Numa pequena cidade do interior, um grupo de jovens divertiam-se com um idiota duma aldeia próxima.
Um pobre coitado, meio tolo, de pouca inteligência, que vivia de fazer pequenos serviços e pedia esmola pela cidade.
Diariamente, alguns aldeões chamavam o pateta à praça onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas: uma grande de prata e a outra menor, de ouro.
Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos e zombaria por parte de todos.
Certo dia, um jovem que sempre observava tudo mas nunca participava, pois achava que era muita humilhação para um ser humano, chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos, ao que ele respondeu:
- Eu sei, ela vale muito menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda de prata!
Podem-se tirar várias conclusões desta narrativa:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: São os outros os verdadeiros idiotas da história.
A terceira: Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento.
Mas esta conclusão é ainda mais interessante: a percepção de que podemos estar certos, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim o que realmente somos.
O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota, que se arma em inteligente.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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