A Páscoa, que este ano será comemorada no dia 4 de Abril, está perto e por isso mesmo, muitas pessoas já começaram a refazer os seus cálculos para as compras das tradicionais amêndoas, folares e ovos de chocolate para mimar a família e os amigos.
Nesta época do ano, a publicidade e as tentações é o que não falta, entre ovos de chocolate branco ou de leite, cestinhos personalizados, e até mesmo caixas de bombons, entre muitas outras ofertas, é impossível ficarmos indiferentes.
Todos os anos aparecem novidades quanto aos ovos de Páscoa, principalmente os que são feitos, especialmente, a pensar nas crianças e, que, além do chocolate em forma de ovos e de coelhos, muitos deles possuem um brinde surpresa dentro, o que estimula o negócio e faz as delícias da garotada.A Páscoa é uma festa com muitas tradições que se misturaram com o passar dos séculos, na Europa. Tem a ver com religiões bem antigas e com o Cristianismo.
As crianças às vezes fazem a pergunta embaraçosa:
- se o coelho é mamífero e não põe ovos, então porque surge o coelho como representante da Páscoa e associado aos ovos?
Ora, essa tradição do coelho e dos ovos é muito antiga e tem a ver com a Primavera. Para os antigos habitantes da Europa, festejar a Primavera sempre representou a passagem de um tempo escuro e triste para um mundo iluminado, de vida nova na Natureza. Era uma espécie de renascer…
De facto, os símbolos da Páscoa são o coelho e os ovos.
O Coelho, por ser um dos animais com capacidade de gerar grandes ninhadas, a sua imagem simboliza a renovação e a vida nova.
A tradição do coelho da Páscoa não é portuguesa; foi levada para a América por imigrantes alemães em meados de 1700.
Para eles, o coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã do Domingo de Páscoa. A tradição não veio para Portugal, mas a imagem do coelho, sim.
O outro símbolo é o ovo que representa o nascimento e a renovação. De uma forma simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.
Os símbolos cristãos da Páscoa são o cordeiro, que simboliza Jesus Cristo, a cruz, que representa a morte e ressurreição e a vela, que simboliza a luz.
Porém, a tradição de oferecer ovos, vem da China.
No domingo de Páscoa, ao abrir o seu ovo, lembre-se que a paciência chinesa é responsável por esta tradição.Segundo a lenda chinesa, antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de uma galinha abriu-se e, dos seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, da sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yang).
Há vários séculos os orientais preocupavam-se em embrulhar os ovos naturais com cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterraba. Ao retirá-los do fogo, ficavam com desenhos mosqueados na casca. Os ovos eram dados como presentes na Festa da Primavera e este costume chegou, também, ao Egipto.
Assim como os chineses, os egípcios distribuíam os ovos no início da nova estação.
Com o passar dos anos, os ovos passaram a ser vistos como o símbolo da vida, a origem de Jesus, a ressurreição por todos os cristãos.
Foi então que o rei Eduardo I da Inglaterra começou a oferecer na sua corte, ovos banhados a ouro e alguns, enfeitados com pedras preciosas.
Com o tempo, as pessoas começaram a rechear os ovos, mas só no século XVII começou, em Inglaterra, a tradição de rechear os ovos com chocolate, porém só em 1960, é que eles passaram a ser industrializados e feitos como um ovo de verdade.
Depois da morte de Jesus Cristo, os cristãos consagraram esse hábito como lembrança da ressurreição e no século XVIII, a Igreja adoptou-o oficialmente, como símbolo da Páscoa.Tradicionalmente, para além das amêndoas (porque parecem ovos pequeninos) e dos ovos (símbolo da vida), existe o pão-de-ló e os folares são oferecidos às crianças (especialmente pelos padrinhos).
Os folares, como se sabe, têm um ou mais ovos dentro - e lá voltamos aos símbolos da Páscoa.
Antes da Páscoa, na Quaresma, o tempo é de jejum - evita-se comer carne e a ementa das sextas-feiras deve ser peixe (bem, na verdade, não deve é ser carne) por respeito, pois foi na sexta-feira que Jesus foi crucificado e morreu.
Mas como no Domingo de Páscoa se celebra a festa da Ressurreição (volta à vida, ressuscitar), volta a comer-se carne: cabrito ou borrego, como se fazia nos tempos antigos. E os doces, claro, que incluem todos os tradicionais e os folares, como foi dito.A Páscoa está também associada a várias práticas alimentares onde os ovos, os folares, as amêndoas e os cordeiros ocupam o primeiro lugar.
O "folar" tem especial relevância e varia muito conforme a região do país em que é consumido, mas qualquer que ela seja, assenta sempre num ritual de dádiva, solidariedade e convívio.
O folar mais corrente em Portugal é um "bolo de massa seca, doce e ligada, feito com farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha ou pingue, açúcar e fermento, e condimentado com canela e erva-doce, encimado, conforme o seu tamanho, por um ou vários ovos cozidos inteiros e em certos lugares tingidos, meio incrustados e visíveis sob as tiras de massa que os recobrem".Pois é, com uma origem tão misturada, a comemoração da Páscoa não é igual em todos os lugares do mundo. Por isso, cada cultura comemora a Páscoa à sua maneira bem especial...
Aqui em Macau por exemplo, festeja-se no dia 5 de Abril, o “Cheng-Meng”, ou a Suprema Luz, que é uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa, onde são visitados os túmulos dos antepassados e feitas oferendas, em forma de refeições e doces.Enfeitei esta tela para si com muito carinho, desejando que a alegria da Páscoa invada o seu coração e o daqueles que ama, irradiando luz para iluminar e fazer brilhar o mundo em
que vivemos, enchendo-o de AMOR, SAÚDE e PAZ!
quarta-feira, 31 de março de 2010
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2 comentários:
Estimada Amiga e Ilustre Historiadora Dra.Irene,
De terras do Sião, lhe desejo que conjuntamente com sua Exma. familia e com as pessoas que mais adorar, passem esta quadra com muito amor, Paz e amizade, são os votos deste amigo António Cambeta.
Que por Bangkok, sem ovos da Pascoa, nem amendoas, vai acompanhando o desenrolar dos acotecimentos hoje aqui por Bangkok.
Um abraço amigo
Amiga Irene,
Confesso que não sabia tanto sobre a Páscoa e as tradições a si ligadas. O que eu hoje já fiquei a saber...
Beijinhos deste "lado do mundo"...
António Serra
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