sexta-feira, 29 de julho de 2011
O mundo do "faz de conta"
Há muitos anos atrás, havia dois periodos distintos de educação e no comportamento das pessoas. Na minha infância aprendi com os meus pais que era preciso SER:
ser honesta;
ser educada;
ser digna;
ser respeitadora;
ser amiga;
ser leal;
ser trabalhadora...
De alguns anos a esta parte, temos sido testemunhas da fase do TER:
ter boa aparência;
ter dinheiro;
ter status;
ter uma boa casa;
ter os filhos em colegios muito “in”
ter móveis de estilo;
ter, ter, ter e ter!
Mas afinal o que temos nos dias de hoje? Pois hoje, as pessoas fazem de conta que está tudo bem:
os pais fazem de conta que educam;
os professorers fazem de conta que ensinam;
os alunos fazem de conta que aprendem;
os profissionais fazem de conta que são competentes;
os governantes fazem de conta que se preocupam com o povo;
o povo fazem de conta que acredita;
as pessoas fazem de conta que são honestas;
líderes religiosos fazem de conta que são representantes de Deus;l
os fiéis fazem de conta que têm fé;
criminosos fazem de conta que são dignos;
a justiça fazem de conta que funciona e que é imparcial;
E assim a população fazem de conta que está tudo bem, porque afinal o que conta é a aparência!
O triste mundo das aparências...
Por fora sorrisos educados,
Por dentro choro declarado...
Por fora aceitação social,
Por dentro rejeição moral...
Por fora uma vida comemorada,
Por dentro uma alma torturada...
Por fora um amor celebrado,
Por dentro um vazio constatado...
Por fora uma vida de aparência
Por dentro uma dor nas consciências...
Não podemos fazer de conta que, quando nos olhamos ao espelho e nos confrontamos com a nossa consciência, não há como enganá-la.
Pode haver mil desculpas para explicar o “faz de conta” de cada um, mas não há como justificá-lo!
Quem age assim, confunde-se e engana-se a si próprio, caindo no vazio das depressões, por não saber quem é na realidade.
Raras são as pessoas autênticas e, quando encontramos algumas, elas destacam-se dos demais, porque não estão a representar aquilo que não são, não se envergonham das suas realidades, e, se são alguma coisa, não fazem alarde disso.
Ainda existem pessoas de bem, que são bons profissionais, amigos leais, pais zelosos, politicos honestos, ainda vamos encontrando religiosos fiéis aos ensinos que ministram, pessoas que trabalham e lutam para conseguir pagar a sua sobreviência, etc, essas sim, são as pessoas que passaram a ser “especiais” neste mundo cão, que apenas empurra para passar. São pessoas de atitudes simples mas coerentes e, acima de tudo, fiéis para consigo mesmas que devemos querer para a nossa convivência e amizade.
É a existência dessas pessoas realmente autênticas e cada vez mais raras, que ainda me fazem acreditar que afinal o mundo não está completamente podre...
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Crise? Qual crise?
Em todos os meios de informação nacional e internacional, as notícias não são nada animadoras.
Fala-se que a crise económica e social, que se prevê seja prolongada e agravada pelo aumento de impostos sobre os bens e serviços e pela redução de subsídios e outros apoios sociais, a que acresce o aumento previsto do desemprego, pode provocar convulsões sociais em virtude do agravamento das dificuldades económicas e financeiras das famílias.
Porém, desde que cheguei aqui a Portugal, não notei nada de anormal, ou seja, vejo fartura: os cafés estão cheios, os restaurante, incluíndo os mais caros, estão cheios, as viagens para vários destinos nas agências, estão esgotadas, os voos estão lotados, os engarrafamentos automóveis estão na ordem do dia, as lojas estão apinhadas de gente a fazer compras, os supermercados fazem fila nas respectivas caixas, e eu pergunto: crise? Onde?
Estou a lembrar-me daquela fantástica manifestação da “geração à rasca”, que exibiram cartazes onde as queixas mais diversas poliferavam. Acredito que, de facto, possa haver muita gente “à rasca”, sempre houve, mas arregaçavam as mangas e iam à luta, aceitando todo e qualquer trabalho que fosse para ganhar uns tostões extras, eu própria assim fiz, o ordenado mal chegava para a renda de casa e por isso fui fazendo bolos todas as noites, que vendia a colegas e outras pessoas de outras empresas perto da minha, e vendia apartamentos aos fins de semana, nem por isso fiquei menos dignificada.
Neste nmomento oiço as queixas de amigos, cujos filhos não encontram empregos, ou, se os têm, recebem pouco ou as empresas ficam a dever-lhes os salários. Vejo também cartazes nas montras de lojas a pedir empregados que nunca aparecem, pois os cartazes vão-se mantendo nas montras por tempo indeterminado.
Os mesmos amigos lamentam-se que não há ninguém que queira arranjar um cano, faça uma instalação eléctrica ou apareça alguém que queira fazer as limpezas domésticas. Valha-nos as ucranianas…
A verdade é que os filhos de sapateiros, deixaram de ser sapateiros e as filhas das criadas de servir, não querem ser empregadas domésticas, uma realidade positiva. Mas a qualidade da educação não deveria ter sido, como foi, sacrificada.
Um dia destes, foi entrevistado um dos promotores de uma manifestação contra o desemprego. Afinal eram quase todos licenciados em Relações Internacionais. Isto habilita-os a quê? Alguém se deu ao trabalho de olhar o conteúdo destes cursos?
Estão à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. Continuam a querer vestir-se com roupas e sapatos de marca, não andam de transportes públicos e não deixam de frequentar os bares todas as noites.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca, são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens, como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Alguns têm pais que fizeram sacrifícios para os mandar para a universidade, outros provêm de famílias das classes médias, com relações políticas, outros ainda nasceram nos berços de oiro, há muito na posse dos antepassados.
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Temos uma geração que colecciona diplomas, com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional. Esses mesmos pais agora com reformas mirradas ou no desemprego, não sabem como desenrascar os filhos que lhe ficaram em casa até aos trinta e tal anos, pois habituaram-se a ter tudo de mão beijada.
Se há crise, ela vai ser esquecida ao mergulhar a atenção num jogo de futebol, nas compras, ou numa cervejaria com os amigos.
No "antigamente", Salazar sabia distrair-nos com o ópio do povo, conhecido pelos três "F's" (futebol, fado e Fátima). Aparentemente, a herança continua a surtir os seus resultados, parece que as distrações pouco variaram...
Portugal mudou muito e rapidamente. Numas coisas para melhor, noutras para pior. Com o 25 de Abril, deixámos de estar envolvidos numa guerra colonial, ganhámos as liberdades fundamentais e entrámos numa Europa, que dantes ficava para além dos Pirenéus.
Mas infelizmente Portugal cuida mal da sua imagem.
Não tem sido valorizada a educação nem os heróis do passado. Agora temos as consequências nada prometoras de uma geração nova a fugir para o estrangeiro em busca da continuação de mordomias a que estavam habituados em Portugal mas que, no estrangeiro, são bem capazes de fazer aquilo que são incapazes de fazer no seu próprio país.
Fala-se que a crise económica e social, que se prevê seja prolongada e agravada pelo aumento de impostos sobre os bens e serviços e pela redução de subsídios e outros apoios sociais, a que acresce o aumento previsto do desemprego, pode provocar convulsões sociais em virtude do agravamento das dificuldades económicas e financeiras das famílias.
Porém, desde que cheguei aqui a Portugal, não notei nada de anormal, ou seja, vejo fartura: os cafés estão cheios, os restaurante, incluíndo os mais caros, estão cheios, as viagens para vários destinos nas agências, estão esgotadas, os voos estão lotados, os engarrafamentos automóveis estão na ordem do dia, as lojas estão apinhadas de gente a fazer compras, os supermercados fazem fila nas respectivas caixas, e eu pergunto: crise? Onde?
Estou a lembrar-me daquela fantástica manifestação da “geração à rasca”, que exibiram cartazes onde as queixas mais diversas poliferavam. Acredito que, de facto, possa haver muita gente “à rasca”, sempre houve, mas arregaçavam as mangas e iam à luta, aceitando todo e qualquer trabalho que fosse para ganhar uns tostões extras, eu própria assim fiz, o ordenado mal chegava para a renda de casa e por isso fui fazendo bolos todas as noites, que vendia a colegas e outras pessoas de outras empresas perto da minha, e vendia apartamentos aos fins de semana, nem por isso fiquei menos dignificada.
Neste nmomento oiço as queixas de amigos, cujos filhos não encontram empregos, ou, se os têm, recebem pouco ou as empresas ficam a dever-lhes os salários. Vejo também cartazes nas montras de lojas a pedir empregados que nunca aparecem, pois os cartazes vão-se mantendo nas montras por tempo indeterminado.
Os mesmos amigos lamentam-se que não há ninguém que queira arranjar um cano, faça uma instalação eléctrica ou apareça alguém que queira fazer as limpezas domésticas. Valha-nos as ucranianas…
A verdade é que os filhos de sapateiros, deixaram de ser sapateiros e as filhas das criadas de servir, não querem ser empregadas domésticas, uma realidade positiva. Mas a qualidade da educação não deveria ter sido, como foi, sacrificada.
Um dia destes, foi entrevistado um dos promotores de uma manifestação contra o desemprego. Afinal eram quase todos licenciados em Relações Internacionais. Isto habilita-os a quê? Alguém se deu ao trabalho de olhar o conteúdo destes cursos?
Estão à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. Continuam a querer vestir-se com roupas e sapatos de marca, não andam de transportes públicos e não deixam de frequentar os bares todas as noites.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca, são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens, como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Alguns têm pais que fizeram sacrifícios para os mandar para a universidade, outros provêm de famílias das classes médias, com relações políticas, outros ainda nasceram nos berços de oiro, há muito na posse dos antepassados.
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Temos uma geração que colecciona diplomas, com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional. Esses mesmos pais agora com reformas mirradas ou no desemprego, não sabem como desenrascar os filhos que lhe ficaram em casa até aos trinta e tal anos, pois habituaram-se a ter tudo de mão beijada.
Se há crise, ela vai ser esquecida ao mergulhar a atenção num jogo de futebol, nas compras, ou numa cervejaria com os amigos.
No "antigamente", Salazar sabia distrair-nos com o ópio do povo, conhecido pelos três "F's" (futebol, fado e Fátima). Aparentemente, a herança continua a surtir os seus resultados, parece que as distrações pouco variaram...
Portugal mudou muito e rapidamente. Numas coisas para melhor, noutras para pior. Com o 25 de Abril, deixámos de estar envolvidos numa guerra colonial, ganhámos as liberdades fundamentais e entrámos numa Europa, que dantes ficava para além dos Pirenéus.
Mas infelizmente Portugal cuida mal da sua imagem.
Não tem sido valorizada a educação nem os heróis do passado. Agora temos as consequências nada prometoras de uma geração nova a fugir para o estrangeiro em busca da continuação de mordomias a que estavam habituados em Portugal mas que, no estrangeiro, são bem capazes de fazer aquilo que são incapazes de fazer no seu próprio país.
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segunda-feira, 25 de julho de 2011
Portugal! Férias, férias, férias
Quando olhei pela minúscula janela do avião e vi uma Lisboa cada vez mais próxima do meu alcance, o coração bateu com mais força.
Ah, que saudades! Palavra bem portuguesa e tantas vezes sentida pela ausência daquilo que compõe as nossas memórias, que constrói os nossos afectos e que se instalaram no nosso coração para sempre. Que bom voltar e rever a família, os amigos, os locais... Logo, à nossa chegada, foi o primeiro almoço na vizinhança. Os amigos sabendo da nossa vinda, acartaram connosco alegremente para um repasto bem “à portuguesa”…
As lembranças que envolvem algumas das pessoas, é o que as torna mais inesquecíveis, que todas as outras. Os longos abraços na família, depois de um ano de ausência que se transformou em saudades infindáveis, descobrir o jovem vizinho, que no ano passado era uma criança, já começa a ter barba, que uma amiga solteira, já traz nos braços o filhinho recém-nascido, que outro amigo, não mudou nada e por aí fora. Depois de desfazer as malas e dar uma limpeza à casa, um ano fechada, rumámos a Lisboa para tratar de assunto e ir ao encontro de amigos.
De máquina fotográfica em punho, tal qual turista que vê Lisboa pela primeira vez, fotografo entusiasmada os recantos que me são queridos.
O que escolher sobre a minha cidade, Lisboa? Quais as lembranças que devo despertar? Que lente usar para destacar o que é para mim o mais importante? A resposta é difícil!
Este ano não resisti em ir espreitar Almada, onde cresci e ali vivi muitos anos.
Fica na margem esquerda do estuário do Tejo, em frente a Lisboa e ligado a esta pela Ponte 25 de Abril, que atravessámos, desta vez sem as infindáveis filas habituais.
Devido à sua localização geográfica privilegiada, Almada foi durante muito tempo procurada como local de descanso pelas classes altas de Lisboa.
A importância económica do concelho assentou desde muito cedo na actividade marítima e na construção naval, sendo os estaleiros da Lisnave o expoente máximo da importância desse sector de actividade. O crescimento urbanístico do concelho acentuou-se notoriamente a partir da construção da ponte sobre o Tejo, tornando-se a cidade uma espécie de dormitório para a população que trabalha em Lisboa. Com o novo "Metro" que percorre a cidade, veio dar-lhe um ar moderno, porém um tanto solitário...
Decidi dar mais uma volta ao meu passado e demos a seguir um pulinho ao Montijo.
Ambas as cidades, Almada e Montijo, ficam no Distrido de Setúbal e vivi largos anos em ambas por períodos diferentes da minha vida e por lá deixei amigas, que conheci nos anos 70. Estava na altura de abraçá-las!
Eram cidades vivas, que tinham um comércio efeverescente, mas que hoje em dia, devido às grandes superfícies comerciais, foram morrendo. Houve fortes críticas em relação aos centros comerciais, pelo facto de estes fazerem uma guerra publicitária de ofertas incompatíveis com os centros urbanos, de forma a aumentarem a quantidade de consumidores. Os pequenos comerciantes não conseguiram rivalizar com os centros comerciais e assim, aos poucos, as lojinhas foram fechando…
Ainda se vêm algumas velhas lojas moribundas e poucas pessoas na rua. Estas duas cidades da outra margem do Rio Tejo, são agora, masi que nunca, dormitórios de gente que trabalha em Lisboa.
Não queria deixar de fazer aqui uma referência à Vila da Ericeira, onde vivem os nossos primos e onde, todos os anos, vamos ao seu encontro para um dia de convivio.
A Ericeira está situada cerca de 50 km a Noroeste de Lisboa, é uma pitoresca vila piscatória, que tem o mar como fonte inspiradora. O seu nome de origem é "Terra de ouriços", pelos imensos ouriços do mar, ao longo de todas as suas praias.
Nesta localidade de Portugal, "cheira a mar" vindo dos restaurantes, com peixe e marisco sempre fresco e, até o ambiente que se vive nas ruas, tudo tem a ver com o mar.
É tradição escolhermos um restaurante, onde o peixe seja fresco e bem servido, para almoçarmos e "pôr a escrita em dia".
E aqui não vemos o mar da mesma maneira que noutros sítios. É, de facto, verdade o que diz a canção: "Ericeira, onde o mar é mais azul..."
Recentemente, a relação com o mar foi ainda mais aprofundada, através da prática do surf nas praias desta região. Com efeito, esta modalidade atinge aqui níveis superiores e é por isso, que são organizadas regularmente provas internacionais que aqui trazem os melhores surfistas do mundo !
Mas não se pense que estas praias apresentam todas, ondas grandes e bem formadas, só acessíveis a surfistas. Há quem faça umas excelentes férias nesta zona, nem sempre atraídos pelas praias (para mim a água é super gelada). Há muitas praias à escolha: por exemplo, a Praia do Matadouro, é óptima para a prática do surf e também para quem procura estar mais envolvido com a carismática vila.
A dos Pescadores, é uma praia local, mesmo no Centro Histórico da Vila, onde se pode avistar as suas imensas arribas, que servem de casa para as gaivotas que ali vivem e se alimentam dos peixes vindos do Porto de pesca diariamente. É a praia de eleição para quem procura um mar mais calmo, pois forma uma lagoa, que circunda o pequeno areal. É tambem perfeita para longos passeios, quer de verão ou inverno, pois é acolhedora e protegida.
Depois ainda há a Praia do Sul, também é uma praia central, que contorna o Centro Histórico da Vila e é das mais frequentadas ao fim-de-semana por ter excelentes acessos e por formar piscinas gigantes naturais, sendo por isso a preferida pela criançada.
Quando era criança, os meus pais frequentavam a Praia da Foz do Lizandro, que ainda hoje recordo essas férias com saudade.
Nos dias de hoje, continua a ter uma dimensão razoável, de areia fina, água límpida e alguns restaurantes e bares bem decorados e apetrechados, para atenuar os calores de verão e bem receber os seus varaneantes.
Mas a vila tem mais encantos, é calma para quem procure descansar, mas também tem vida nocturna para quem queira alguma agitação.
Há ainda os mercados populares de “Santiago” ou dos “Alhos”, recantos antigos recuperados, que dão à vila uma certa sofisticação e encanto, bares, restaurantes, esplanadas e ainda os festivais, S. Sebastião, N. Sra. da Boa Viagem, N. Sra. Da Conceição, etc.
Aqui fica uma sugestão de passeio ou de férias, bem pertinho de Lisboa... E por falar em grandes superfícies, um dos lugares meus favoritos de característica únicas, com uma fabulosa variedade de oferta, é o Centro Comecial Colombo em Lisboa, com cerca de 420lojas, mais de 60 restaurantes, 10 salas de cinema, um Health Club, mais de 10 serviços de apoio ao cliente, um parque de diversões coberto, as melhores lojas de Moda e um bem apetrechado supermercado, com o nome de “Continente” onde, invariavelmente, faço as minhas compras. Outro local aprazível com imenso espaço e diversões, onde muitos portugueses fazem os seus passeios domingueiros, é no Parque das Nações que foi uma consequência do aproveitamento da “Expo98”, construída de raiz, uma vez que aquele local anteriormente era um terreno industrial bastante degradado e aquele espaço foi o ideal para albergar uma Exposição de cerca de 150 países, que funcionou de Maio a Setembro de 1998, com temas relacionados com o mar, a fim de assinalar o 500.º aniversário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia e, através disso, pretendeu debater as perspetivas do futuro da Humanidade, integrando os vários aspetos éticos e tecnológicos, com o tema «Os Oceanos, Um Património para o Futuro».
Muitos outros pavilhões temáticos, tiveram um retumbante êxito e a exposição determinou ainda a criação de importantes infraestruturas tais como a Ponte Vasco da Gama, que liga Loures ao Montijo, e a Estação do Oriente, que passou a funcionar como local de convergência de terminais ferroviários e rodoviários e do metropolitano.
Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade.
Arquitectonicamente, a "Expo" revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano, pois hoje em dia é um local agradável, onde ainda funciona o teleférico, restaurantes, bares e algumas actividades culturais, que faz deste parque um local de eleição dos passeios familiares dos fins de semana e de férias.
Aqui, integrado no Parque das Nações, também podemos encontrar o Centro Comercial Vasco da Gama, tão importante em dimensão como o “Colombo”, com imensas lojas, restaurantes, cinema, supermercado, etc.
LAGOS - ALGARVE Os portugueses em geral, têm uma especial predilecção pelo mar, não fossemos nós descendentes de navegadores...
O Algarve, que fica no sul de Portugal, tem umas praias bastante atractivas e o sol raramente se faz de rogado. Fomos até à cidade de Lagos, com muitas praias em seu redor, para descansar uns dias da agitação da primeira semana e usufruir de outras paisagens. Desta feita, deliciámo-nos na praia de Dona Ana, em Lagos, que fica perto da Ponta de Sagres, no Algarve. Foi aqui, na Praia de Dona Ana, onde passámos quase todas as manhãs. Numa delas, decidimos fazer uma viagem de 40 minutos (10€ por pessoa), num pequeno barco de pescadores,
que vagueia por pequenos rochedos, passa por debaixo de rochas de arcos rendilhados, cortesia do mar que, ao longo dos anos vai batendo e cavando túneis nessas rochas, que os pescadores vão dando nomes pomposos, conforme os formatos que a natureza imprime nelas.
A cidade de Lagos é um dos pedaços mais impressionantes da costa do Algarve. É uma cidade que se soube modernizar sem perder a personalidade.
Tem um Centro Histórico onde apetece perdermo-nos. Uma baía abrigada e um estuário navegável fizeram de Lagos o maior dos portos algarvios. Boa parte do centro da cidade está reservada para os peões. Abundam lojas, restaurantes, bares e esplanadas de ambiente cosmopolita , que se estendem ao largo da Praça Gil Eanes.
Lagos tem uma História respeitável, que pode ser observada por toda a Cidade e está repleta de bons locais onde se pode deliciar com refeições simples ou mais elaboradas, e por isso deixá-mo-nos mimar pela escolha de um ou outro restaurante com ofertas mais tentadoras, durante as nossas férias no Algarve. Para descontrair, decidimos ir até Faro, que é a cidade capital do Algarve muito famosa em todos os roteiros turísticos e habitualmente “reduzida” aos restaurantes, aos hotéis, às praias das redondezas.
Os panfletos turisticos falam do sol, do peixe fresco, das águas quentes da ria e, para além de tudo isso, também nos oferece praias magníficas para além de ser um local de grande interesse histórico devido a ter sido povoado desde os tempos pré-históricos. Durante a ocupação Romana enriqueceu, devido à pesca e à extracção do sal na zona, hoje em dia bastante mais moderadas.
Um passeio a pé pela cidade impõe-se a quem a quiser conhecer a sério. A começar pelo Jardim Manuel Bivar, a “sala de visitas” de Faro. Ali se juntam a cidade e o mar, que entra pelo jardim e o transforma em simpática marina, onde apenas chegam pequenas embarcações, as poucas que passam debaixo da ponte do caminho de ferro
E assim, partimos à descoberta do centro histórico, que é obrigatoriamente um dos principais pontos de paragem.
Percorrer as ruas estreitas e cheias de recantos dentro das muralhas, o mais antigo núcleo urbano, conhecido por Cidade Velha, muitas vezes ligadas por arcos, é a única maneira de absorver o encanto silencioso da Vila Adentro.
Achei de facto uma zona cheia de originalidade, a muralha que circunda grande parte da cidade, que teve origem no séc. IX, durante o período muçulmano.
Quando surgiu a Universidade do Algarve, Faro foi ganhando uma população jovem, fluente e animada que encheu o centro histórico farense.
Algumas ruas que se tornaram exclusivamente pedonais, muitas das casas de habitação e velhas lojas foram-se transformando em casas de diversão nocturna e hoje, nesta zona murada, existem imensos bares e discotecas, que dão animação à cidade e atraem mais turistas, e esta zona histórica da cidade que se foi adaptando assim às exigências de uma vida moderna.
Uma das coisas que mais aprecio, é a gastronomia Algarvia, que remonta aos tempos históricos da presença romana e árabe, constituindo a par do clima da região, um dos principais pontos de interesse turístico.
Os ingredientes utilizados reflectem os sabores frescos do mar e os aromas agradáveis e fortes do campo. Experimentei no restaurante “O Agostinho”, esta “Raia Alhada”, (raia estufada num pouco de água, com muito alho e coentros e servida com batatinhas novas cozidas), que me fez recordar os mais intensos odores maritimos, tal era o seu aroma e sabor fresco a maresia.
Desde o famoso "Arroz de Lingueirão" farense (Faro), da bela sardinha assada portimonense (Portimão) até aos doces "Dom Rodrigos" de Lagos, encontram-se maravilhas para todos os gostos às quais eu sou bastante sensível e nunca resisto em escolher um dos muitos pratos culinários que os restaurantes tentadoramente oferecem.
Depois podemos dar um passeio pelo calçadão junto ao mar, relaxa a alma e ajuda à digestão dos tentadores petiscos que a maioria dos restaurantes oferecem a preços diversos. Apesar da anunciada crise nos bater à porta, da intervenção da Troika e até da mudança política, a maioria dos portugueses não abdica de ir de férias e assim, para onde nos deslocámos, havia sempre imensa gente nos restaurantes, cafés, cinemas, Centros Comerciais e, para nosso desespero, raramente encontrávamos um lugarzinho numa esplanada. De volta a Lisboa, o nosso roteiro de visitas e encontros continuou... fomos almoçar com um grupo de amigos ao Bairro de Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos e, para sobremesa, escolhemos os famosos pastéis de nata e a não menos famosa "bica" (café curto). Os pastéis de nata são uma das mais populares e apreciadas especialidades da doçaria portuguesa. Embora se possam saborear estes bolinhos de creme de nata em muitos cafés e pastelarias espalhados por todo o país (até em Macau), a receita original é um segredo exclusivo da Fábrica dos Pastéis de Belém, em Lisboa. Aí, tradicionalmente, os pastéis de Belém comem-se ainda quentes, polvilhados de canela e açúcar em pó. A fama é tanta, que se vêm longas filas à porta para comprar um pacotinho de bolos, para levar para casa ou oferecer aos amigos. Inesperadamente, foi decidido irmos todos visitar o Museu dos Coches, que ficava mesmo ali ao lado, onde estivemos a saborear o nosso cafezinho entre gargalhadas e recordações dos “velhos tempos”.
Por muito estranho que pareça, e porque vivi em Lisboa até aos meus quarenta anos, acho que nunca tinha visitado este museu…
E, sem nos fazermos rogados, entrámos no velho edifício... Logo que entrámos, uma simpática guia ofereceu-se para nos fazer uma visita guiada. Em boa hora o fez, porque ela foi expondo tudo de forma esclarecedora, sem ser enfadonha, despertando-nos o interesse e a curiosidade, seguimos atentamente todas as explicações.
Foi pois sob nova perspectiva, que olhamos para aquelas respeitáveis carruagens antigas e nos apercebemos da importância destes veículos na sociedade de então.
Ficámos a saber que, em 1905 era uma escola de arte equestre, conhecida como "Picadeiro Real do Palácio de Belém", construída pelo arquitecto italiano Giacomo Azzolini, em 1726. Foi depois transformada num museu, pela rainha D. Amélia, esposa do rei D. Carlos, sob o nome Museu dos Coches Reais que, após o golpe republicano, teve o seu nome alterado.
Mas talvez seja já para o próximo ano que este Museu vai ser mudado para a Avenida da Índia, mesmo à beira do Tejo. Custará uma pequena fortuna para um país que está em crise, (à volta se trinta e um milhões de euros), mas depois toda a gente se habituará à ideia, ficará lindo, enorme, cheio de turistas e a cumprir o seu papel, tal como aconteceu com o Centro Cultural de Belém, cuja opinião geral, na altura, o achavam um "mostrengo"...
O antigo Museu dos Coches continua aberto e pronto a ser alugado, ficando por ali meia dúzia de Coches, para fazer de cenário para casamentos, baptizados e outras cerimónias e eventos com futuro ainda menos promissor. Sou uma fanática apreciadora de caracóis! Não há nada mais relaxante numa tarde quente de verão que nos sentarmos numa esplanada, saboreando um prato de caracóis, acompanhandos com uma cervejinha fresca e, de preferência, em boa companhia.
Ainda conseguimos arranjar tempo para ir a umas patuscadas de caracóis com alguns amigos igualmente fãs deste petisco, que é uma tradição tão antiga quanto saborosa, pois consegue reuniar à mesa os amigos, as conversas e as memórias… E enquanto se petisca, convive-se e vive-se mais!...
Estes bichinhos para além de nos servirem de petisco, também tiveram um grande êxito com o lançamento no ano passado em Portugal, de alguns produtos de "Baba do Caracol". Dizem que afinal tem uma longa tradição na medicina, pois a substância foi utilizada com grande sucesso em pessoas com queimaduras. A secreção produzida pelo molusco quando sofre irradiação, possui poder cicatrizante, é rico em aminoácidos e vitaminas e também é composta por proteínas, colágeno e alguns sais minerais que suavizam as rugas e rejuvenescem a pele. Portanto aqui fica a dica... Ah, falta-me falar de um espantoso restaurante mexicano onde jantámos, que fica ali no Passeio Marítimo de Algés, Lisboa e que se chama "Siesta".
É um restaurante cheio de cores, tem um bom ambiente e a comida é excelente. Pelo menos fazem fila à porta até às dez da noite, por isso será uma boa ideia reservar a mesa com um ou dois dias de antecedência.
Não sei se os pratos têm de facto o sabor original da comida mexicana, porque sabemos que nem sempre é possível transpor esses sabores ao nosso paladar e às vezes aquilo que nos dizem ser típico, os próprios nunca ouviram falar em tal prato.
Supondo que realmente não comemos “gato por lebre”, apreciei especialmente os “Nachos”, aqui nesta foto, cobertos de queijo, que têm de facto um paladar requintado e desapareceram rapidamente do prato.
Do prato dos amigos, provei um bocadinho de tudo que tinha um ar apetitoso e cheio de cores, aromas e sabores requintados. Recomendo vivamente! Durante a refeição, esta foi acompanhada de música ao vivo, dando um ambiente de fiesta, que é uma das caracterisitcas deste povo.
Para encontro de amigos ou festejar um aniversário, encontramos aqui um ambiente acolhedor, de decoração alegre, onde podemos degustar aromas e sabores fortes à beira-rio e... se for ao fim do dia, ainda cedinho, pode ver o pôr-do-sol sobre o Rio Tejo. Nada mais romântico!
E o final das férias aproximaram-se a passos largos e a despedida impunha-se…
Costuma ser um dos momentos mais doridos! É quando nos arrependemos de não termos feito isto ou aquilo, de não termos visitado este ou aquele lugar, faltava encontrar mais aquela amiga, mas já não dá tempo para mais.
Fica sempre a esperança que no ano seguinte, numa nova visita de férias, renovem-se os encontros e se matem as saudades de tudo aquilo que acartamos nas nossas memórias.
Adeus Portugal, levo-te no coração e espero enontrar-te de novo nas próximas férias.
(...) todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades diferentes em tudo da esperança; do mal, ficam as mágoas na lembrança e do bem (se algum houve) as saudades...Camões
Ah, que saudades! Palavra bem portuguesa e tantas vezes sentida pela ausência daquilo que compõe as nossas memórias, que constrói os nossos afectos e que se instalaram no nosso coração para sempre. Que bom voltar e rever a família, os amigos, os locais... Logo, à nossa chegada, foi o primeiro almoço na vizinhança. Os amigos sabendo da nossa vinda, acartaram connosco alegremente para um repasto bem “à portuguesa”…
As lembranças que envolvem algumas das pessoas, é o que as torna mais inesquecíveis, que todas as outras. Os longos abraços na família, depois de um ano de ausência que se transformou em saudades infindáveis, descobrir o jovem vizinho, que no ano passado era uma criança, já começa a ter barba, que uma amiga solteira, já traz nos braços o filhinho recém-nascido, que outro amigo, não mudou nada e por aí fora. Depois de desfazer as malas e dar uma limpeza à casa, um ano fechada, rumámos a Lisboa para tratar de assunto e ir ao encontro de amigos.
De máquina fotográfica em punho, tal qual turista que vê Lisboa pela primeira vez, fotografo entusiasmada os recantos que me são queridos.
O que escolher sobre a minha cidade, Lisboa? Quais as lembranças que devo despertar? Que lente usar para destacar o que é para mim o mais importante? A resposta é difícil!
Este ano não resisti em ir espreitar Almada, onde cresci e ali vivi muitos anos.
Fica na margem esquerda do estuário do Tejo, em frente a Lisboa e ligado a esta pela Ponte 25 de Abril, que atravessámos, desta vez sem as infindáveis filas habituais.
Devido à sua localização geográfica privilegiada, Almada foi durante muito tempo procurada como local de descanso pelas classes altas de Lisboa.
A importância económica do concelho assentou desde muito cedo na actividade marítima e na construção naval, sendo os estaleiros da Lisnave o expoente máximo da importância desse sector de actividade. O crescimento urbanístico do concelho acentuou-se notoriamente a partir da construção da ponte sobre o Tejo, tornando-se a cidade uma espécie de dormitório para a população que trabalha em Lisboa. Com o novo "Metro" que percorre a cidade, veio dar-lhe um ar moderno, porém um tanto solitário...
Decidi dar mais uma volta ao meu passado e demos a seguir um pulinho ao Montijo.
Ambas as cidades, Almada e Montijo, ficam no Distrido de Setúbal e vivi largos anos em ambas por períodos diferentes da minha vida e por lá deixei amigas, que conheci nos anos 70. Estava na altura de abraçá-las!
Eram cidades vivas, que tinham um comércio efeverescente, mas que hoje em dia, devido às grandes superfícies comerciais, foram morrendo. Houve fortes críticas em relação aos centros comerciais, pelo facto de estes fazerem uma guerra publicitária de ofertas incompatíveis com os centros urbanos, de forma a aumentarem a quantidade de consumidores. Os pequenos comerciantes não conseguiram rivalizar com os centros comerciais e assim, aos poucos, as lojinhas foram fechando…
Ainda se vêm algumas velhas lojas moribundas e poucas pessoas na rua. Estas duas cidades da outra margem do Rio Tejo, são agora, masi que nunca, dormitórios de gente que trabalha em Lisboa.
Não queria deixar de fazer aqui uma referência à Vila da Ericeira, onde vivem os nossos primos e onde, todos os anos, vamos ao seu encontro para um dia de convivio.
A Ericeira está situada cerca de 50 km a Noroeste de Lisboa, é uma pitoresca vila piscatória, que tem o mar como fonte inspiradora. O seu nome de origem é "Terra de ouriços", pelos imensos ouriços do mar, ao longo de todas as suas praias.
Nesta localidade de Portugal, "cheira a mar" vindo dos restaurantes, com peixe e marisco sempre fresco e, até o ambiente que se vive nas ruas, tudo tem a ver com o mar.
É tradição escolhermos um restaurante, onde o peixe seja fresco e bem servido, para almoçarmos e "pôr a escrita em dia".
E aqui não vemos o mar da mesma maneira que noutros sítios. É, de facto, verdade o que diz a canção: "Ericeira, onde o mar é mais azul..."
Recentemente, a relação com o mar foi ainda mais aprofundada, através da prática do surf nas praias desta região. Com efeito, esta modalidade atinge aqui níveis superiores e é por isso, que são organizadas regularmente provas internacionais que aqui trazem os melhores surfistas do mundo !
Mas não se pense que estas praias apresentam todas, ondas grandes e bem formadas, só acessíveis a surfistas. Há quem faça umas excelentes férias nesta zona, nem sempre atraídos pelas praias (para mim a água é super gelada). Há muitas praias à escolha: por exemplo, a Praia do Matadouro, é óptima para a prática do surf e também para quem procura estar mais envolvido com a carismática vila.
A dos Pescadores, é uma praia local, mesmo no Centro Histórico da Vila, onde se pode avistar as suas imensas arribas, que servem de casa para as gaivotas que ali vivem e se alimentam dos peixes vindos do Porto de pesca diariamente. É a praia de eleição para quem procura um mar mais calmo, pois forma uma lagoa, que circunda o pequeno areal. É tambem perfeita para longos passeios, quer de verão ou inverno, pois é acolhedora e protegida.
Depois ainda há a Praia do Sul, também é uma praia central, que contorna o Centro Histórico da Vila e é das mais frequentadas ao fim-de-semana por ter excelentes acessos e por formar piscinas gigantes naturais, sendo por isso a preferida pela criançada.
Quando era criança, os meus pais frequentavam a Praia da Foz do Lizandro, que ainda hoje recordo essas férias com saudade.
Nos dias de hoje, continua a ter uma dimensão razoável, de areia fina, água límpida e alguns restaurantes e bares bem decorados e apetrechados, para atenuar os calores de verão e bem receber os seus varaneantes.
Mas a vila tem mais encantos, é calma para quem procure descansar, mas também tem vida nocturna para quem queira alguma agitação.
Há ainda os mercados populares de “Santiago” ou dos “Alhos”, recantos antigos recuperados, que dão à vila uma certa sofisticação e encanto, bares, restaurantes, esplanadas e ainda os festivais, S. Sebastião, N. Sra. da Boa Viagem, N. Sra. Da Conceição, etc.
Aqui fica uma sugestão de passeio ou de férias, bem pertinho de Lisboa... E por falar em grandes superfícies, um dos lugares meus favoritos de característica únicas, com uma fabulosa variedade de oferta, é o Centro Comecial Colombo em Lisboa, com cerca de 420lojas, mais de 60 restaurantes, 10 salas de cinema, um Health Club, mais de 10 serviços de apoio ao cliente, um parque de diversões coberto, as melhores lojas de Moda e um bem apetrechado supermercado, com o nome de “Continente” onde, invariavelmente, faço as minhas compras. Outro local aprazível com imenso espaço e diversões, onde muitos portugueses fazem os seus passeios domingueiros, é no Parque das Nações que foi uma consequência do aproveitamento da “Expo98”, construída de raiz, uma vez que aquele local anteriormente era um terreno industrial bastante degradado e aquele espaço foi o ideal para albergar uma Exposição de cerca de 150 países, que funcionou de Maio a Setembro de 1998, com temas relacionados com o mar, a fim de assinalar o 500.º aniversário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia e, através disso, pretendeu debater as perspetivas do futuro da Humanidade, integrando os vários aspetos éticos e tecnológicos, com o tema «Os Oceanos, Um Património para o Futuro».
Muitos outros pavilhões temáticos, tiveram um retumbante êxito e a exposição determinou ainda a criação de importantes infraestruturas tais como a Ponte Vasco da Gama, que liga Loures ao Montijo, e a Estação do Oriente, que passou a funcionar como local de convergência de terminais ferroviários e rodoviários e do metropolitano.
Parte do seu sucesso ficou a dever-se à vitalidade cultural que demonstrou - por exemplo, os seus cerca de 5000 eventos musicais constituíram um dos maiores festivais musicais da história da humanidade.
Arquitectonicamente, a "Expo" revolucionou esta parte da cidade e influenciou os hábitos de conservação urbana dos portugueses - pode dizer-se que o Parque das Nações é um exemplo de conservação bem-sucedida dum espaço urbano, pois hoje em dia é um local agradável, onde ainda funciona o teleférico, restaurantes, bares e algumas actividades culturais, que faz deste parque um local de eleição dos passeios familiares dos fins de semana e de férias.
Aqui, integrado no Parque das Nações, também podemos encontrar o Centro Comercial Vasco da Gama, tão importante em dimensão como o “Colombo”, com imensas lojas, restaurantes, cinema, supermercado, etc.
LAGOS - ALGARVE Os portugueses em geral, têm uma especial predilecção pelo mar, não fossemos nós descendentes de navegadores...
O Algarve, que fica no sul de Portugal, tem umas praias bastante atractivas e o sol raramente se faz de rogado. Fomos até à cidade de Lagos, com muitas praias em seu redor, para descansar uns dias da agitação da primeira semana e usufruir de outras paisagens. Desta feita, deliciámo-nos na praia de Dona Ana, em Lagos, que fica perto da Ponta de Sagres, no Algarve. Foi aqui, na Praia de Dona Ana, onde passámos quase todas as manhãs. Numa delas, decidimos fazer uma viagem de 40 minutos (10€ por pessoa), num pequeno barco de pescadores,
que vagueia por pequenos rochedos, passa por debaixo de rochas de arcos rendilhados, cortesia do mar que, ao longo dos anos vai batendo e cavando túneis nessas rochas, que os pescadores vão dando nomes pomposos, conforme os formatos que a natureza imprime nelas.
A cidade de Lagos é um dos pedaços mais impressionantes da costa do Algarve. É uma cidade que se soube modernizar sem perder a personalidade.
Tem um Centro Histórico onde apetece perdermo-nos. Uma baía abrigada e um estuário navegável fizeram de Lagos o maior dos portos algarvios. Boa parte do centro da cidade está reservada para os peões. Abundam lojas, restaurantes, bares e esplanadas de ambiente cosmopolita , que se estendem ao largo da Praça Gil Eanes.
Lagos tem uma História respeitável, que pode ser observada por toda a Cidade e está repleta de bons locais onde se pode deliciar com refeições simples ou mais elaboradas, e por isso deixá-mo-nos mimar pela escolha de um ou outro restaurante com ofertas mais tentadoras, durante as nossas férias no Algarve. Para descontrair, decidimos ir até Faro, que é a cidade capital do Algarve muito famosa em todos os roteiros turísticos e habitualmente “reduzida” aos restaurantes, aos hotéis, às praias das redondezas.
Os panfletos turisticos falam do sol, do peixe fresco, das águas quentes da ria e, para além de tudo isso, também nos oferece praias magníficas para além de ser um local de grande interesse histórico devido a ter sido povoado desde os tempos pré-históricos. Durante a ocupação Romana enriqueceu, devido à pesca e à extracção do sal na zona, hoje em dia bastante mais moderadas.
Um passeio a pé pela cidade impõe-se a quem a quiser conhecer a sério. A começar pelo Jardim Manuel Bivar, a “sala de visitas” de Faro. Ali se juntam a cidade e o mar, que entra pelo jardim e o transforma em simpática marina, onde apenas chegam pequenas embarcações, as poucas que passam debaixo da ponte do caminho de ferro
E assim, partimos à descoberta do centro histórico, que é obrigatoriamente um dos principais pontos de paragem.
Percorrer as ruas estreitas e cheias de recantos dentro das muralhas, o mais antigo núcleo urbano, conhecido por Cidade Velha, muitas vezes ligadas por arcos, é a única maneira de absorver o encanto silencioso da Vila Adentro.
Achei de facto uma zona cheia de originalidade, a muralha que circunda grande parte da cidade, que teve origem no séc. IX, durante o período muçulmano.
Quando surgiu a Universidade do Algarve, Faro foi ganhando uma população jovem, fluente e animada que encheu o centro histórico farense.
Algumas ruas que se tornaram exclusivamente pedonais, muitas das casas de habitação e velhas lojas foram-se transformando em casas de diversão nocturna e hoje, nesta zona murada, existem imensos bares e discotecas, que dão animação à cidade e atraem mais turistas, e esta zona histórica da cidade que se foi adaptando assim às exigências de uma vida moderna.
Uma das coisas que mais aprecio, é a gastronomia Algarvia, que remonta aos tempos históricos da presença romana e árabe, constituindo a par do clima da região, um dos principais pontos de interesse turístico.
Os ingredientes utilizados reflectem os sabores frescos do mar e os aromas agradáveis e fortes do campo. Experimentei no restaurante “O Agostinho”, esta “Raia Alhada”, (raia estufada num pouco de água, com muito alho e coentros e servida com batatinhas novas cozidas), que me fez recordar os mais intensos odores maritimos, tal era o seu aroma e sabor fresco a maresia.
Desde o famoso "Arroz de Lingueirão" farense (Faro), da bela sardinha assada portimonense (Portimão) até aos doces "Dom Rodrigos" de Lagos, encontram-se maravilhas para todos os gostos às quais eu sou bastante sensível e nunca resisto em escolher um dos muitos pratos culinários que os restaurantes tentadoramente oferecem.
Depois podemos dar um passeio pelo calçadão junto ao mar, relaxa a alma e ajuda à digestão dos tentadores petiscos que a maioria dos restaurantes oferecem a preços diversos. Apesar da anunciada crise nos bater à porta, da intervenção da Troika e até da mudança política, a maioria dos portugueses não abdica de ir de férias e assim, para onde nos deslocámos, havia sempre imensa gente nos restaurantes, cafés, cinemas, Centros Comerciais e, para nosso desespero, raramente encontrávamos um lugarzinho numa esplanada. De volta a Lisboa, o nosso roteiro de visitas e encontros continuou... fomos almoçar com um grupo de amigos ao Bairro de Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos e, para sobremesa, escolhemos os famosos pastéis de nata e a não menos famosa "bica" (café curto). Os pastéis de nata são uma das mais populares e apreciadas especialidades da doçaria portuguesa. Embora se possam saborear estes bolinhos de creme de nata em muitos cafés e pastelarias espalhados por todo o país (até em Macau), a receita original é um segredo exclusivo da Fábrica dos Pastéis de Belém, em Lisboa. Aí, tradicionalmente, os pastéis de Belém comem-se ainda quentes, polvilhados de canela e açúcar em pó. A fama é tanta, que se vêm longas filas à porta para comprar um pacotinho de bolos, para levar para casa ou oferecer aos amigos. Inesperadamente, foi decidido irmos todos visitar o Museu dos Coches, que ficava mesmo ali ao lado, onde estivemos a saborear o nosso cafezinho entre gargalhadas e recordações dos “velhos tempos”.
Por muito estranho que pareça, e porque vivi em Lisboa até aos meus quarenta anos, acho que nunca tinha visitado este museu…
E, sem nos fazermos rogados, entrámos no velho edifício... Logo que entrámos, uma simpática guia ofereceu-se para nos fazer uma visita guiada. Em boa hora o fez, porque ela foi expondo tudo de forma esclarecedora, sem ser enfadonha, despertando-nos o interesse e a curiosidade, seguimos atentamente todas as explicações.
Foi pois sob nova perspectiva, que olhamos para aquelas respeitáveis carruagens antigas e nos apercebemos da importância destes veículos na sociedade de então.
Ficámos a saber que, em 1905 era uma escola de arte equestre, conhecida como "Picadeiro Real do Palácio de Belém", construída pelo arquitecto italiano Giacomo Azzolini, em 1726. Foi depois transformada num museu, pela rainha D. Amélia, esposa do rei D. Carlos, sob o nome Museu dos Coches Reais que, após o golpe republicano, teve o seu nome alterado.
Mas talvez seja já para o próximo ano que este Museu vai ser mudado para a Avenida da Índia, mesmo à beira do Tejo. Custará uma pequena fortuna para um país que está em crise, (à volta se trinta e um milhões de euros), mas depois toda a gente se habituará à ideia, ficará lindo, enorme, cheio de turistas e a cumprir o seu papel, tal como aconteceu com o Centro Cultural de Belém, cuja opinião geral, na altura, o achavam um "mostrengo"...
O antigo Museu dos Coches continua aberto e pronto a ser alugado, ficando por ali meia dúzia de Coches, para fazer de cenário para casamentos, baptizados e outras cerimónias e eventos com futuro ainda menos promissor. Sou uma fanática apreciadora de caracóis! Não há nada mais relaxante numa tarde quente de verão que nos sentarmos numa esplanada, saboreando um prato de caracóis, acompanhandos com uma cervejinha fresca e, de preferência, em boa companhia.
Ainda conseguimos arranjar tempo para ir a umas patuscadas de caracóis com alguns amigos igualmente fãs deste petisco, que é uma tradição tão antiga quanto saborosa, pois consegue reuniar à mesa os amigos, as conversas e as memórias… E enquanto se petisca, convive-se e vive-se mais!...
Estes bichinhos para além de nos servirem de petisco, também tiveram um grande êxito com o lançamento no ano passado em Portugal, de alguns produtos de "Baba do Caracol". Dizem que afinal tem uma longa tradição na medicina, pois a substância foi utilizada com grande sucesso em pessoas com queimaduras. A secreção produzida pelo molusco quando sofre irradiação, possui poder cicatrizante, é rico em aminoácidos e vitaminas e também é composta por proteínas, colágeno e alguns sais minerais que suavizam as rugas e rejuvenescem a pele. Portanto aqui fica a dica... Ah, falta-me falar de um espantoso restaurante mexicano onde jantámos, que fica ali no Passeio Marítimo de Algés, Lisboa e que se chama "Siesta".
É um restaurante cheio de cores, tem um bom ambiente e a comida é excelente. Pelo menos fazem fila à porta até às dez da noite, por isso será uma boa ideia reservar a mesa com um ou dois dias de antecedência.
Não sei se os pratos têm de facto o sabor original da comida mexicana, porque sabemos que nem sempre é possível transpor esses sabores ao nosso paladar e às vezes aquilo que nos dizem ser típico, os próprios nunca ouviram falar em tal prato.
Supondo que realmente não comemos “gato por lebre”, apreciei especialmente os “Nachos”, aqui nesta foto, cobertos de queijo, que têm de facto um paladar requintado e desapareceram rapidamente do prato.
Do prato dos amigos, provei um bocadinho de tudo que tinha um ar apetitoso e cheio de cores, aromas e sabores requintados. Recomendo vivamente! Durante a refeição, esta foi acompanhada de música ao vivo, dando um ambiente de fiesta, que é uma das caracterisitcas deste povo.
Para encontro de amigos ou festejar um aniversário, encontramos aqui um ambiente acolhedor, de decoração alegre, onde podemos degustar aromas e sabores fortes à beira-rio e... se for ao fim do dia, ainda cedinho, pode ver o pôr-do-sol sobre o Rio Tejo. Nada mais romântico!
E o final das férias aproximaram-se a passos largos e a despedida impunha-se…
Costuma ser um dos momentos mais doridos! É quando nos arrependemos de não termos feito isto ou aquilo, de não termos visitado este ou aquele lugar, faltava encontrar mais aquela amiga, mas já não dá tempo para mais.
Fica sempre a esperança que no ano seguinte, numa nova visita de férias, renovem-se os encontros e se matem as saudades de tudo aquilo que acartamos nas nossas memórias.
Adeus Portugal, levo-te no coração e espero enontrar-te de novo nas próximas férias.
(...) todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades diferentes em tudo da esperança; do mal, ficam as mágoas na lembrança e do bem (se algum houve) as saudades...Camões
terça-feira, 19 de julho de 2011
Cidade do sonho
“Eu tenho uma espécie de dever, o dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectáculo de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espectáculo que posso ter.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis.” (Fernando Pessoa)
Sofres e choras? Vem comigo! Vou mostrar-te
O caminho que leva à Cidade do Sonho…
De tão alta que está, vê-se de toda a parte,
Mas o íngreme trajecto é florido e risonho.
Vai por entre rosais, sinuoso e macio,
Como o caminho chão duma aldeia ao luar,
Todo branco a luzir numa noite de Estio,
Sob o intenso clamor dos ralos a cantar.
Se o teu ânimo sofre amarguras na vida,
Deves empreender essa jornada louca;
O Sonho é para nós a Terra Prometida:
Em beijos o maná chove na nossa boca…
Vistos dessa eminência, o mundo e as suas sombras,
Tingem-se no esplendor dum perpétuo arrebol;
O mais estéril chão tapeta-se de alfombras,
Não há nuvens no céu, nunca se põe o Sol.
Nela mora encantada a Ventura perfeita
Que no mundo jamais nos é dado sentir…
E a um beijo só colhido em seus lábios de Eleita,
A própria Dor começa a cantar e a sorrir!
Que importa o despertar? Esse instante divino
Como recordação indelével persiste;
E neste amargo exílio, através do destino,
Ventura sem pesar só na memória existe…
António Feijó, in ‘Sol de Inverno’
sábado, 16 de julho de 2011
Vou de férias!
E chegaram finalmente as férias! O trabalho cansa e o descanso dignifica o homem (neste caso, a mulher).
Estarei de férias por umas escassas quatro semanas em visita ao meu Portugal. Vou trocar de bom grado o calor húmido e as chuvas tropicais de Macau, pela temperatura amena e as aconchegantes areias das praias de Portugal.
Vou tentar desligar-me de alguns problemas de cá, para conseguir digerir os problemas de lá.
Seja como for, as férias têm sempre algumas vantagens, pelo menos fico com menos ansiedade para acompanhar o noticiário, vejo algumas séries que gosto em canais próprios, adoro ir ao Centro Comercial Colombo em Lisboa, onde se entra num outro mundo, caro, é certo, mas que é um festival para os olhos e um exercício para as pernas, pois é enorme.
Dá gosto tomar uma qualquer refeição num dos restaurantes que poliferam no segundo piso, comer um daqueles tentadores gelados e finalmente escolher um bom filme, pois o cimena tem sempre à disposição dez salas, com os filmes mais recentes em cartaz.
Vou ao encontro da família, vou rever amigos e fazer novos conhecimentos.
Parte de minhas férias será dedicada a algo fenomenal, ou seja, serei turista no meu próprio país, nunca me canso de visitar as cidades de Portugal, porque há sempre muito para ser visto, as cidades estão renovadas pelos recentes desenvolvimentos, as paisagens são lindas, a gastronomia é das melhores do mundo e o melhor de tudo, é que posso expremir-me na minha língua.
Por tudo isto, parto cheia de expectativas e desejo a todos umas boas férias e até ao meu regresso.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Poema aos homens constipados
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
-"Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer".
António Lobo Antunes
Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
-"Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer".
António Lobo Antunes
Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Chá, o néctar dos deuses....
O Chá é um prazer para os nossos sentidos! Tem sido sempre celebrado como um tesouro cultural e uma arte. Ambos se mesclaram por milénios. Originário da China, atravessou desertos e mares, foi trocado por prata e despoletou guerras. Nestas páginas, viajará com exclusividade pelos tempos das cerimónias chinesas e japonesas do chá, ambas seguidas e admiradas por milhares através do mundo. Mas... outros países também têm a sua história, não esquecendo os ingleses, no seu elegante Afternoon Tea, o Tibete, a Rússia e para terminar o chá no Egipto, demonstrando assim que o chá é uma das bebidas mais antigas e mais consumidas em todo o mundo e que faz parte dos hábitos diários de vários povos que o consideram um verdadeiro elixir dos deuses.
A China é o berço e a terra do chá e da sua cultura. Esta, desempenhou um papel importante na cultura tradicional chinesa.
Na História moderna, Macau foi a primeira janela de acesso para que a cultura chinesa do chá se espalhasse pelo mundo ocidental.
ALGUMAS LENDAS:
As origens do chá perdem-se nos tempos e perpetuam-se através de mitos e lendas. Na memória quotidiana do povo chinês é símbolo de bem receber, originando um bom ambiente de convívio e hospitalidade.
A lenda que está ligada à origem do chá como bebida, conta que um dia estava Shen Nong debaixo de uma árvore de camélias quando, sem reparar, caíu uma folha dentro do recipiente onde fervia água. Ao beber a água, notou um desconhecido e agradável sabor, descobrindo assim o chá como bebida.
Durante séculos, muito foi escrito sobre o chá. Folhas de chá faziam parte dos adereços funerários que acompanhavam o morto na sepultura, durante a dinastia Han, entre 206 a.C. a 24 d.C. Segundo o relato de um dos livros mais importantes sobre o chá, "O Chá Chinês", de Wang Dunyan, nessa época, o processo de produção estava dividido entre o colher, escolher, torrar e amassar em forma de bolo.
Antes do chá passar a ser embalado, era antigamente pesado e vendido em pequenas porções nas casas da especialidade. Ainda hoje, em algumas das plantações, há quem o faça, em especial nos considerados medicinais...
O que é o chá
O chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Actualmente, cerca de 3mil produtos levam o nome de "chá" mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham na sua composição a "Camellia sinensis", ou seja, aqueles que nós chamamos chá de hortelã, erva-cidreira e outros tantos, são, para sermos mais correctos, tisanas ou infusões.
A partir das folhas da "Camellia sinensis" é possível obter diferentes tipos de chá e, dependendo do tipo de tratamento a que são sujeitas, dividi-los nas seguintes categorias:
Verde - As folhas vão para a secagem após a colheita. O seu sabor é um tanto amargo. As folhas são apenas passadas pelo calor, imediatamente após a colheita, evitando assim a fermentação. O chá Gyokuro (gotas de orvalho), do Japão, é considerado um dos melhores – as suas folhas são cobertas com uma tela antes da colheita para preservar a clorofila e perderem o tanino, ficando por isso adocicadas.
Preto - As folhas sofrem um processo de fermentação que torna o líquido num tom avermelhado escuro e de sabor intenso. As folhas são colocadas em tanques fechados até fermentarem. A seguir são aquecidas e desidratadas.
Oolong - Sofre um processo de fermentação muito curto. Uma secagem rápida é feita logo após a colheita. Depois as folhas vão para um tanque para fermentar apenas um pouco, uma vez que o processo é interrompido ainda no início. O sabor é suave. Este chá é o menos comum no mundo ocidental.
Aromatizados - Qualquer chá, independentemente do tratamento pelo qual tenha passado, pode receber a adicção de outras folhas, frutos secos ou flores, cujos sabores se misturam e os tornam em chás especiais.
A tradição das casas de chá
Durante muitos anos, a vida social era feita em casas de chá. Algumas dessas casas abria às quatro da manhã e enquanto os patos lacados iam sendo dependurados à porta, enchia-se de uma clientela de uma cidade que não pára, noite e dia.
Muitos desses clientes nocturnos, eram pescadores. Por ali se deixavam ficar, em amena cavaqueira até ao raiar do dia, acompanhados por tigelas de chá e dim sam. A sala ia-se enchendo e às seis e meia era já difícil encontrar uma mesa vazia.
Era a hora normal da chegada dos clientes com os seus pássaros em gaiolas.
As enormes salas amplas, cuja amplitude dificilmente se pode agora conceber nesta cidade onde o espaço, todo ele é aproveitado ao milímetro, permitiam um ambiente dedicado ao convívio através do chá. As ventoinhas colocadas por todo o tecto, removiam o ar abrasador e a quantidade de empregados era grande, tendo cada um as suas funções. Quando um cliente chegava, era-lhe colocada uma tigela cheia de folhas de chá e um bule. Numa grande chaleira, a água fervida era servida às mesas pelo empregado, enchendo os bules que, com a tampa pousada na asa, indicavam precisar de água. Num outro recipiente, cada cliente lavava e escaldava com água os seus copos.
Também a primeira água do forte chá preto de folhas cortadas era vertida para esse recipiente.
Este ritual que era completado com os petiscos de "dim sam" que na tradução, significa "tocar o coração".
A sua origem remete à Rota da Seda, entre os séculos IX e X. Os mercadores paravam em casas de chás para se recompor das cansativas viagens e, como cortesia, os donos ofereciam "dim sam". Era um sinal de apreço, um agrado ao cliente.
Assim, os empregados faziam circular em grandes paletes de bambu com este delicioso petisco. Também se serviam refeições e pelo número de patos que, depenados entravam para a cozinha, parecia ser um prato com muita saída.
Junto à porta, por detrás de um pequeno balcão, o caixa com a ajuda de um ábaco ia fazendo as contas e recebendo dos clientes o dinheiro do consumo. O preço do bule de chá não pagava o convívio. Fechava à uma da tarde. Infelizmente estas casas pertencem a um passado recente. Todas encerraram definitivamente para darem lugar a novos espaços de gentes apressadas que preferem agora os bares, restaurantes, Pizza Huts, McDonald’s...
Visita a uma plantação de chá
Mas ainda há muita boa gente entre chineses e estrangeiros que se interessam por aprender, divulgar e apreciar esta preciosa planta. Algumas Associações abrem cursos para quem queira aprender como preparar, escolher e apreciar o chá.
Depois dos alunos tomarem as suas notas nas aulas, fazem pesquisas em bibliotecas, na Net ou mesmo fazendo algumas entrevistas. Apresentam depois os resultados ao professor, demonstrando assim que aprenderam alguma coisa na teoria.
A seguir, vem a aprendizagem prática, ou seja, os alunos, são levados a um dos imensos campos de cultivo de chá que poliferam na China, e ali, em contacto com a natureza, vão aprendendo a conhecer as plantas, a técnica de recolha e todas as restantes operações até chegar finalmente à sua confecção.
Normalmente, são precisos cinco anos para se começar a colher as primeiras folhas, mas, ao fim de 30 anos o arbusto já é muito velho para produzir. Assim, o tronco do arbusto velho deve ser fendido e enxertado para que continue a produção, atingindo a planta à idade de cem ou mais anos. Na sua forma natural atinge vários metros de altura, mas, quando cultivada, permanece em forma de arbusto, alcançando apenas cerca de um metro. Os quatro a nove primeiros anos levam as sementes a dar origem a arbustos e às folhas a ficarem prontas para a colheita. Segundo Wenceslau de Moraes, no seu livro “O Culto do Chá”, no primeiro ano não se aduba a terra. Só depois se usa fazê-lo com regularidade.
Depois da colheita vem a selecção, a cozedura, a prensagem, a moagem, a moldagem e a secagem. A altura de colher as folhas depende do clima da região, mas o período vai desde o início da Primavera até Outubro. Sempre que vamos em passeio pela China, muitas das vezes está incluída uma visita a uma casa comercial de chá ou mesmo podemos visitar a plantação, se eventualmente essa região vive em função do cultivo do chá, mesmo em pequenas propriedades, numa altitude média e de clima húmido.
Antes de vermos qualquer coisa, somos levados primeiro para uma sala, onde a nossa anfitriã faz uma apresentação muito profissional, falando dos inúmeros benefícios funcionais do consumo do chá e, depois depende da qualidade que estejam a divulgar/vender. Por exemplo, os chineses sabem que os estrangeiros apreciam o chá verde pelos seus poderes medicinais, então ela desfila as vantagens de consumir este chá em função dos polifenóis (substância antioxidante que traz benefícios para a saúde cardiovascular).
Depois vem a demonstração, colocando água num jarro transparente, mais flocos de arroz e iodo num copo, que ganha então uma coloração amarelo escuro. Em seguida adicionou folhas de chá verde ao líquido que, em alguns segundos, ficou de novo transparente!!! Não sei se o chá terá essa intensidade de poder dentro do nosso organismo, mas o impacto visual da “mágica” impressiona sempre! Muitos de nós acabamos por comprar o chá, que ela diz ser “imperial”, por ser o melhor da estação (primavera), mais aromático e fresco que todos os outros.
A preparação e cerimónia do chá
A preparação do chá requer um ritual próprio. Primeiro o anfitrião escolhe as peças que irão ser usadas para preparar o chá. Existem conjuntos de diferentes cores e formatos feitos com diferentes técnicas de cerâmica.
Um verdadeiro estudioso da arte de servir chá, normalmente é um coleccionador e saberá escolher e adquirir estas diferentes peças que possuem características especiais. O anfitrião apresenta aos convidados o recipiente onde coloca as folhas. Se o bule for de colecção, a história do bule é contada, como foi feito, onde foi encontrado, como foi adquirido, etc. Os convidados apreciam o bule. A seguir o anfitrião mostra o chá que será preparado. O chá mais popular na China é o verde (bancha), seguido do oolong e do chá preto, que os chineses chamam “chá vermelho” (hongcha).
A seguir o anfitrião deita a água quente da chaleira (que deve ter um bico curvo) por cima das folhas de chá a uma determinada distância. Esse primeiro chá é deitado fora pois trata-se da lavagem das folhas. Volta a repetir a operação e verte este segundo líquido em copinhos compridos (como mostra a foto) passando-os aos convidados para que estes aspirem o seu vapor e assim apreciem o aroma antes de o beber.
Em seguida vai deitando o líquido desses copos altos nas pequenas e delicadas chávenas de louça que estão dispostas em círculo sobre o tabuleiro. As chávenas não devem ser servidas com o chá uma a uma, mas todas de uma vez. A água quente é derramada sobre as folhas do chá num único fio - não se pode deixar a água formar bolhas para que não faça espuma.
É preciso muita perícia neste acto, para não derramar o chá no tabuleiro e não pode sobrar água no bule, pois a prolongada imersão das folhas deixa um sabor amargo no chá.
Os chás de boa qualidade possuem um aroma rico e um sabor diferente do aroma. Após essa primeira rodada de chá, o bule é novamente cheio com água quente e retoma-se o processo, uma vez que as folhas de chá de qualidade permitem que se prepare cinco a seis rodadas de bebida.
A China é o berço e a terra do chá e da sua cultura. Esta, desempenhou um papel importante na cultura tradicional chinesa.
Na História moderna, Macau foi a primeira janela de acesso para que a cultura chinesa do chá se espalhasse pelo mundo ocidental.
ALGUMAS LENDAS:
As origens do chá perdem-se nos tempos e perpetuam-se através de mitos e lendas. Na memória quotidiana do povo chinês é símbolo de bem receber, originando um bom ambiente de convívio e hospitalidade.
A lenda que está ligada à origem do chá como bebida, conta que um dia estava Shen Nong debaixo de uma árvore de camélias quando, sem reparar, caíu uma folha dentro do recipiente onde fervia água. Ao beber a água, notou um desconhecido e agradável sabor, descobrindo assim o chá como bebida.
Durante séculos, muito foi escrito sobre o chá. Folhas de chá faziam parte dos adereços funerários que acompanhavam o morto na sepultura, durante a dinastia Han, entre 206 a.C. a 24 d.C. Segundo o relato de um dos livros mais importantes sobre o chá, "O Chá Chinês", de Wang Dunyan, nessa época, o processo de produção estava dividido entre o colher, escolher, torrar e amassar em forma de bolo.
Antes do chá passar a ser embalado, era antigamente pesado e vendido em pequenas porções nas casas da especialidade. Ainda hoje, em algumas das plantações, há quem o faça, em especial nos considerados medicinais...
O que é o chá
O chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Actualmente, cerca de 3mil produtos levam o nome de "chá" mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham na sua composição a "Camellia sinensis", ou seja, aqueles que nós chamamos chá de hortelã, erva-cidreira e outros tantos, são, para sermos mais correctos, tisanas ou infusões.
A partir das folhas da "Camellia sinensis" é possível obter diferentes tipos de chá e, dependendo do tipo de tratamento a que são sujeitas, dividi-los nas seguintes categorias:
Verde - As folhas vão para a secagem após a colheita. O seu sabor é um tanto amargo. As folhas são apenas passadas pelo calor, imediatamente após a colheita, evitando assim a fermentação. O chá Gyokuro (gotas de orvalho), do Japão, é considerado um dos melhores – as suas folhas são cobertas com uma tela antes da colheita para preservar a clorofila e perderem o tanino, ficando por isso adocicadas.
Preto - As folhas sofrem um processo de fermentação que torna o líquido num tom avermelhado escuro e de sabor intenso. As folhas são colocadas em tanques fechados até fermentarem. A seguir são aquecidas e desidratadas.
Oolong - Sofre um processo de fermentação muito curto. Uma secagem rápida é feita logo após a colheita. Depois as folhas vão para um tanque para fermentar apenas um pouco, uma vez que o processo é interrompido ainda no início. O sabor é suave. Este chá é o menos comum no mundo ocidental.
Aromatizados - Qualquer chá, independentemente do tratamento pelo qual tenha passado, pode receber a adicção de outras folhas, frutos secos ou flores, cujos sabores se misturam e os tornam em chás especiais.
A tradição das casas de chá
Durante muitos anos, a vida social era feita em casas de chá. Algumas dessas casas abria às quatro da manhã e enquanto os patos lacados iam sendo dependurados à porta, enchia-se de uma clientela de uma cidade que não pára, noite e dia.
Muitos desses clientes nocturnos, eram pescadores. Por ali se deixavam ficar, em amena cavaqueira até ao raiar do dia, acompanhados por tigelas de chá e dim sam. A sala ia-se enchendo e às seis e meia era já difícil encontrar uma mesa vazia.
Era a hora normal da chegada dos clientes com os seus pássaros em gaiolas.
As enormes salas amplas, cuja amplitude dificilmente se pode agora conceber nesta cidade onde o espaço, todo ele é aproveitado ao milímetro, permitiam um ambiente dedicado ao convívio através do chá. As ventoinhas colocadas por todo o tecto, removiam o ar abrasador e a quantidade de empregados era grande, tendo cada um as suas funções. Quando um cliente chegava, era-lhe colocada uma tigela cheia de folhas de chá e um bule. Numa grande chaleira, a água fervida era servida às mesas pelo empregado, enchendo os bules que, com a tampa pousada na asa, indicavam precisar de água. Num outro recipiente, cada cliente lavava e escaldava com água os seus copos.
Também a primeira água do forte chá preto de folhas cortadas era vertida para esse recipiente.
Este ritual que era completado com os petiscos de "dim sam" que na tradução, significa "tocar o coração".
A sua origem remete à Rota da Seda, entre os séculos IX e X. Os mercadores paravam em casas de chás para se recompor das cansativas viagens e, como cortesia, os donos ofereciam "dim sam". Era um sinal de apreço, um agrado ao cliente.
Assim, os empregados faziam circular em grandes paletes de bambu com este delicioso petisco. Também se serviam refeições e pelo número de patos que, depenados entravam para a cozinha, parecia ser um prato com muita saída.
Junto à porta, por detrás de um pequeno balcão, o caixa com a ajuda de um ábaco ia fazendo as contas e recebendo dos clientes o dinheiro do consumo. O preço do bule de chá não pagava o convívio. Fechava à uma da tarde. Infelizmente estas casas pertencem a um passado recente. Todas encerraram definitivamente para darem lugar a novos espaços de gentes apressadas que preferem agora os bares, restaurantes, Pizza Huts, McDonald’s...
Visita a uma plantação de chá
Mas ainda há muita boa gente entre chineses e estrangeiros que se interessam por aprender, divulgar e apreciar esta preciosa planta. Algumas Associações abrem cursos para quem queira aprender como preparar, escolher e apreciar o chá.
Depois dos alunos tomarem as suas notas nas aulas, fazem pesquisas em bibliotecas, na Net ou mesmo fazendo algumas entrevistas. Apresentam depois os resultados ao professor, demonstrando assim que aprenderam alguma coisa na teoria.
A seguir, vem a aprendizagem prática, ou seja, os alunos, são levados a um dos imensos campos de cultivo de chá que poliferam na China, e ali, em contacto com a natureza, vão aprendendo a conhecer as plantas, a técnica de recolha e todas as restantes operações até chegar finalmente à sua confecção.
Normalmente, são precisos cinco anos para se começar a colher as primeiras folhas, mas, ao fim de 30 anos o arbusto já é muito velho para produzir. Assim, o tronco do arbusto velho deve ser fendido e enxertado para que continue a produção, atingindo a planta à idade de cem ou mais anos. Na sua forma natural atinge vários metros de altura, mas, quando cultivada, permanece em forma de arbusto, alcançando apenas cerca de um metro. Os quatro a nove primeiros anos levam as sementes a dar origem a arbustos e às folhas a ficarem prontas para a colheita. Segundo Wenceslau de Moraes, no seu livro “O Culto do Chá”, no primeiro ano não se aduba a terra. Só depois se usa fazê-lo com regularidade.
Depois da colheita vem a selecção, a cozedura, a prensagem, a moagem, a moldagem e a secagem. A altura de colher as folhas depende do clima da região, mas o período vai desde o início da Primavera até Outubro. Sempre que vamos em passeio pela China, muitas das vezes está incluída uma visita a uma casa comercial de chá ou mesmo podemos visitar a plantação, se eventualmente essa região vive em função do cultivo do chá, mesmo em pequenas propriedades, numa altitude média e de clima húmido.
Antes de vermos qualquer coisa, somos levados primeiro para uma sala, onde a nossa anfitriã faz uma apresentação muito profissional, falando dos inúmeros benefícios funcionais do consumo do chá e, depois depende da qualidade que estejam a divulgar/vender. Por exemplo, os chineses sabem que os estrangeiros apreciam o chá verde pelos seus poderes medicinais, então ela desfila as vantagens de consumir este chá em função dos polifenóis (substância antioxidante que traz benefícios para a saúde cardiovascular).
Depois vem a demonstração, colocando água num jarro transparente, mais flocos de arroz e iodo num copo, que ganha então uma coloração amarelo escuro. Em seguida adicionou folhas de chá verde ao líquido que, em alguns segundos, ficou de novo transparente!!! Não sei se o chá terá essa intensidade de poder dentro do nosso organismo, mas o impacto visual da “mágica” impressiona sempre! Muitos de nós acabamos por comprar o chá, que ela diz ser “imperial”, por ser o melhor da estação (primavera), mais aromático e fresco que todos os outros.
A preparação e cerimónia do chá
A preparação do chá requer um ritual próprio. Primeiro o anfitrião escolhe as peças que irão ser usadas para preparar o chá. Existem conjuntos de diferentes cores e formatos feitos com diferentes técnicas de cerâmica.
Um verdadeiro estudioso da arte de servir chá, normalmente é um coleccionador e saberá escolher e adquirir estas diferentes peças que possuem características especiais. O anfitrião apresenta aos convidados o recipiente onde coloca as folhas. Se o bule for de colecção, a história do bule é contada, como foi feito, onde foi encontrado, como foi adquirido, etc. Os convidados apreciam o bule. A seguir o anfitrião mostra o chá que será preparado. O chá mais popular na China é o verde (bancha), seguido do oolong e do chá preto, que os chineses chamam “chá vermelho” (hongcha).
A seguir o anfitrião deita a água quente da chaleira (que deve ter um bico curvo) por cima das folhas de chá a uma determinada distância. Esse primeiro chá é deitado fora pois trata-se da lavagem das folhas. Volta a repetir a operação e verte este segundo líquido em copinhos compridos (como mostra a foto) passando-os aos convidados para que estes aspirem o seu vapor e assim apreciem o aroma antes de o beber.
Em seguida vai deitando o líquido desses copos altos nas pequenas e delicadas chávenas de louça que estão dispostas em círculo sobre o tabuleiro. As chávenas não devem ser servidas com o chá uma a uma, mas todas de uma vez. A água quente é derramada sobre as folhas do chá num único fio - não se pode deixar a água formar bolhas para que não faça espuma.
É preciso muita perícia neste acto, para não derramar o chá no tabuleiro e não pode sobrar água no bule, pois a prolongada imersão das folhas deixa um sabor amargo no chá.
Os chás de boa qualidade possuem um aroma rico e um sabor diferente do aroma. Após essa primeira rodada de chá, o bule é novamente cheio com água quente e retoma-se o processo, uma vez que as folhas de chá de qualidade permitem que se prepare cinco a seis rodadas de bebida.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
O prazer do CAFÉ
Milhões de pessoas em todo o mundo iniciam o seu dia com um café. O cheiro, o sabor e o efeito estimulante da cafeína, são conhecidos prazeres associados a esta bebida natural.
Uma série de estudos, demonstram as vantagens do consumo do café para a saúde e bem estar do seu consumidor.
Uma característica bem portuguesa, levam que o consumo da vulgar “bica”, seja tomada fora do lar, um velho hábito social, não só como remate perfeito de uma refeição, como numa pausa de trabalho, ou saboreado entre amigos, em encontros rápidos ou programados, é inegável a presença sempre marcante desta bebida nas nossas vidas.
A maioria dos portugueses, raramente tomam o pequeno almoço em casa, preferindo adoptar um hábito considerado muito burguês, mas que afinal se considera prático. Logo pela manhã, as pastelarias enchem-se de pessoas que tomam a sua primeira refeição rapidamente, ali mesmo, em pé, próximo de casa ou do emprego.
Durante anos, eu variava o meu pequeno almoço entre o croissant, uma sandes ou um bolo, mas SEMPRE acompanhado do insubstítuivel cafezinho....
Existem diversos tipos de cafés, mas a espécie mais comum é o “Arábica”, que ocupa cerca de três quartos da produção mundial, seguido do “Robusta”, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.
Para os verdadeiros amantes e conhecedores de café, este não representa apenas uma chávena de prazer, mas sim um estilo de vida. Porém, o segredo também não se limita apenas à qualidade do pó, mas quem tira e como é tirado o café, também tem influencia na definição do sabor.
A quantidade de cafeína ingerida pode variar conforme o volume, já que a maior percentagem ocorre no início da extracção. Os factores são variáveis tendo em conta o lote de café e a quantidade que se coloca na chávena, que pode ser “curto”, “normal’ ou “cheio”, depende do gosto e paladar de cada um.
A Lenda do café O café é quase como uma religião para alguns e para esses devotos os centros de reunião para degustar a bebida são cada vez mais frequentes, desde a sua popularização no final do século XV e início do XVI. Segundo estudos, o primeiro salão de café surgiu em Meca nessa mesma época, mas logo a ideia se espalhou pelo Cairo, Constantinopla e pelo Oriente Médio.
Entre os árabes conta-se que, há muitos anos, Alá, pela voz do profeta Maomé, lhes proibiu de beber vinho. Os árabes obedeceram, mas andavam tristes e melancólicos por não ingerirem uma bebida reconfortante.
Conta-se ainda que, certo dia de verão, um pastor ia pelo campo com o seu rebanho e tanto ele como os animais caminhavam indolentemente por estar um calor sufocante. De repente, a paisagem transformou-se e surgiu um vale cheio de arbustos muito verdes.
E sucedeu que o rebanho, para matar a fome e a sede, devorou avidamente aquela verdura. E grande foi o espanto do bom pastor quando, pouco tempo depois daquele repasto, viu os seus animais às cambalhotas e a correrem de um lado para o outro, cheios de energia.
Perante aquele estranho espectáculo a que jamais assistira, o pastor resolveu apanhar um punhado de grãos dos arbustos e foi contar a um velho mago o que acontecera. Então, o mago ferveu os grãos e obteve um líquido aromático que os dois homens beberam, sentindo logo uma agradável sensação de maior vivacidade. Tinham acabado de beber o saboroso CAFÉ.
E interpretaram o sucedido como uma dádiva de Alá para compensar os árabes da falta do vinho.
Hoje em dia fala-se muito dos produtos orgânicos. Pois o Café Orgânico também pode ser encontrado em casas da especialidade. Vamos entender melhor o que é isso?
O Café Orgânico tem basicamente duas peculiaridades: é produzido por uma agricultura familiar e é orgânico.
Agricultura familiar, é quando qualquer produção é feita por pequenos e médios proprietários rurais, tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar.
Já um produto orgânico é um produto diferenciado no seu modo de produção.
A começar pela lavoura, que não pode ter nenhum tipo de agro tóxico, ou seja, é um produto 100% natural. Para obter essa produção é preciso que a propriedade seja auto sustentável, ou seja, é uma propriedade que não produz apenas as plantas de café, mas que tenha gado, produção de leite e outros cultivos, para que haja um equilíbrio da produção.
Deve haver Organismos credenciados, que vigiem as produções para que depois atestem a origem desse café, com a garantia que foi produzido segundo as normas de produção orgânica, assim como uma Certificadora que também certifique os regulamentos internacionais.
Mas isso não se restringe à plantação, na indústria também há uma série de requisitos e critérios necessários para que, principalmente, possa garantir que o café seja puro na sua qualidade orgânica. É importante frisar que a Certificação Orgânica não aborda somente questões ambientais, mas também faz um trabalho de acompanhamento técnico junto ao produtor, para que ele produza um café de qualidade de forma contínua, realizando análises a cada safra e indicando melhorias para aumentar a qualidade.
O sucesso de um produtor moderno na cultura do café, está em proporção à função de vários factores, ou seja, a redução nos custos de produção, aumento na produtividade e, principalmente, a busca constante pela melhor qualidade, que é a garantia da conquista de novos mercados consumidores.
O objetivo dos produtores, é uma contínua busca em especializar e adotar tecnologias modernas para produzir cafés com qualidade superior uma vez que, a qualidade é o factor determinante no preço de venda do produto. Portanto, pouco a pouco, as portas do mercado para os cafés de baixa qualidade vão-se fechando, dando lugar a outros de qualidade superior, porque o consumidor está cada vez mais exigente.
Café em casa... O hábito de perfumar a casa com o cheirinho de café logo de manhã, principalmente aos fins de semana, já vem de longa data e para mim é um ritual que não dispenso.
Deixar de lado o stress das manhãs em que nos temos de nos despachar para ir para o emprego, nada melhor que, aos fins de semana, preparar um cafezinho com calma, fazer umas torradas e saborear relaxadamente esse instante de aromas.
Hoje em dia, há um enorme leque de ofertas de máquinas caseiras, que deitam por terra a minha velha cafeteira dos anos sessenta, onde eu fazia antigamente o meu café de mistura e esperava durante algum tempo, que as borras assentassem... Hoje, utilizo este modelo, à venda em qualquer loja de electrodomésticos, com uma enorme variedade de marcas e a preços acessíveis.
Esta máquina, de origem francesa, apareceu nos anos 70 e era utilizada para servir o cafezinho depois de uma refeição. Ainda hoje a tenho e, se me dá a preguiça de sair para tomar a "bica", utilizo-a, saindo um café aromático e forte.
Não se julgue que, para fazer um bom café em casa, basta ter a máquina mais cara e o melhor grão. Se a moagem do café não for a ideal para o tipo de máquina que se utiliza, então o café fica intragável.
Até há bem pouco tempo, aos convidados que vinham à nossa casa, apenas lhes perguntávamos se desejavam tomar um café e era servido de forma simples e artesanal.
Agora, poderemos surpreendê-los: que tipo de bebida prefere? um Expresso? Descafeinado? Capuccino? ou talvez um "Latte Macchiato? Todas as bebidas estão disponíveis numa só máquina e são fáceis de preparar.
Há agora a oportunidade de adquirir este tipo de máquinas de café, que são o último grito de tecnologia, semi-profissionais com a vantagem de adquirir as cápsulas nos hiper e supermercados, que permitem preparar um excelente café no conforto do lar.
O sabor e o efeito desta bebida constitui uma experiência deliciosa para os sentidos e também... para a alma!
Uma série de estudos, demonstram as vantagens do consumo do café para a saúde e bem estar do seu consumidor.
Uma característica bem portuguesa, levam que o consumo da vulgar “bica”, seja tomada fora do lar, um velho hábito social, não só como remate perfeito de uma refeição, como numa pausa de trabalho, ou saboreado entre amigos, em encontros rápidos ou programados, é inegável a presença sempre marcante desta bebida nas nossas vidas.
A maioria dos portugueses, raramente tomam o pequeno almoço em casa, preferindo adoptar um hábito considerado muito burguês, mas que afinal se considera prático. Logo pela manhã, as pastelarias enchem-se de pessoas que tomam a sua primeira refeição rapidamente, ali mesmo, em pé, próximo de casa ou do emprego.
Durante anos, eu variava o meu pequeno almoço entre o croissant, uma sandes ou um bolo, mas SEMPRE acompanhado do insubstítuivel cafezinho....
Existem diversos tipos de cafés, mas a espécie mais comum é o “Arábica”, que ocupa cerca de três quartos da produção mundial, seguido do “Robusta”, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.
Para os verdadeiros amantes e conhecedores de café, este não representa apenas uma chávena de prazer, mas sim um estilo de vida. Porém, o segredo também não se limita apenas à qualidade do pó, mas quem tira e como é tirado o café, também tem influencia na definição do sabor.
A quantidade de cafeína ingerida pode variar conforme o volume, já que a maior percentagem ocorre no início da extracção. Os factores são variáveis tendo em conta o lote de café e a quantidade que se coloca na chávena, que pode ser “curto”, “normal’ ou “cheio”, depende do gosto e paladar de cada um.
A Lenda do café O café é quase como uma religião para alguns e para esses devotos os centros de reunião para degustar a bebida são cada vez mais frequentes, desde a sua popularização no final do século XV e início do XVI. Segundo estudos, o primeiro salão de café surgiu em Meca nessa mesma época, mas logo a ideia se espalhou pelo Cairo, Constantinopla e pelo Oriente Médio.
Entre os árabes conta-se que, há muitos anos, Alá, pela voz do profeta Maomé, lhes proibiu de beber vinho. Os árabes obedeceram, mas andavam tristes e melancólicos por não ingerirem uma bebida reconfortante.
Conta-se ainda que, certo dia de verão, um pastor ia pelo campo com o seu rebanho e tanto ele como os animais caminhavam indolentemente por estar um calor sufocante. De repente, a paisagem transformou-se e surgiu um vale cheio de arbustos muito verdes.
E sucedeu que o rebanho, para matar a fome e a sede, devorou avidamente aquela verdura. E grande foi o espanto do bom pastor quando, pouco tempo depois daquele repasto, viu os seus animais às cambalhotas e a correrem de um lado para o outro, cheios de energia.
Perante aquele estranho espectáculo a que jamais assistira, o pastor resolveu apanhar um punhado de grãos dos arbustos e foi contar a um velho mago o que acontecera. Então, o mago ferveu os grãos e obteve um líquido aromático que os dois homens beberam, sentindo logo uma agradável sensação de maior vivacidade. Tinham acabado de beber o saboroso CAFÉ.
E interpretaram o sucedido como uma dádiva de Alá para compensar os árabes da falta do vinho.
Hoje em dia fala-se muito dos produtos orgânicos. Pois o Café Orgânico também pode ser encontrado em casas da especialidade. Vamos entender melhor o que é isso?
O Café Orgânico tem basicamente duas peculiaridades: é produzido por uma agricultura familiar e é orgânico.
Agricultura familiar, é quando qualquer produção é feita por pequenos e médios proprietários rurais, tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar.
Já um produto orgânico é um produto diferenciado no seu modo de produção.
A começar pela lavoura, que não pode ter nenhum tipo de agro tóxico, ou seja, é um produto 100% natural. Para obter essa produção é preciso que a propriedade seja auto sustentável, ou seja, é uma propriedade que não produz apenas as plantas de café, mas que tenha gado, produção de leite e outros cultivos, para que haja um equilíbrio da produção.
Deve haver Organismos credenciados, que vigiem as produções para que depois atestem a origem desse café, com a garantia que foi produzido segundo as normas de produção orgânica, assim como uma Certificadora que também certifique os regulamentos internacionais.
Mas isso não se restringe à plantação, na indústria também há uma série de requisitos e critérios necessários para que, principalmente, possa garantir que o café seja puro na sua qualidade orgânica. É importante frisar que a Certificação Orgânica não aborda somente questões ambientais, mas também faz um trabalho de acompanhamento técnico junto ao produtor, para que ele produza um café de qualidade de forma contínua, realizando análises a cada safra e indicando melhorias para aumentar a qualidade.
O sucesso de um produtor moderno na cultura do café, está em proporção à função de vários factores, ou seja, a redução nos custos de produção, aumento na produtividade e, principalmente, a busca constante pela melhor qualidade, que é a garantia da conquista de novos mercados consumidores.
O objetivo dos produtores, é uma contínua busca em especializar e adotar tecnologias modernas para produzir cafés com qualidade superior uma vez que, a qualidade é o factor determinante no preço de venda do produto. Portanto, pouco a pouco, as portas do mercado para os cafés de baixa qualidade vão-se fechando, dando lugar a outros de qualidade superior, porque o consumidor está cada vez mais exigente.
Café em casa... O hábito de perfumar a casa com o cheirinho de café logo de manhã, principalmente aos fins de semana, já vem de longa data e para mim é um ritual que não dispenso.
Deixar de lado o stress das manhãs em que nos temos de nos despachar para ir para o emprego, nada melhor que, aos fins de semana, preparar um cafezinho com calma, fazer umas torradas e saborear relaxadamente esse instante de aromas.
Hoje em dia, há um enorme leque de ofertas de máquinas caseiras, que deitam por terra a minha velha cafeteira dos anos sessenta, onde eu fazia antigamente o meu café de mistura e esperava durante algum tempo, que as borras assentassem... Hoje, utilizo este modelo, à venda em qualquer loja de electrodomésticos, com uma enorme variedade de marcas e a preços acessíveis.
Esta máquina, de origem francesa, apareceu nos anos 70 e era utilizada para servir o cafezinho depois de uma refeição. Ainda hoje a tenho e, se me dá a preguiça de sair para tomar a "bica", utilizo-a, saindo um café aromático e forte.
Não se julgue que, para fazer um bom café em casa, basta ter a máquina mais cara e o melhor grão. Se a moagem do café não for a ideal para o tipo de máquina que se utiliza, então o café fica intragável.
Até há bem pouco tempo, aos convidados que vinham à nossa casa, apenas lhes perguntávamos se desejavam tomar um café e era servido de forma simples e artesanal.
Agora, poderemos surpreendê-los: que tipo de bebida prefere? um Expresso? Descafeinado? Capuccino? ou talvez um "Latte Macchiato? Todas as bebidas estão disponíveis numa só máquina e são fáceis de preparar.
Há agora a oportunidade de adquirir este tipo de máquinas de café, que são o último grito de tecnologia, semi-profissionais com a vantagem de adquirir as cápsulas nos hiper e supermercados, que permitem preparar um excelente café no conforto do lar.
O sabor e o efeito desta bebida constitui uma experiência deliciosa para os sentidos e também... para a alma!
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