segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril sempre!


Por muito que se barafuste com o actual governo, a realidade é que, se não tivesse havido a "revolução dos cravos", possivelmente as pessoas actualmente não poderiam dar livre voz às suas actuais reivindicações, greves e direitos.
O actual estado do nosso Portugal deve-se à má gestão dos sucessivos governos, mas... estão lá, porque o povo os elegeu!

No dia 24 de Abril de 1974, cerca das 23h, os Emissores Associados de Lisboa transmitiram a canção «E Depois do Adeus», cantada por Paulo de Carvalho; foi o sinal combinado para o início da operação militar. Mais tarde, já na madrugada do dia 25 de Abril, a Rádio Renascença transmitia «Grândola, Vila Morena», de José Afonso; estava confirmado o desencadear da revolução, que iria pôr fim a 48 anos de ditadura.
Particularmente importantes são as referências ao movimento revolucionário pacífico e à forma como se desenrolou, pondo fim à Guerra Colonial, numa inversão clara dos símbolos de paz e guerra: «As armas e os blindados que estavam nas ruas do país eram de paz e não de guerra, eram de esperança e não de conflito. Cada uma dessas armas era tão bela como um cravo de Abril a anunciar um tempo novo» (Letria, 1999a: 53 e 54).
E o povo saiu à rua

Uma das preocupações do M.F.A., no dia 25 de Abril de 1974, era manter a população informada do que estava a acontecer. Por isso, foi importante ocupar as estações de rádio e, também, os estúdios da R.T.P, a única estação televisiva, nessa época. Durante todo o dia, a televisão e as rádios transmitiram comunicados do M.F.A. e marchas militares. Também os jornais deram notícia do que estava a acontecer.
Alguns dias depois, no dia 1 de Maio de 1974, a população portuguesa saiu à rua para participar na grande festa da liberdade. Comemorava-se o Dia do Trabalhador. Nessa data, ouviram-se palavras de ordem como: «O povo está com o M.F.A.» ou «O povo unido jamais será vencido».
Em Portugal, durante o Estado Novo, foram proibidos os desfiles de trabalhadores no 1.º de Maio. Desde 1974, é feriado nacional.

O regresso
Com a independência das antigas colónias, muitos portugueses que lá residiam e trabalhavam, temendo pelas suas vidas e bens, regressaram a Portugal Continental e Insular (Madeira e Açores).
Chamaram-lhes «retornados» embora, na sua maioria, se tratasse de cidadãos já nascidos em África, filhos ou netos de colonos.
Em alguns casos, tratava-se mesmo de famílias africanas que mantiveram a nacionalidade portuguesa e escolheram viver em Portugal.
A vinda de tantas pessoas (entre 500 000 e 700 000) criou problemas graves:
- para a sociedade portuguesa, que tinha dificuldades em integrar um número tão grande de indivíduos; - para os «retornados», que tiveram, em alguns casos, muitas dificuldades para conseguir casa ou emprego. Com o tempo, as dificuldades foram sendo ultrapassadas; algumas pessoas integraram-se na sociedade portuguesa, outras emigraram para outros países, sobretudo para o Brasil.

Duas excepções Quando aconteceu o 25 de Abril de 1974, Portugal mantinha, sob a sua administração, dois territórios no Extremo Oriente: Macau e Timor Leste.
Macau continuou sob administração portuguesa até ao dia 19 de Dezembro de 1999, data em que passou a estar integrado na República Popular da China.
Quanto a Timor Leste, foi invadido por tropas indonésias no dia 7 de Dezembro de 1975. Mais tarde, o território foi considerado, pela Indonésia, a sua 27.a província. O povo timorense lutou, durante 24 anos, pela liberdade e pelo direito de decidir do seu destino. Este foi alcançado através do referendo, realizado no dia 31 de Agosto de 1999; nascia um novo país - Timor Loro S’ae. O cravo tornou-se no símbolo da Revolução de Abril: uma revolução singular, onde os cravos, que os militares colocaram nos canos das espingardas, se tornaram num símbolo e a música, no código para uma Era nova…

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