terça-feira, 23 de junho de 2009

O vendedor de balões


Era uma vez um velho homem que vendia balões de todas as cores.
A certa altura, ele deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Já tinha poucos quando reparou que ali perto, um menino negro observava-o e é claro que, para além de observar todo o movimento em seu redor, ao mesmo tempo apreciava os balões que ondolavam ao vento.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco. Todos foram subindo até desaparecerem de vista. O menino, de olhar atento, seguia o rasto de cada um. Pelo seu ar sonhador, ali ficou algum tempo imaginando mil coisas...
Mas havia algo que o intrigava, é que o homem nunca soltou o balão preto. Então aproximou-se do vendedor e perguntou-lhe: - “Se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros?”
O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, soltou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse:
- “Não é a cor filho, mas sim, é o que está dentro dele que o faz subir.”

Aconteça o que acontecer, ame, apoie, agasalhe, ajude o próximo, esteja em paz!

5 comentários:

Anónimo disse...

É assim a vida, o aspecto exterior infelizmente continua a contar mais que nunca nesta sociedade que ainda não aprendeu a lição...
Bjs
Ana Simões

Anónimo disse...

Anda a correr na net um pequeno filme contra o racismo. Aparece uma criança a chorar porque o balão se prendeu na árvore e um negro vai buscá-lo e, quando o vai entregar à criança, a mãe, cheia de preconceito, leva-a de volta e o negro baixa a cabeça e vai juntar aquele balão a tantos outros. Há negros, (assim como há brancos) horriveis, mas também conheço gente negra muito boa. Maldito preconceito!
Beijinhos para ti.
Filipa Santos

Anónimo disse...

Se querem ver preconceito a sério, é observarem nas filas da emigração Macau-Zhuhai... quando um negro ou indiano aparece, estamos um tempo interminável à espera que virem o passaporte do avesso...

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga e Ilustre Romancista Irene,
Infelizmente, ainda nos dias de hoje, o racismo existe, não de uma forma declarada e aberta, mas existe de outras formas.
Não importa a cor, mas sim o que está dentro dessa pessoa, pois ela também tem sentimentos, sabe analizar, sabe pensar, mas em muitos locais são tratados como se não fossem sere humanos.
Enfim!...
Todos diferentes todos iguais é esse o lema porque me rejo.
António Cambeta

Irene Fernandes Abreu disse...

É sempre complicar abordar o tema "racismo". Ele existe em diversas vertentes e em todas as sociedades. A exemplo disso, já tinha o tinha abordado aqui no blog dia 3 de Abril em "Se o arrependimento matasse..." em que a figura central é a esposa do presidente americano Obama...
Abraço a todos.