quarta-feira, 27 de maio de 2009

Lei de Lavoisier

Na Natureza nada se perde, tudo se transforma...
Há dias em que parece que acordámos ao contrário dos acontecimentos. Ou seja, tudo nos corre mal: é o elevador que, quando estamos no 21. º andar e cheios de pressa, ele está sempre no rés do chão e pára nos andares todos; é quando chegamos à paragem de autocarro, aquele que nos dava jeito, acabou de passar; no emprego, tínhamos uma consulta, e o colega resolveu faltar o que faz o chefe ficar de má cara por termos de sair, enfim… mas não estamos sós, pelos vistos acontece a todos, senão vejamos:

Legislação complementar às Leis de Murphy

O seguro cobre tudo, menos o que aconteceu."
(Lei de Nonti Pagam)

"Quando estiver apenas com uma mão livre para abrir a porta, a chave estará no bolso oposto."
(Lei de Assimetria de Laka Gamos)

"Quando as suas mãos estiverem sujas de óleo, vai começar a ter comichão, pelo menos, no nariz.”
"(Lei de mecânica de Tukulito Tepyka)

"Não importa por que lado seja aberta a caixa de um medicamento. A bula vai sempre atrapalhar."
Princípio de Aspirinovski)

"Quando acha que as coisas parece que melhoraram é porque algo lhe passou desapercebido.
"Primeiro teorema de Tamus Tramadus)

"Sempre que as coisas parecem fáceis, é porque não entendemos todas as instruções.
"Princípio de Atrop Lado)

Os problemas não se criam, nem se resolvem, só se transformam."
(Lei da persistência de Waiterc Pastar)

"Vai conseguir chegar ao telefone exactamente a tempo de ouvir quando desligam.
"Principio de Ring A. Bell)

"Se só existirem dois programas que valha a pena ver, os dois passarão à mesma hora.
"Lei de Putz Kiparil)

"A probabilidade de se sujar quando come, é directamente proporcional à necessidade que tenha de estar limpo."
(Lei de Kika Gadha)

"A velocidade do vento é directamente proporcional ao preço do penteado.
"Lei Meteorológica Barbero Pagá)

"Quando, depois de anos sem usar, decide deitar alguma coisa fora, vai precisar dela na semana seguinte."
“Lei irreversível de Kitonto Kifostes)

"Sempre que chegar pontualmente a um encontro não haverá lá ninguém para comprovar e se, ao contrário, se atrasar, todo o mundo terá chegado antes de si.
"Princípio de Tardelli e Esgrande La de Mora)

Como diz o velho ditado chinês: "há uma hora para pescar e outra para secar as redes". Pois é meus amigos, está na altura de transformar este cansaço em algo mais positivo, ou seja, vou "secar as minhas redes"... regressarei em breve.

terça-feira, 26 de maio de 2009

JASMINE, um caso de amor

Esta história, passou-se em 2003, quando a policia de Warwckshire, Inglaterra, abriu um galpão de um jardim e encontrou ali um cão choroso e encolhido. O pobrezinho tinha sido trancado e abandonado ali no galpão. Estava sujo, desnutrido e claramente maltratado.
Felizmente há gente com coração e, este polícia, num acto de bondade, levou o cão para um abrigo próximo, o Nuneaton Warwickshire Wildlife Sanctuary, dirigido por um homem chamado Geoff Grewcock. Lugar este, conhecido como um paraíso para os animais abandonados, orfãos ou com outra qualquer necessidade.
Geoff e a equipa do Santuário, trabalham com dois objectivos sempre que qualquer animal chegava nestas condições: restaurar a completa saúde do animal, e ganhar a sua confiança. Levou várias semanas, mas finalmente os dois objetivos foram alcançados. Deram-lhe o nome de Jasmine, pois afinal tratava-se de uma cadelinha e começaram a pensar em procurar para ela um lar adoptivo.

Mas Jasmine tinha outras ideias... ninguém se lembra como começou, mas ela passou a dar as boas vindas a todos animais que chegavam ao Santuário. Não importava se era um cachorrinho, um filhote de raposa, um coelho ou qualquer outro animal perdido ou ferido. Jasmine esgueirava-se para dentro da caixa ou gaiola onde eles estavam e recebia-os com uma lambida de boas vindas.

Geoff conta um dos primeiros incidentes: - "Nós tínhamos dois cachorrinhos que foram abandonados numa linha de trem próxima. Um deles era uma mistura de Lakeland com Terrier e o outro, uma mistura de Jack Russel com Doberman.
Eles eram muito pequenos quando chegaram ao centro e Jasmine aproximou-se e abocanhou um deles pelo cangote e colocou-o numa almofada. Depois foi buscar o outro e aconchegou-se a eles, acarinhando-os"
Mas ela é assim com todos os nossos animais, até com os coelhos. Ela acalma-os e mima-os e isso é uma preciosa ajuda, não só para ficarem mais próximos a ela, mas como também a se adaptarem ao novo ambiente."

Ela fez o mesmo com filhotes de raposa e de texugos: ela lambe os coelhos e os porcos da Guiné e ainda deixa os pássaros empoleirarem- se no seu nariz"

Jasmine, a tímida, maltratada, pária abandonada, tornou-se uma mãe substituta dos animais do Santuário, um papel para o qual ela nasceu.

A lista de jovens animais dos quais ela cuidou, inclui cinco filhotes de raposa, quatro filhotes de texugo, quinze galinhas, oito porcos da Guiné, dois cachorrinhos e quinze coelhos. E um cervo montês. O pequeno Bramble, com 11 semanas de idade, foi encontrado semi-consciente num campo. Na chegada ao Santuário, Jasmine aconchegou-se a ele para mantê-lo aquecido e assumiu inteiramente o papel de mãe substituta. Jasmine acumula Bramble de afeição e não deixa que nada lhe falte.
- "Eles são inseparáveis", diz Geoff. - "Bramble anda entre as suas pernas, passeiam juntos pelo Santuário e trocam carícias... É um prazer vê-los!"
Jasmine continuará cuidando de Bramble até que ele possa voltar a viver na floresta.


Este final feliz, mostra que Jasmine nunca está sózinha, pertence há muitos anos à equipa de boas vindas da casa que a acolheu. Está sempre muito ocupada a distribuir amor e carinho a todos os orfãos ou às vítimas de abusos e maltratos que vão chegando ao Santuário.

Aqui fica uma história que conta um exemplo de verdadeiro amor incondicional. Os animais sempre nos ofereceram muito e os humanos pouco ou nada lhes dão em troca. Haverá mais algumas histórias parecidas com esta, principlamnete na nossa ANIMA em Macau, onde diariamente chegam animais abandonados e maltratados...

MAS ... JASMINE ESTÁ AÍ PARA ENSINAR...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dia de África


O continente africano comemora hoje, segunda-feira, dia 25 de Maio, 54 anos desde a proclamação da Organização de Unidade Africana (OUA), actual União Africana, num contexto de várias perturbações caracterizadas por confrontos político-militar e pela crise económica mundial.
Nessa data, em 1963, os chefes de estados, reunidos em Addis Abeba, Etiópia, proclamaram a Organização de Unidade Africana (OUA), cujo objectivo principal era o de libertar o continente africano das garras do colonialismo e do Aparttheid, bem como promover a emancipação dos povos africanos.
A OUA deu lugar à actual União Africana, em 2002.
Passados que são quadro décadas e meia, e conseguida a independência do continente, assiste-se ainda em muitas partes de África, ao desentendimento entre os políticos. O povo africano continua a sofrer...

Mas hoje, é dia de festa entre os povos! Todas as comunidades se juntam para conviver e festejar este dia, realizando-se várias actividades culturais.
A todos os meus amigos africanos, UM DIA FELIZ e um abraço de lusófona amizade!

Um rosto que retrata a alma amarfanhada pelo sofrimento…
Filhos sem amanhãs… à margem da vida, buscam destinos.
Saudade é sentir que existe o que não existe mais.
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam.
Um dia, quem sabe? Todas as lágrimas serão enxutas.
E tu, mãe África, terás de novo a dignidade perdida
E o regresso do pôr-do-sol dourado!

domingo, 24 de maio de 2009

Ode ao amor


Se cada vez que me lembrasse de ti,
fosse escrever um poema,
a tua casa seria pequena para contê-los ,
e o meu tempo, escasso para escrevê-los.
Se de cada vez que ouvisse a tua voz, nascesse uma flor,
a terra seria coberta de rosas para deslumbrar a tua existência e eternizar este amor.
Se cada vez que murmurasse o teu nome, no céu brilhasse uma estrela, não mais haveria noite.
O mundo seria belo e claro como tão claro e raro é o amor que nos consagra.
Se cada vez que tivesse saudades, Deus perdoasse um pecado,
toda a humanidade receberia perdão.
Que vivam estão os puros sentimentos
Que fazem desta vida o adubo do amor.

sábado, 23 de maio de 2009

A Verdade


Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como o seu próprio nome.
E todos que a viam, viravam-lhe as costas de vergonha ou de medo, e ninguém a aceitava ou lhe dava as boas-vindas.
Assim, a Verdade foi percorrendo o mundo até aos confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.
Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, muito elegante trajando um belo vestido.
— "Amiga Verdade, que se passa? Por que estás tão abatida?" — perguntou a Parábola.
— "Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto!" — respondeu a Verdade muito amargurada.
— "Que disparate!" — sorriu compreensiva a Parábola. — "Não é por isso que os homens te evitam. Toma! Veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece."
Então, a Verdade vestiu as lindas roupas que a Parábola lhe oferecia, e, de repente, por toda parte onde passava, sorriam-lhe, era festejada e mostravam-lhe de várias maneiras que era bem-vinda...
É por isso, que nos dias de hoje, os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.
(Conto judaico -ilustração de Carlos Vilallonga)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sensualidade


Quando os meus lábios tocarem na tua pele
E as minhas mãos percorrerem todo o teu corpo
Mergulharei nos mais profundos desejos da tua alma
E sentirás então todo o meu amor.

Seremos neste momento uma só pessoa
Tu verás que todas as nossas fantasias ganharão asas
E nos conduzirão a um universo só nosso,
E como cometas em rota de colisão
Nos encontraremos extasiados no extremo do cosmos.

Nesse instante,
o silêncio, por fracções de segundos,
será absoluto.
Sendo apenas vencido por palavras sussurradas docemente.

Os nossos corpos como nascente de rios,
embargados em suor, deslizarão mansamente,
sobre os lençóis,
Rasgando o preconceito,
em movimentos de carícias e cumplicidade.
Então eu beijarei os teus lábios
E ali deixarei o sabor do pecado.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Pianista


Esta é uma história real que aconteceu com o pianista e compositor Ignacy Jan Paderewski, que a partir de 1887, quando se apresentou em Viena e Paris, conheceu permanentes êxitos na sua carreira. As causas patrióticas foram primordiais na vida e na obra do pianista e compositor polonês, que serviu o seu país como músico e estadista.

Uma mãe desejando encorajar o progresso do seu jovem filho ao piano, levou-o a um concerto deste pianista.
Depois de se sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia, foi até ela para a cumprimentar e ali ficou a conversar uns minutos, tempo suficiente para que a criança, na sua curiosidade infantil e tomando a oportunidade de explorar as maravilhas do teatro, levantou-se e percorreu um dos corredores que, nesta sua exploração o levou a uma porta onde estava escrito “PROIBIDA A ENTRADA"…
Quando as luzes começaram a baixar e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que o filho não estava lá. Preocupada, olhava à sua volta, tentando localizar o pequeno vulto, quando de repente, as cortinas se abriram e as luzes insidiram sobre o impressionante piano de Steinway, no cento do palco.
Horrorizada, a mãe viu o seu filho sentado ao piano, dedilhando inocentemente o teclado, onde saíam algumas notas de uma música infantil.
Naquele momento, o grande mestre fez a sua entrada, olhando o menino, sorriu e rapidamente dirigiu-se ao piano. Sussurrou ao ouvido do menino: - “Não pares, continua a tocar”.
Então, debruçando-se sobre o teclado, Paderewski estendeu a sua mão esquerda e começou a preencher a parte de baixo. Depois, colocou a sua mão direita ao redor dos ombros do menino e acrescentou um belíssimo acompanhamento juntamente com as notas da criança, improvisando uma suave e encantadora melodia. Juntos, o velho mestre e o jovem noviço, transformaram uma situação embaraçosa numa experiência maravilhosamente criativa. O público ficou perplexo…
A arte não consiste apenas em reproduzir, mas sim em criar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

ALEGRIA


Neste mundo de sons e de nostalgia, basta um sorriso, uma pirueta, uma brincadeira para que a alegria se espalhe e contagie todos à sua volta.
Exemplo disso, é este filme. É a segunda experiência feita numa estação de comboios, desta vez na Bélgica, onde dançarinos se misturam com o público e vejam o resultado. É comovente...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Céu sem estrelas


Hoje vi na TV um documentário intitulado «11 Hour», com narração do actor Leonardo de Caprio.
Provavelmente já conhecem, mas para quem ainda não conhece, recomendo vivamente (segue link em baixo). Demora uma hora e meia, mas vale a pena.
Mais do que um alerta sobre a situação presente e futura da nossa casa, que é este Planeta Terra, também nos trazem sugestões de soluções que podemos, cada um de nós, começar desde já a implementar.
Milhões e milhões de seres humanos estão tão bem ajustados ao meio urbano e industrial, que já não se importam com os cheiros dos gases dos escapes dos automóveis, ou com a fealdade gerada pelas irregularidades das formas urbanas;
acham normal cair nas armadilhas dos engarrafamentos de tráfego, passar grande parte dos domingos com sol em auto-estradas de betão entre a bestialidade dos anónimos e amorfos roncos dos motores dos carros.
A vida na moderna cidade tornou-se um símbolo do facto de que o homem se pode adaptar a céus sem estrelas, a avenidas sem árvores, a edifícios disformes, a pão sem sabor, a festas sem alegria, a prazeres sem espírito - a uma vida sem referência ao passado, amor pelo presente e esperança no futuro.
Há que tomar CONSCIÊNCIA sobre onde estamos e para onde queremos ir. Questionarmo-nos sobre o que andamos cá a fazer. Como andamos nós a usar o nosso tempo? E o tempo dos outros? Saber que o Planeta sobrevive sem nós, mas nós não sobrevivemos sem este Planeta.
Cuidem bem dele... não se habituem a ver um «céu sem estrelas»...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estrelas do mar


"A cada dia que vivo, mais me convenço que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se ao sofrimento, perdemos também a felicidade"
Este "desabafo" que li do Carlos Drummond de Andrade, faz-me pensar: pessoas como Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Mdre. Teresa de Calcutá, entre tantos outros, que lutaram para melhorar a vida dos mais fracos e pobres, deixando-nos maravilhosos exemplos de altruísmo, mostrando que o dinheiro não é uma razão de vida... o que os move então?
Penso que tudo na vida tem um sentido, cujo objectivo é o alcançar os valores da paz, da harmonia, através do caminho do bem e do desprendimento.

Aquele escritor mudara-se para uma colónia de pescadores em busca de alguma tranquilidade. Todas as manhãs, ele ia até à praia, passeava à beira mar, olhava para toda aquela imensidão onde perdia o olhar, em busca de inspiração para as suas crónicas.
Um dia, num desses passeios, avistou ao longe a silhueta de alguém que parecia dançar. Quando se aproximou um pouco mais, viu que era um jovem, que apanhava estrelas do mar na areia e as jogava ao oceano.
Não se conteve e dirigiu-se ao rapaz: - "Amigo, porque está a fazer isso?" - o rapaz, sem interromper o seu afã, respondeu esboçando um sorriso: - "A maré está baixa e o sol está quente. As estrelas vão secar aqui ao sol, indefesas, se ficarem aqui na praia." - "Mas meu jovem amigo" - argumentou o escritor - "existem milhares de quilómetros de praias por todo o mundo e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas por essas areias. Você joga apenas algumas ao mar. Que diferença faz? A maioria vai morrer, de qualquer maneira, essa trabalho é inútil..."
O rapaz pegou noutra estrela da areia e atirou-a de volta ao mar. Depois olhou para o escritor e respondeu calmamente: - "Para ESTA, faz toda a diferença..."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

As dívidas


Numa pequena vila e estância de veraneio na costa sul da França, chove e nada de especial acontece. Cada vez mais a crise sente-se.
Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dívidas.
Subitamente, um rico turista russo entra no foyer do pequeno hotel local.
Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3.º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se este não lhe agradar.

O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€, o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões para pagar os 100€ que lhe devia há já algum tempo, este, por sua vez, corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este, corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito.
Esta recebe os 100€ e corre a entregar ao dono do hotel os 100€ pela utilização casual de quartos à hora, para atender clientes.
Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai.

Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.

Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e estes moradores da pequena vila costeira, encaram agora com mais optimismo o futuro.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Construir castelos


Sol a pino! Maresia... ondas ritmadas lá no fundo. Na praia está um menino que, ajoelhado, cava a areia com uma pá de plástico e deita-a dentro de um balde vermelho.
Em seguida, vira o balde sobre a superfície, levanta-o e vê encantado, surgir diante de si um pequeno castelo de areia. E assim, durante algumas horas ele vai trabalhando incansável, cavando fossos, modelando paredes, montando mais montinhos, uns por cima dos outros, os pormenores apelando à imaginação: as rolhas de garrafa são as sentinelas; os palitos dos sorvetes as pontes. E do nada, feito de milhões de ínfimos grãos, surge um imponente castelo de areia que vai tomando forma, e um pequeno império surge das mãos do diligente e determinado menino, que monta as casinhas junto ao castelo. Vão surgindo ruas largas e movimentadas, pequenas pedras, são os carros... grande cidade esta...
Mas está na hora da maré subir e as ondas aproximam-se de mansinho e levam primeiro os carros, outras, começam a desfazer as ruas, mas o menino, com a sua sabedoria de criança maravilhada, bate palmas, não há tristeza, não há desolação, ele sabia que a maré subiria e que isto ia acontecer.
Quando uma onda mais atrevida acaba por bater no seu castelo e a obra-prima é arrastada pelo mar, ele sorri, recolhe a pá e o balde, segura a mão do pai e vai para casa, feliz por uma tarde preenchida e produtiva.
O adulto, não é tão sábio assim, quando a onda dos anos desmorona o seu castelo, ele atemoriza-se, cerca o seu monumento de areia, para o proteger, tenta impedir que as ondas alcancem as paredes e resmunga para a próxima onda: -"É meu, este castelo” - mas o mar não precisa responder, porque ele sabe a quem a areia pertence... o homem não sabe muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem, só que depois crescem e esquecem...
Compreendi que, nas nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto do nosso tempo e da nossa energia para construir, tudo isso é passageiro, tudo é feito de areia; o que realmente permanece, é apenas, e só, o relacionamento que temos com os outros. Mais cedo ou mais tarde, uma onda virá e destruirá ou apagará o que levámos tanto tempo a construir. A vida tem uma dinâmica própria, e obedece a leis transcendentes, que nem sempre conseguimos compreender totalmente... Resta-nos conhecer, confiar, observar e aprender.
Por isso, pode ir em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança. Quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo, aplauda!
Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cabeleireiros na China

Como país de contrastes, a China, de imensas tradições milenares, é uma das civilização das mais antigas, cuja identidade continua a ser para nós de uma certa complexidade.
Apesar de nos últimos anos a China ter tido uma grande abertura, mostrando ao mundo um pioneirismo notável nas áreas da arte e da ciência, conserva porém, certas particularidades bastante curiosas que vale a pena dar aqui a conhecer, uma vez que ao longo de muitos anos, divido a minha vida entre Macau e a China, (aqui ao lado), onde sempre que tenho oportunidade, passo os meus tempos livres.
É claro que Macau, apesar de ter tido uma administração portuguesa durante 450 anos, preserva muito desta cultura, diria mesmo, que os portugueses nem beliscaram os seus hábitos e tradições, antes pelo contrário, fomos aproveitando o que de bom esta cultura nos oferece e é aqui que quero chegar: aos cabeleireiros, por exemplo.
Esta é a forma como é sinalizado um salão de cabeleireiro: a ladear a porta de entrada, (neste caso estão junto a um anúncio, para despertar melhor a atenção), são colocados dois cilindros que se movem, alguns têm luz por dentro, muitas vezes, as entradas são tão discretas, que, se não fosse conhecermos esta caracteristica, nem sabíamos que se tratava de um cabeleireiro.

Enquanto que, em Portugal, nós chegamos ao salão e nos encaminham para os lavatórios onde de imediato se procede à lavagem do cabelo, pois por cá, depois de nos sentarmos em frente do espelho, começam por nos deitar algumas gotas de champoo e outras tantas de água tépida e ali mesmo começa a lavagem do cabelo com gestos suaves, massajando o couro cabeludo, durante cerca de quinze minutos, removem de vez em quando a espuma que deitam para um cesto, previamente, forrado com um plástico e continuam por mais algum tempo com o mesmo procedimento, deitando as gotas de champoo seguidas de um pouco de água.

Depois é que nos levam para o lavatório onde removem a espuma, lavam de novo e, quando chega a vez do amaciador, procedem a uma longa e agradável massagem, tendo o cuidado de fazer incidir os nós dos dedos em pontos estratégicos nas frontes, testa e nuca, que nos deixam revigorados e leves. Aqui em Macau é assim que por norma procedem.

Nos cabeleireiros da China, para além de todos os procedimentos já descritos, após a saída do lavatório, já sentados na cadeira, têm o hábito de, antes do corte ou da secagem do cabelo, continuarem a fazer a massagem, voltando a pressionar frontes, a nuca, o pescoço, costas e, finalmente, os braços, fazendo-o de uma forma muito suave e especial, o que nos deixa quase a dormir.

Agora é a vez de fazer a massagem às costas.
Portanto, para quem se sente cansado, com dores de cabeça e de costas, não há nada mais agradável que ir... lavar a cabeça!

Aqui está o cabeleireiro a esticar o cabelinho à minha amiga já na fase final, após uma hora e tal de termos entrado.

Hora do almoço? Não há problema, qualquer cantinho serve para comer uma porção de arroz com legumes e um pouco de carne ou peixe e está pronto a continuar a labuta.
Isto no que toca a estabelecimentos porque...

... perto de um mercado, por debaixo de um toldo, podemos ver bastante acção, onde se misturam, cortes de cabelo a crianças e adultos...

...como se pode ver, um cliente a aparar a barba, tudo feito na maior das descontrações e de forma rápida e prática.

Como também há muitas clientes para o arranjo das unhas, que por acaso, não ficaram nada mal, dado o local e o preço...

Que tal este belo corte? Os pais parecem divertidos e o facto é, que por onde esta cabecinha passava, despertava a atenção, acompanhada de sorrisos carinhosos.

Para finalizar e na hora de maior calor, mais uma vez encontrei dorminhocos, cujos locais não devem ser os mais confortáveis para passar pelas "brasas"...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sorri, porque...


A menina, diariamente, caminhava numa ida e volta de casa para a escola.
Apesar do mau tempo que se anunciava naquela manhã e das nuvens que se formavam rapidamente, ela fez como sempre o seu caminho.
Com o passar das horas, os ventos aumentaram e havia agora raios e trovões.
A mãe preocupada, pensando no medo que a sua filhinha teria no caminho de volta para casa, pois ela própria estava assustada com tantos trovões e faíscas que cruzavam o céu, que decidiu ir buscá-la.
Entrou no carro e conduziu em direcção à escola.
Depressa avistou o vulto da menina a caminhar na direcção de casa, mas... a cada relâmpago, a criança parava, olhava para cima e... sorria!!.
Outro e outro trovão e, após cada um, ela parava, olhava para cima... e sorria !!!
Finalmente, a pequena entrou no carro e a mãe, curiosa, perguntou-lhe:
"O que estavas a fazer? " - ao que a menina respondeu inocentemente: - "A sorrir, porque Deus não pára de tirar fotos minhas!!!"

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Como seleccionar empregados


Todos sabemos como cada vez é mais difícil recrutar pessoal, em especial nas grandes empresas!
E o pessoal sente que, cada vez é mais difícil saber qual a sua verdadeira inclinação profissional.
Os governos de todo o mundo têm feito um grande esforço nessa busca, ou seja, através de psicólogos procuram descobrir as verdadeiras aptidões profissionais dos seus cidadãos para que não haja erros e gastos escusados nos centros psiquiátricos que, infelizmente, abrem cada vez mais... (porque será?)
A boa noticia é que finalmente surgiu a fórmula infalível para suprir qualquer dúvida a esse respeito.

Então, o método é muito simples e consiste em:


1-Colocar todos os candidatos num armazém.
2-Disponibilizar 200 tijolos para cada um.
3-Não dê orientação alguma sobre o que fazer.
4-Tranque-os lá durante seis horas, ao fim das quais, volte e verifique o que fizeram.


Segue a análise dos resultados:

1 - Os que contaram os tijolos, contrate-os como contabilistas.
2 - Os que contaram e em seguida recontaram os tijolos, são auditores.
3 - Os que espalharam os tijolos são engenheiros.
4 - Os que tiverem arrumado os tijolos de maneira muito estranha, difícil de entender, coloque-os no Planeamento, Projectos e Implantação Controlo de Produção.
5 - Os que estiverem a arremessar tijolos uns contra outros, coloque-os em Operações.
6 - Os que estiverem a dormir, coloque-os na Segurança.
7 - Aqueles que picaram os tijolos em pedacinhos e estiverem a tentar montá-los novamente, devem ir directo para Tecnologia da Informação.
8 - Os que estiverem sentados sem fazer nada ou em conversa fiada, vão para Recursos Humanos.
9 - Os que disserem que fizeram de tudo para diminuir o stock mas a concorrência está desleal e será preciso pensar em maiores facilidades, são vendedores natos.
10 - Os que já tiverem saído, são administradores.
11 - Os que estiverem a olhar pela janela com o olhar perdido no infinito, são os responsáveis pelo Planeamento Estratégico.
12 - Os que estiverem a conversar entre si com as mãos no bolso demonstrando que nem sequer tocaram nos tijolos e jamais fariam isso, cumprimente-os com muito respeito e coloque-os na Direcção.
13 - Os que levantaram um muro e esconderam-se atrás, são do Departamento de Marketing.
14 - Os que afirmarem não estar a ver tijolo algum no armazém, são advogados, encaminhe-os ao Departamento Jurídico.
15 - Os que reclamarem que os tijolos "estão uma porcaria, sem identificação, sem padronização e com medidas erradas", coloque-os no Controlo de Qualidade.
16 - Os que começarem a chamar os demais de "companheiros ou camaradas", elimine-os imediatamente antes que criem um sindicato.
Boa sorte!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Zhuhai - China

Depois de cruzar a fronteira de Macau para a China, a pé, chega-se em Zhuhai. Esta cidade fica na costa sul da China e nas margens do rio das Pérolas, é um local romântico e tem imensas coisas para descobrir.
Sempre que há um fim de semana alargado, como foi agora o 1.º de Maio, lá vamos nós “arejar” a vista e os pulmões e desta vez fomos com duas amigas. Não queria deixar de partilhar esta experiência com aqueles que vivem perto destes simpáticos lugares e para aqueles que vivem por outras paragens mais distantes, aqui fica a sugestão com algumas fotos.
Nesta primeira foto acabámos de atravessar a fronteira Macau/Gongbei, procurámos um táxi que, após vinte minutos de viagem, nos deixou no nosso hotel.

Este é o "Paradise Hill Hotel", que escolhemos para relaxar alguns dias e que marcámos pela internet (www.paradisehillhotel.com).
Rodeados de verde, piscina, quartos espaçosos e limpos, uma bonita vista para o lago e, a poucos metros, para além de um frondoso parque, há vários centros comerciais e restaurantes. Que se pode desejar mais para uns curtos dias de férias, diferentes da rotina diária?

A parte lateral do hotel, que tem vista para o lago e do lado esquerdo fica a piscina.

Este é o lago que circunda o hotel e ao longe avista-se muito verde e montanhas, o que é bastante repousante para quem, no dia a dia, só vive no meio de "montanhas" de cimento.

Com este sol, todo o cuidado é pouco...

Tivemos a piscina só para nós. Será que a maioria andava na manisfestação do 1.º de Maio? Sorte a nossa...

Hora do almoço: que dizem a esta deliciosa "salada à chefe"?

E... esta salada de frutas? A oferta é tanta, que nem sabemos o que escolher, mas tudo o que comemos tinha excelente aspecto e consolou-nos os sentidos e o espírito.

Decidimos descer o parque e dar um passeio por esta zona de Zhuhai.
Esta cidade fica na costa sul da China e nas margens do rio das Pérolas, é um local romântico e tem imensas coisas para descobrir. Esta jovem cidade-jardim atrai 11 milhões de turistas por ano e actua como entrada ou saída de Macau. É também uma zona económica especial e dotada de um clima subtropical, mas as suas praias abundantes, não atraem os nadadores, em virtude de ter uma areia acastanhada e a água ser barrenta. No entanto, as 100 ilhotas nas margens da cidade, possuem uma areia branca, palmeiras e águas claras, confirmando a tese de que Zhuhai é a cidade ideal para os apaixonados.
Descemos até à praia. O ambiente não é como o que encontramos nas praias europeias, pois os chineses não se despem, nem estendem a toalha na areia para apanhar sol...

... antes pelo contrário, as senhoras protegem-se o mais que podem com a roupa e sombrinhas, os homens apenas arregaçam as calças, ou ficam em tronco nu para brincarem com as crianças à beira mar.

Gostam mais de brincar com os papagaios de papel, nas praias ou nos parques. Na água preferem este tipo de "brinquedos".
A criançada e até alguns adultos, divertem-se nestas bolas gigantes transparentes.

Parece ser bastante divertido!

Esta cidade tem uma lenda, a qual conta que a filha do rei dragão se sentia tão atraída pela beleza de Zhuhai que desceu do céu para viver ali, fazendo-se passar por filha de um pescador. Passado algum tempo, a jovem apaixonou-se por um rapaz chamado Hai Peng e os dois decidiram-se casar.
Entretanto, certos aldeãos suspeitaram que ela não era uma mulher comum. Em resposta, Hai Peng ordenou que a sua noiva jogasse fora a pulseira que sempre usava. Ao fazê-lo, ela morreu imediatamente, pois a pulseira era seu talismã protector e aparentemente ela ignorava esse facto. Hai Peng ficou desolado. Um imortal chamado Jiuzhou sentiu-se tão comovido pelo sofrimento do noivo que prometeu criar uma poção capaz de ressuscitar a sua noiva. Um dos seus ingredientes era uma erva que precisava de sangue fresco para crescer. Hai Peng, sem hesitar, alimentou a erva com seu próprio sangue. Quando a poção ficou pronta, ele deu-a à sua amada, que recobrou a vida imediatamente. Assim, o casamento realizou-se finalmente e consta que viveram felizes para sempre. Há pelo menos três versões desta história, mas esta é a única com final feliz. Por isso, Zhuhai não é bom lugar para acomodar tragédias e é talvez por isso, que a avenida principal de Zhuhai, tem mesmo os nome de “Av dos Namorados” e possui 13 km de extensão com um passeio à beira mar e espaços arrelvados com diversas estatuetas alegres e românticas...

Hoje, existe uma estátua que representa essa personagem: “A rapariga da pérola”. É uma estátua em granito e foi colocada perto da margem da baía de Xianglu, em Zhuhai.
Ela sustém uma enorme pérola em ambas as mãos, erguidas ao alto numa atitude elegante, oferecendo-a ao seu salvador. Esta imagem, tornou-se assim o símbolo da cidade.

Comida à venda na rua é o que se queira. Decidimos provar este estranho manjar que se chama (soa mais ou menos assim em chinês) "kufa siopeng" uma massa recheada com legumes, carne e depois assada nas paredes de um pequeno forno, mesmo ali na rua. Mas garanto que é delicioso!

Esta é a "pequena" zona comercial, perto do hotel.

Quando o calor aperta, não há nada como fazer uma paragem para beber uma água de côco.

Não só os Centros Comerciais têm imensa oferta de tudo o que se possa imaginar, como pelas ruas há ofertas variadas, em especial o arranjo de malas, cintos ou sapatos, ali, na hora!


É claro que em qualquer lugar é bom para tirar uma soneca. E, pelos vistos, não há barulho que o incomode...

Agora... nós as senhoras, quando estamos "apertadinhas" é um sarilho, porque há sempre grandes filas para os toiletes....

Mas não nos ficámos por aqui, visitámos também um interessante museu, onde havia exposições várias, entre elas, uma de pintura clássica em papiros que nos mereceu uma especial atenção; outra de peças antigas em cerâmica, uma sala sobre a história dos dinossauros, e muitas outras coisas interessantes que não me é possivel descrever aqui, mas que nos deixou mais uma vez encantados com esta maravilhosa cultura que tanto tem de belo e que nunca nos cansamos de admirar.

Um dos aspectos do interior do museu... Esta jovem cidade-jardim atrai 11 milhões de turistas por ano e actua como entrada ou saída de Macau

... onde não faltam recantos encantadores, como este lago coberto por nenúfares gigantes, para além das enormes salas onde se encontram as exposições.

Também descobrimos uma casinha que servia um delicioso café de origem colombiana e ali ficámos sentados ao ar livre a observar o movimento, a conversar e a beber o nosso cafezinho.
Desde os petiscos às massagens, foram uns dias agradáveis. O tempo esteve óptimo com sol e uma temperatura agradável que nos deixou repousados e retemperados para encetar mais uma semana de maratona stressante. Regressámos a Macau com vontade de voltar, para fazer outro passeio, novas experiência e quem sabe? Novas aventuras!