quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Morte, essa Desconhecida...


A morte chegará inexoravelmente para todos, ricos e pobres. Portanto, que oca vaidade centrar a nossa existência apenas nesta vida?!
Porque sofrem, de diversas maneiras, tantas pessoas? A uns, porque com a idade ou doenças, chegam ao fim e dói-lhes deixá-la; a outros, porque dura demais, porque não têm ou tiveram objectivos e a vida aborrece-os... Em caso algum é admissível o erro de justificar a nossa passagem pela Terra como um fim.
É preciso sair dessa lógica, e afirmarmo-nos noutra: a eterna!
É necessária uma mudança total: esvaziar-se de si mesmo, dos motivos egocêntricos, que são caducos, para renascer em Cristo, que é eterno.
É verdade, só a morte como fim inevitável, dá sentido à vida e direcção ao tempo, colocando-nos diante do desafio de realizar coisas, da urgência em ver os nossos objectivos terminados. Ter planos para o futuro, é só para quem reconhece os limites nesse futuro! Mas, contradição demasiado humana, a mesma perspectiva que dá sentido à nossa vida é encarada, quase sempre, como facto gerador de sofrimento, medo e insegurança, fonte de melancolia e algo em que nós evitamos de pensar.
Todas a religiões têm uma explicação para esse estado material, que um dia todos nós vamos atingir. Todavia, assim como estas divergem nas suas doutrinas e dogmas, a explicação para o estado da morte também é divergente não só para os doutrinadores religiosos, mas também para a própria ciência.

Apesar de todas essas explicações, jamais saberemos o que de facto é a morte ou poderemos sentir a sua dimensão senão quando chegar nossa própria hora, e para a qual jamais nos mostramos preparados, pois fomos feitos e criados com a vontade e a necessidade de viver, porque Deus assim nos fez, e é assim que Ele nos mantém nesta esfera, embora o fascínio insondável da morte sempre venha a suscitar temores e dúvidas a respeito do significado da própria vida, afinal, por que devemos morrer, se todos queremos viver?
Esta é uma condenação a qual estamos todos sujeitos a passar, mas a dor, a conturbação de perder alguém querido, que nos é arrebatado pelo anjo da morte, faz-nos às vezes indagar sobre certos mistérios, como o estado da morte.
Apesar de muito lermos sobre o assunto e sermos doutrinados “que a morte é apenas uma passagem física para outro plano”, jamais aceitamos a morte de um ente querido com um sorriso, porque os nossos sentimentos em relação àquele ser humano, ao qual estavámos apegados, a separação brusca dessa morte, não nos deixa conformar que nunca mais o poderemos ver, falar, ouvir e tocar-lhe e a saudade e o desespero instala-se no nosso coração.

Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos.

E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar... guardai, longe, as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, nudos e vencidos.

Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.

E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.

Pedro Homem de Melo, in “Caravela ao Mar”

VIDA DEPOIS DA MORTE?

O astrofísico Stephen Hawking*, de 69 anos, afirmou numa entrevista ao jornal "The Guardian", que a vida após a morte é apenas um “conto de fadas” para pessoas com medo de morrer.
Hawking, um dos mais conhecidos cientistas do planeta, sofre desde os 21 anos os efeitos de uma doença que o impede de se mover e que, segundo os médicos, deveria ter morrido logo após os primeiros sintomas, mas que, de acordo com o próprio astrofísico, permitiu que ele aproveitasse mais a vida.
-“Eu vivi com uma perspectiva de uma morte próxima nestes últimos 49 anos. Não tenho medo da morte, mas eu também não tenho pressa em morrer, porque tenho muita coisa ainda para fazer”, disse ao jornal britânico.
- “Considero o nosso cérebro como um computador, que vai parar de trabalhar quando os seus componentes falharem. Não há céu nem vida após a morte, para computadores quebrados, isso é um conto de fadas para as pessoas com medo do escuro”, afirmou categoricamente o cientista.
Em 2010, Hawking lançou o livro "The Grand Design", no qual afirma que, não há necessidade de um criador para explicar a existência do Universo. Estas afirmações vão contra um de seus mais famosos livros, "Uma Breve História do Tempo" (hoje revisado e com o título "Uma Nova História do Tempo"), de 1988, em parceria com Leonard Mlodinow.
Nos anos 80, Hawking dizia que uma teoria do "tudo", a qual Einstein buscava e que poderia explicar todas as forças e partículas do Universo, seria o que levaria o homem a “conhecer a mente de Deus”.
Agora, o astrofísico descarta a vida após a morte e diz que devemos concentrar o nosso potencial na Terra, fazendo o melhor uso possível das nossas vidas.
Hawking, proferiu há pouco tempo uma palestra em Londres, onde afirmou que as flutuações quânticas no início do Universo, tornaram possíveis as galáxias, estrelas e, por fim, a vida humana. Falou ainda sobre a teoria M, que une a teoria das cordas e é vista por muitos cientistas como a melhor candidata à teoria do “Tudo”…

* Stephen Hawking é um Físico teórico e cosmólogo inglês, Professor lucasiano na Universidade de Cambridge, posto ocupado por Sir. Isaac Newton. Envolvido com os campos de cosmologia teórica, gravidade quântica e teoremas sobre singularidades, e também envolvido com as pesquisas sobre os buracos negros, faz debates em todo o mundo, sobre as grandes questões do Universo.

2 comentários:

Anónimo disse...

A Vida depois da Morte, para mim não existe, acho que devemos Viver o melhor que podermos e aproveitar o que temos. A Crença de que há Vida depois da Morte, acredito que se deva ao facto do Ser Humano ter necessidade de ter Esperança, ou seja, apesar do sofrimento ou bem estar nas nossas vidas, anelamos sempre por Algo Melhor. Para mim, é apenas o nosso Desejo Infindável de Algo Melhor, mesmo depois de Findarmos. E uma espécie de “premio” de Consolação. Se vi ou ouvi algo de Sobrenatural, em plena consciência, confesso que não! E sinceramente acho que nunca verei! E o facto é que ainda não voltou ninguém para contar! Mas também te digo uma coisa, “Eu tenho Esperança que o Amanhã será melhor que Hoje!” claro está, se eu não “Findar” Amanhã. Assim, faço o melhor que posso para Viver esta Vida, porque a próxima não sei como será. (Eh! eh! eh!)
Ana

Célio Aureliano disse...

torná-se uma surpresa ao verificar, após o translado da vida material, tão falaciosa, para o verdadeiro estado do homem, que é o espírito, deixo aqui trecho do livro dos espíritos:

Em O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta:

961. No momento da morte, qual é o sentimento que domina a maioria dos homens? A dúvida, o medo ou a esperança? R: A dúvida para os descrentes endurecidos, o medo para os culpados, a esperança para os homens de bem.

Paz e Bem à todos!