o fazer compreender que está errado, então não devia ter crianças.
As criancinhas são, na generalidade, indisciplinados, esticam-se para além do que nós consideramos admissível, não têm noção das regras sociais, são manipuladores e chinfrineiros. São putos, é normal e até é bom que o sejam, porque precisam (e têm o direito) de passar por esses estágios de desenvolvimento para aprender os limites, sem ganharem medo de desafios. Mas, para tudo há um limite!
Não estou a falar por falar! Tenho três filhos agora adultos e netos. Graças a Deus e à educação que lhes demos, nunca nos envergonharam em lado nenhum com este tipo de “actuações”.
A minha filha ainda se lembra de uma primeira birra que fez com 4 anos, esperneou e começou aos gritos porque queria nem sei o quê e talvez porque viu na escola outras a fazerem o mesmo. Levou duas palmadas e disse-lhe: -“agora tens razão para chorar de verdade”. Passou-lhe logo a vontade de bater os pezinhos no chão e chorar sem razão e nunca mais me fez esse tipo de cenas.
Desculpem-me os devotos as práticas pedagógicas que afinal não funcionam, mas é melhor pecar pelo excesso de educação, do que pela falta. Disciplina, boa criação e diálogo, muito diálogo, ainda são bem-vindos e quanto mais cedo este conceito for passado, melhores adultos serão. Educação ainda não é artigo de luxo, certo?

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