sexta-feira, 8 de abril de 2011
Confúcio redimido...
Em Janeiro deste ano, a China instalou uma estátua de Confúcio de 7,90 metros de altura, assente num pedestal de pedra, no seu centro político, na Praça da Paz Celestial, (Praça Tiananmen) de frente ao retrato de Mao Tsé-tung e perto do moderno obelisco para os Heróis do Povo. Dois símbolos que, materialmente, definiram a identidade nacional chinesa durante 60 anos.
Este acto, não seria novidade de maior, porque Confúcio representa a cultura tradicional da China e tem uma vasta e profunda influência na sociedade internacional, mas a novidade é que Mao-Tse-Tung quando governava o país, considerava o grande sábio chinês da antiguidade “um pensador feudal e decadente”.
Durante a década da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), na última cruzada de Mao, a liderança chinesa lançou uma “campanha política de massas” intitulada “Criticar Lin Biao e Criticar Confúcio”, porque os radicais da altura, entre os quais, a mulher de Mao (Jiang Qing) pretendiam “aprofundar a luta de classes sob a ditadura do proletariado”, e, para eles, Confúcio era demasiado “conservador”…
O retrato de Mao, afixado na tribuna de cor púrpura que dá o nome à praça, continua lá, mas a “Revolução Cultural” é hoje considerada “o mais grave erro e o maior retrocesso da história do socialismo na China”.
Ao contrário do que então preconizava, o Partido Comunista Chinês defende agora, a economia de mercado.
Confúcio, nasceu em 551 a.C., quando a China estava dividida em vários reinos, tornou-se filósofo e pedagogo, tendo seguidores e escolas que ensinam a sua filosofia, até aos dias de hoje. O organismo criado em 2005, pelo governo chinês para divulgar internacionalmente a cultura e a língua chinesas, por ironia, chama-se precisamente Instituto Confúcio.
Mas desde Janeiro deste ano, Confúcio e o fundador da China comunista juntaram-se no centro de Pequim numa aliança impensável na década de 70. O filósofo foi reabilitado e a “sociedade harmoniosa” inspira-se agora nos seus ensinamentos…
O monumento de Confúcio em frente de Mao marca o fim de uma clara separação ideológica entre a história imperial e a moderna. É o reconhecimento de que a China contemporânea se tornou (talvez), num novo social-capitalismo confuciano…
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1 comentário:
Olá, gosto do Confúcio e da sua filosofia, não sabia nada desta "zanga"... beijinho
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