sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estrelas do mar


"A cada dia que vivo, mais me convenço que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se ao sofrimento, perdemos também a felicidade"
Este "desabafo" que li do Carlos Drummond de Andrade, faz-me pensar: pessoas como Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Mdre. Teresa de Calcutá, entre tantos outros, que lutaram para melhorar a vida dos mais fracos e pobres, deixando-nos maravilhosos exemplos de altruísmo, mostrando que o dinheiro não é uma razão de vida... o que os move então?
Penso que tudo na vida tem um sentido, cujo objectivo é o alcançar os valores da paz, da harmonia, através do caminho do bem e do desprendimento.

Aquele escritor mudara-se para uma colónia de pescadores em busca de alguma tranquilidade. Todas as manhãs, ele ia até à praia, passeava à beira mar, olhava para toda aquela imensidão onde perdia o olhar, em busca de inspiração para as suas crónicas.
Um dia, num desses passeios, avistou ao longe a silhueta de alguém que parecia dançar. Quando se aproximou um pouco mais, viu que era um jovem, que apanhava estrelas do mar na areia e as jogava ao oceano.
Não se conteve e dirigiu-se ao rapaz: - "Amigo, porque está a fazer isso?" - o rapaz, sem interromper o seu afã, respondeu esboçando um sorriso: - "A maré está baixa e o sol está quente. As estrelas vão secar aqui ao sol, indefesas, se ficarem aqui na praia." - "Mas meu jovem amigo" - argumentou o escritor - "existem milhares de quilómetros de praias por todo o mundo e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas por essas areias. Você joga apenas algumas ao mar. Que diferença faz? A maioria vai morrer, de qualquer maneira, essa trabalho é inútil..."
O rapaz pegou noutra estrela da areia e atirou-a de volta ao mar. Depois olhou para o escritor e respondeu calmamente: - "Para ESTA, faz toda a diferença..."

3 comentários:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Sem dúvida alguma que nós vivemos pensando em nós sem nos lembrar-mos dos sofrimentos porque passam as outras pessoas.
Basta apenas uns minutos de dedicação para que as coisas se componham e fiquem melhor para todos aqueles que necessitam de nossa força, da nossa palavra amiga, de uma ajuda, mesmo por mais pequena que seja, pois sempre irá ajudar.
Os grandes homens da humanidade tudo fizeram para o bem dos outros, nada desejaram para eles, mas ingratamente, alguns deles, tal como Jesus Cristo, foram morto pela malvadez do homem.
Saibamos pois salvar ainda o que resta!...

António Serra disse...

Amiga Irene,

Esta pequena história faz-me lembrar também a do colibri.
Se cada um de nós contribuirmos com o "nosso bocadinho" com certeza iremos fazer a diferença...

Beijinhos e um bom fim de semana!...

António Serra

Anónimo disse...

Vocês haviam de ver a montanha de estrelas do mar secas que costiumam estar à venda no supermercado de Zhuhai... até dói!!!!
Maria A