segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

AKIANE – Inspiração ou Encarnação?

Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração” Allan Kardec
A providência Divina manifesta-se incessantemente com vista ao progresso das criaturas e, esse amparo, acontece de infinitos modos.
Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos pelo nome de Guias cuja grandiosa e sublime missão revela a bondade do Criador, dando-lhes meios de aperfeiçoamento para que a Humanidade possa evoluir.
Para os mais cépticos sobre o espiritismo, e portanto sobre as reencarnações, haverá uma explicação cientifica ou lógica para determinados casos como o de Akiane, a jovem artista que tem maravilhado o mundo desde os 4 anos. Há até quem diga que ela tem apenas uma intuição muito apurada, porém, Alan Kardec, o pai do Espiritismo diz-nos que:
- “A intuição é um instrumento de prospecção, de fundo anímico do educando, das camadas sedimentares de perfeições e imperfeições acumuladas nas existências anteriores.
Portanto, a memória de vivências passadas e da nossa missão, entende-se o termo como os propósitos estabelecidos na espiritualidade, não é perdida com o processo da reencarnação, permanece bem viva no nosso inconsciente, influenciando-nos e activando-nos continuamente, como intuições, aptidões, tendências, instintos e outras experiências de vidas anteriores, constituindo-se assim, nos embates com o consciente, o “você decide” do Espírito, no uso pleno do seu livre-arbítrio.
Deus não nos atende pessoalmente conforme os nossos caprichos, mas por intermédio das suas leis imutáveis e dos seus mensageiros que são anjos protectores e que foram homens e mulheres de ontem, que evoluíram, deixando para trás a animalidade…
Deus, nosso Pai, quer-nos como parceiros criadores, inspirando-nos e dando-nos ferramentas (inteligência, sonhos), para alcançar a perfeição, mas através do nosso esforço para conseguirmos alcançar o mérito da vitória sobre nós mesmos.
Alan Kardec

AKIANE KRAMARIK
Akiane Kramarik é uma artista auto-didacta, agora com 18 anos (nascida em Julho de 1994),filha de uma Lituana e ateísta, dona de casa e de um chefe de cozinha americano. Vive em Idaho, EUA, com os seus pais e três irmãos.
Aos 4 anos, a sua vida mudou através de uma experiência espiritual incomum. Segundo o relato da jovem, durante uma noite, enquanto dormia, saiu do seu corpo (projecção do peris-espirito), e um espirito levou-a a conhecer um mundo cheio de cores e disse-lhe que ela deveria de aprender a usá-las.
Logo que despertou, começou a desenhar de uma forma pouco vulgar para uma criança daquela idade e, aos 6 anos, começou a pintar e a compor poesias, que fluem para o papel, sem que necessitarem de correcções. Por tudo isto ela diz que é inspirada pelas visões do “Paraíso”, e que tem uma ligação com o Criador.
Fala 4 idiomas: Lituano, Russo, Inglês e a linguagem gestual, para mudos.
O que é facto, as suas pinturas e desenhos são totalmente incomuns, conduzindo a partir de então, toda a sua família à aproximação de Deus.
Com 8 anos de idade, Akiane trancou-se no quarto e pediu a Deus que gostaria de ver como era Jesus. Na manhã do dia seguinte, um homem bateu à porta da sua casa, dizendo ser carpinteiro e que seria o modelo do seu próximo quadro.
O mais estranho de tudo isto é que Akiane pintou um quadro com o rosto deste homem em 2002 e revelou ao jornal “Life Site News”, que essa pintura de Jesus intitulada "Príncipe da Paz", foi feita do modo exacto, como ela o viu.
Em 2010, cientistas revelaram, através do Sudário, o possível rosto de Jesus em 3D. Para obterem esta imagem do rosto impressa no manto, os cientistas empregaram a mais avançada tecnologia e grafismo computorizado, revelando assim o rosto, que é incrivelmente semelhante ao do quando da pequena artista.

Como é obvio, ela tem chamado a atenção dos média e do mundo, pela qualidade das suas pinturas e poesias.
Apesar de ser ainda muito jovem, a sua fama já lhe permitiu ser convidada para ser entrevistada por várias revistas e muitos programas de TV.
Nesta foto, ela aparece no programa da Oprah Winfrey. As suas pinturas são vendidas com preços que vão de 100 mil a 1 milhão de dólares. Parte do dinheiro a arrecadado com a venda das suas obras, é revertido em doações a instituições de caridade.
Ela diz que sua inspiração e técnica vêm de Deus. Recebe orientações divinas através de sonhos e visões.
A mãe, destacou que a filha se levanta às 4 da madrugada diariamente, para orar e então pintar. Akiane descreveu as suas experiências: - "Todas as manhãs e todas as noites, converso com Deus. É uma voz na minha mente, que conversa comigo".

E Akiane continua a explicar como pinta, por exemplo, outros mundos:
- "Eu oro e espero por uma resposta através de pinturas palavras ou ideias. Quando eu tenho uma pintura em mente, eu reflicto como poderia colocá-la na tela. Se é um retrato, eu procuro um modelo ou estudo muitas pessoas, onde quer que eu vá. Se é uma paisagem, ou um animal, eu pesquiso fontes relacionadas ou trabalho directamente a partir de minha memória ou imaginação.
Por exemplo, quando eu estava num avião, decidi pintar sobre aves, que voavam sobre as ilhas. Então estudei como as ilhas e os pássaros têm que parecer correctamente, a partir de uma visão do alto. Uma vez que uma das minhas aves preferidas é o cisne, estudei centenas deles, esboçando-os em diferentes posições. Frequentemente, eu vou a bibliotecas, jardins ou quintas para estudar os animais e plantas. Sinto prazer em observar o comportamento da vida selvagem. Num lago ou rio, nós vemos muitas águias, pássaros a pescar os seus alimentos e cisnes. Assisto ao voo, aos movimentos ou à forma como eles brincam. Então, eu observo com mais atenção as sombras e as luzes e os seus corpos, faço muitos esboços e depois as pinturas."


Segundo Akiane, este quadro intitulado 'Inspiration', o jovem que aparece na pintura pode representar qualquer um de nós.
Seja um poeta, escritor, um músico, um artista, um doutor, um cientista, um engenheiro ou um comerciante. Ele pode ser um advogado, um fazendeiro, um detective, um arquitecto ou qualquer um que não tenha medo do imaginário, de criar e de perseverar.

Curriculo de Akiane:
• Viveu em Illinois, no Missouri, no Colorado e Idaho, experimentando pobreza e riqueza.
•Frequentou escolas públicas e privadas, actualmente ela estuda em casa assim como os seus irmãos, Delfini de 16 anos , Jean Lu de 14 e Ilia de 5 anos de idade.
•A inspiração para a sua arte e literatura, vem das suas visões, sonhos, observações das pessoas, da natureza e de Deus.
•Pinta a partir da sua imaginação, os materiais de referência são os mesmo a partir de modelos.
•Tamanho de tela preferido: 48 x 60 polegadas.
•Considera que seu estilo é: Akianismo - uma mistura de realismo com o imaginário.
•Quer que as pessoas encontrem conforto e esperança com as suas pinturas.
•Ela possui a mesma meta em cada trabalho: inspirar outras pessoas e exercer o dom dado por Deus.
•Método de pintura favorito: acrílico para todas as figuras inteiras, e óleo para os retratos grandes.
•Levanta-se às 4 da manhã, seis dias por semana, para iniciar as suas pinturas e escrita; trabalha de 4 a 5 horas por dia.
•Frequentemente trabalha centenas de horas numa pintura produzindo de 8 a 20 trabalhos ao ano.
•Geralmente faz muitos esboços antes de pintar.
•Trabalha num quadro de cada vez.
•Assunto favorito: pessoas e objectos de cunho religioso/espiritual.
•Tem vídeos que demonstram todo o processo da sua pintura do início até o final.
•Actividades e hobbies preferidos: arte, poesia, xadrez, piano, leitura e ajudar as pessoas.
•Gosta em si própria: "Sensibilidade com as pessoas"
•Não gosta em si própria: "a impaciência".
•Auto avaliação do seu carácter: "Coração ousado e mente cautelosa".
•O seu maior desejo: "Que todos amem a Deus e uns aos outros".
•O seu objectivo de vida: Compartilhar este seu amor por Deus e às pessoas, por todo o mundo.

Há uma urgente tomada de decisão entre o bem e o mal, assim como para nos ajudar a perceber os sinais que nos alertam para a Era do Novo Mundo, e a preciosidade desse momento para todos nós. Temos a esperança que esta, e outras provas, venham ajudar-nos a reflectir sinceramente, de que lado realmente estamos no mundo, através dos nossos pensamentos e actos.
Olhando à nossa volta, cada vez mais parece ser a crueldade, a maldade e a violência a tomar conta da Humanidade. Porém, existe também muitos seres empenhados a mostrar-nos o verdadeiro caminho para uma reforma íntima, um profundo sentimento de fraternidade e abnegação ao que é bom e justo, para finalmente caminharmos para uma evolução espiritual.
“Muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos…”

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

As Danças do Dragão e do Leão


O Dragão é provavelmente a criatura fantástica, mais conhecida e discutida do mundo.
Aparece nas tradições mitológicas de quase todos os povos do mundo e aqui, na China, eles não são necessariamente perversos e até são figuras de grande destaque, principalmente nas festas e inaugurações, são-lhes dedicadas, uma vez que os dragões simbolizam o próprio povo chinês, que se auto-proclamam "Long De Chuan Ren" (Filhos do Dragão).
Para os chineses, o dragão é uma criatura mítica e divina relacionada à abundância, prosperidade e boa fortuna. Templos e pagodes são construídos em honra dos Dragões e para eles, são queimados incensos e dirigidas orações.
Eles são os governantes dos rios, da chuva, lagos e mares. Habitam nas águas, voam nos céus e percorrem as entranhas da Terra e dos Oceanos; aos seus movimentos subterrâneos são atribuídos fenómenos como tremores de terra, terremotos e maremotos.

OS NOVE DRAGÕES
Os dragões chineses são classificados em nove categorias:
1. Dragão com Chifres (Lung);
2. Dragão Celestial, que mantém e protege a morada dos Deuses;
3. Dragão Espiritual, gerador de chuva;
4. Dragão dos Tesouros Escondidos, guardião das riquezas;
5. Dragão Serpente, habitante das águas;
6. Dragão Amarelo, também aquático, que teria presenteado o lendário imperador Fu Shi, com os elementos da escrita.
Os quatro últimos são os Dragões-Rei, regentes dos quatro mares dos quatro pontos cardeais.
No Palácio de Verão, em Pequim, pode apreciar-se um enorme painel, onde estão esculpidos os “9 Dragões” que representam a sorte. Várias réplicas semelhantes a esta, foram feitas e colocadas em jardins, palácios e até temos uma, na Universidade de Macau.

DANÇAS DO DRAGÃO E DO LEÃO

A sua história remonta há muitos séculos, quando nos palácios as pessoas se reuniam para divertir o rei. As mulheres executavam danças com leques e fitas compridas e os homens fantasiavam-se de animais, tais como a Tartaruga, o Macaco, o Dragão, e o Leão, entre outros.
Nessa época utilizava-se o Leão de Pequim, que era inteiramente fechado, dançado por dois homens, que não eram vistos pelos que assistiam. O Leão era curto, peludo, parecido com um cão pequinês, que durante a apresentação brincava e pulava numa grande bola.
Já no Sul da China, em Cantão, o Leão era diferente: mais comprido, o pano que separava o rabo da cabeça era mais largo e os pés dos praticantes ficavam à vista.
A intenção já não era só de divertimento, mas um exercício físico de resultados benéficos para a saúde.
Na execução dessa dança, como os pés estavam fora, os praticantes podiam treinar pulos, tanto em altura quanto em distância, além de treinarem os braços pois a cabeça do Leão é bastante pesada.
A partir do momento que a conotação da dança do Leão se modificou, ela, que era vista somente nos palácios, passou a ser parte integrante das festas de rua.

Quando o Leão é chamado para a inauguração de um estabelecimento, é comum durante essa dança, que o Leão coma alface ou outra verdura qualquer, isto por que o ideograma "san tchoi", que representa verdura viva, também tem o significado de dinheiro que cresce.
É por isso que os comerciantes fazem questão que o Leão entre nos seus estabelecimentos, na certeza de que isso trará excelentes negócios e grandes lucros.
Ainda há o costume de os comerciantes colocarem dinheiro bem alto, ou em lugares de difícil acesso e de forma disfarçada, para os Leões o pegarem, o que exige bastante experiência dos acrobatas para o conseguir.
É comum vermos a dança do Leão nas inaugurações e festas. Isto por que os chineses acreditam na grande sorte e riqueza ocorridas para aqueles que a assistirem.
Já a Dança do Dragão é mais usada nas festas tradicionais, como as do Ano Novo Chinês.
Existem três tipos de Leões: O Vermelho, Preto e o Colorido.
O Vermelho, representa valentia, coragem;
o Preto, ferocidade e,
o colorido, mansidão.
Na Dança do Leão os mais comuns são o Vermelho e o Preto, combinado com o nariz azul, as orelhas pretas e a barba curta.
As comemorações são muito alegres e intensas onde não faltam os fogos de artifício, pratos, gongos, tambores, estandartes e os tradicionais Leões.
Quando a festa a ser comemorada é o ritual de celebração do Ano Novo, além de ser bastante colorido, tudo é extremamente barulhento, principalmente quando o ano a ser festejado é regido por um animal de bom agouro como acontece este ano com o Dragão.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Histórias de Dragões

O dragão foi, e continua a ser, uma criatura de mitos e lendas ao longo dos séculos em todo o mundo. No seu livro, View Over Atlantis (1969), John Michell diz: - "Em todos os continentes do mundo, o dragão representa principalmente o princípio da fecundidade.
A criação da terra e o aparecimento da vida surge como resultado de uma combinação de elementos. A primeira célula viva, nasceu fora da terra, fertilizada no céu pelo vento e pela água. A partir desta união do yin e do yang nasceu a semente, que produziu o dragão.”
Não é difícil concluir que, muito mais que o unicórnio, a fénix ou os centauros, o Dragão é o ser fantástico mais presente em mitos, lendas e ficção. Do ponto de vista simbólico podemos até dizer que o dragão representa o nosso próprio fogo interior, que algumas tradições esotéricas chamam de “kundalini”, o fogo serpentino que se acredita ser a fonte da criatividade e da sexualidade no ser humano.
Não existem limites para a aparição de dragões na literatura. Animais ou seres racionais superiores, senhores da chuva ou lançadores de fogo, as suas histórias vão continuar a encantar-nos por muitos séculos.
Aqui ficam duas pequenas histórias chinesas, contadas através dos tempos:

O ADORADOR DE DRAGÕES
Havia um homem, de nome Yegong que adorava dragões. Quem fosse à sua casa, ficava sem dúvidas a respeito dessa admiração, pois por todo o lado havia imagens de dragões, nas paredes, nas roupas, nas loiças, nos móveis e até nos tectos. É que não havia mesmo uma porta ou coluna que não tivesse um dragão esculpido.
Ao tomar conhecimento desta paixão, o verdadeiro dragão ficou tão sensibilizado e vaidoso com Yegong que resolveu retribuir-lhe a amabilidade com uma visita. Preparou-se, perfumou-se com as melhores essências celestiais e desceu à Terra, rumo à casa do seu admirador.
Para que a surpresa fosse maior, o dragão achou por bem entrar pela janela. Apenas tinha metade da cabeça dentro da janela, já Yegong, apavorado, gritava e tremia, acabando por fugir para a rua numa gritaria infernal. O pobre dragão regressou a casa, numa tristeza enorme e, até hoje, nunca mais apareceu em carne e osso a qualquer humano.

UMA GRANDE FAMÍLIA DE DRAGÕES
Conta a lenda chinesa que existem quatro dragões, que vivem sobre a protecção dos deuses: Tien-lung, o dragão celestial;
Shen-lung, o dragão espiritual, responsável pelas chuvas e ventos;
Ti-lung, o dragão que controla os rios e as águas na Terra;
Futs-lung, o dragão dos subterrâneos, que guarda pedras e metais preciosos.
Há também mais quatro dragões ligados aos rios, conforme a região (norte, sul, leste e oeste) e o comandante dos dragões, que controlam os rios, que se chama ”o grande Chien-Tang”. Ele possui um corpo cor de sangue vermelho, uma juba de fogo e 900 pés de comprimento.
Um dos dragões, é pai de 9 filhos com características muito especiais. São eles:
Haoxian, que é um dragão imprudente;
Yazi, valente e belicoso (normalmente é representado na decoração das bainhas de espadas e punhais);
Chiwen, que está sempre a olhar para o horizonte (pode decorar pináculos);
Pulao, que gosta de rugir (aparece em representações de sinos);
Bixi, que gosta da companhia de outros seres;
Quiniu, que gosta de música e é normalmente representado em instrumentos de cordas;
Suanmi, que gosta de fumo e fogo e é representado nos queimadores de incenso;
Jiaotu, que vive enrolado como um caracol e pode ser utilizado na decoração de portas.
Ora todos eles comem muito bem e sandam sempre famintos por alimentos como bambu, leite, nata, carne de andorinha e outros alimentos inofensivos, pois normalmente não costumam devorar pessoas como consta por aí…
Ainda assim, a tradição diz ser arriscado andar de barco depois de eles terem comido carne de andorinhas, uma vez guiados pelo cheiro, podem fazer alguma confusão e seriam capazes de engolir uma pessoa inteira!
Seja como for, sempre que um humano aviste um dragão, será melhor não se mostrar, não vá ser confundido com uma andorinha…

O selo do Dragão


Foi com muita ansiedade que os chineses estiveram em longas filas de espera à porta dos Correios de toda a China, ao frio, para obterem um selo comemoratico do Novo Ano Lunar do Dragão, mas assustaram-se quando viram os dentes arreganhados e assustadores do dragão do selo, que entrou em circulação hoje. A estampa contém um animal incompreensivelmente feio e assustador, o que está a provocar uma enorme polémica na China.

O repórter Peter Simpson, do periódico britânico The Telegraph, relata, de Pequim, a reacção de coleccionadores e comentadores sociais deixando no ar a pergunta: "se o Ministério das Relações Exteriores, vai mandar este selo nos seus presentes para os velhos amigos, ou, para antigos inimigos?"

É que este dragão não corresponde ao significado tradicional do dragão. Ao contrário dos mitos ocidentais, que o retratam como uma criatura violenta, agressiva e cuspidora de fogo, o dragão oriental é visto como benévolo, poderoso, mágico e auspicioso.

Os Correios da China e o designer Chen Shaohua, afirmam que a posição do animal mítico deve ser interpretada não como ataque, mas como um sinal da autoconfiança chinesa. “O dragão é um dos doze animais que fazem parte do Zodíaco chinês e é usado para exorcizar os maus espíritos e para amenizar os desastres previstos para 2012 e ao mesmo tempo, oferecer bênçãos, foi por isso que criámos esta imagem forte”, diz Shaohua.

O dragão representa o povo chinês e esta imagem é de facto assustadora, comentam alguns cibernautas na Internet, muito divididos se devem anular ou não, este agressivo selo comemorativo, devido à grande polémica que está a gerar.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O Dragão de 2012


Os chineses acreditam que os dragões trazem boa sorte ao povo, que é reflectida nas suas qualidades, que incluem grande poder, dignidade, fertilidade, sabedoria e prosperidade. A aparência do dragão é assustadora e intimidadora, mas também possui uma disposição benevolente, o que eventualmente o transformou no símbolo da autoridade imperial.

Macau, assim como toda a China, já se enfeitou de vermelho, para receber o Ano do Dragão e amanhã, dia 23 de Janeiro, dia em que entra o novo animal mitológico que, de todos os signos chineses, é o mais forte e poderoso!
As ruas estão à pinha, é um corrupio de gente que nunca mais acaba. Os carros demoram-se nas filas, as pessoas atropelam-se nas ruas...
Este ano é esperado o dragão, cujo signo simboliza a figura do imperador e está associado à riqueza, à felicidade e à boa sorte. Um bom ano para os que possuem metas definidas, conhecimento, força de vontade e muito bom senso.
A impulsividade, arrogância e excesso de optimismo deverão ser evitados, e há risco de excesso de autoritarismo e fanatismo. Este ano favorecerá as actividade intelectuais, as pesquisas, os negócios em geral, projectos a longo prazo, os grandes empreendimentos e as viagens.
Também favorece o casamento, as uniões, as sociedades e o nascimento de filhos. Muitos casais na China planeiam para que os seus filhos nasçam sob este signo do Dragão, pois este é o signo que dá liderança e sucesso nos negócios.
Entretanto, o espírito do Dragão é indomável e tem tendência a tornar tudo maior, exagerar ou fazer grandes apostas, mas também pode > estimular-nos a ultrapassar os limites da prudência nos gastos. Como o Dragão é um grande apostador e não joga para perder, este é um ano para bons empreendimentos, desde que não vejamos as coisas melhores do que são.

Os vendedores mais uma vez exibem as suas mercadorias onde o vermelho predomina, em especial a venda de lanternas para enfeitar as portas das casas, as ruas, e por todo o lado a agitação das compras e o exôdo de 2 mil milhões de pessoas, que viajam por toda a China para ir ao encontro da família para, durante 15 dias se juntarem, trocarem presentes e assistirem às barulhentas celebrações de rua.

As lojas enchem-se de mercadorias e guloseimas próprias para estas festividades pois apesar do ponto alto das celebrações durar apenas 2 ou 3 dias, contando com a véspera de ano novo, a época de Ano Novo começa mais ou menos duas semanas antes e estende-se até duas semanas depois do dia exacto da celebração. Durante este período os chineses compram presentes, material decorativo, comida e roupas novas, numa espécie de ritual considerado indispensável para qualquer chinês. Fecham algumas lojas para férias e abrem tantas outras, muitas vezes com um novo negócio: os artigos típicos da época.
Reúnem-se com as suas famílias, em casas totalmente limpas e decoradas para o efeito, e panos e papéis recortados com cores (vermelho - felicidade; dourado - riqueza) e motivos da ocasião são colocados um pouco por todo o lado.
Preparam os Hui Chun, frases de 4 caracteres escritas em rectângulos de papel encarnado, expressando votos de felicidade, riqueza, saúde, etc., que se penduram nas paredes para afastarem os maus espíritos e o infortúnio.

Vão aos templos queimar pivetes e fazer oferendas de comida junto dos altares dos antepassados, também eles decorados e iluminados para a ocasião.
Na véspera de Ano Novo tem lugar um jantar familiar com receitas muito próprias para a ocasião, como é o caso do Jiaozi (bolinhos cozidos). Depois do jantar, têm lugar os jogos em família. À meia-noite todos vêem os fogos de artifício que tornam os céus luminosos durante algum tempo;
Por serem bastante supersticiosos, nestes dias os chineses escondem todas as facas e vassouras, que consideram trazem infelicidade e má sorte. Além do mais, caso alguém parta acidentalmente um prato, deve dizer imediatamente "sui sui ping an", senão terá um ano de infortúnio.

No dia de Ano Novo propriamente dito, as crianças recebem dos pais, dos avós e dos amigos, uns envelopes encarnados (lai-sis), que contém dinheiro, uma quantia simbólica para dar sorte. A tradição diz que o Lai Si também deve ser dado aos solteiros, mas acontece que, pelo facto de ser simbolo de boa sorte, quase toda a gente acaba por receber. É uma tradição gira, até porque as pessoas têm prazer em dar, mesmo que isso signifique gastar muito dinheiro nesta altura do ano.
Depois, as famílias vão de porta em porta saudar os parentes e vizinhos, o que torna todo o ambiente muito familiar e amigável. É a época da amizade e, se for o caso, da reconciliação.

Saber a sorte que nos espera é fundamental. Os adivinhos, bonzos e até monges, andam super atarefados nas suas previsões. Porém, é já do conhecimento geral, que será um ano de mudanças que nos convida a recomeçar, a sermos prudentes e adaptáveis, a proteger-nos das doenças e dos desastres naturais...
Mas como o Dragão é o mais auspicioso de todo o zodíaco chinês, por atrair a fortuna e o sucesso dos mais ousados, decerto a maioria terá o seu momento de glória.

Nos locais próprios (à beira-rio, numa estrutura montada propositadamente, debaixo de apertada vigilância e presença constante dos Bombeiros) queimam-se foguetes de todas as formas e feitios e panchões (cartuchos de pólvora revestidos a papel de cor vermelha), que tanto podem ser curtos como ter vários metros, o que se traduz numa queima de vários minutos, com a barulheira infernal que a acompanha.
O barulho é mesmo o intuito desde ritual, que segundo a tradição, cumpre-se para afugentar um animal sobrenatural denominado “Shan Xiao”, que tinha por vício matar pessoas ou gado nos fins de ano, mas que tinha medo da luz e do ruído. Crê-se que queimar panchões que rebentam e fazem um barulho tremendo, afasta os males e traz sorte.

Em Macau, terra do jogo, os casinos (que nunca fecham), faz-se a cerimónia da "abertura do jogo".
A afluência é enorme e os funcionários públicos, proibidos de ali se deslocarem durante o resto do ano, estão durante estes três dias autorizados a frequentar as salas de jogo para tentar a sua sorte.

E assim, todos os anos se celebra o Ano Novo Chinês. Na ida aos templos, na passagem pelos mercados, nas ruas engalanadas ou à mesa da família, onde se partilham sabores auspiciosos, a vida renasce todos os anos no primeiro dia da primeira lua do calendário tradicional chinês.
Kung Hei Fat Choi! - Feliz Ano Novo!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Saiba como usar o papel alumínio


O papel alumínio tornou-se um material quase indispensável na cozinha. Além de ser indicado em inúmeras receitas para auxiliar na cozedura dos alimentos, ele é muito útil como embalagem para conservar, congelar ou transportar os alimentos.
Agora só falta aprender a utilizá-lo de maneira eficaz.
O papel alumínio possui um lado brilhante e um lado opaco, graças ao seu processo de fabrico.
As folhas de alumínio são colocadas entre cilindros, que vão diminuindo a sua espessura até que elas fiquem muito fininhas. Neste processo, o lado que fica em contacto directo com os cilindros torna-se fosco e, na altura em que precisamos de envolver os nossos alimentos com o papel alumínio, surge a dúvida: qual o lado que deve ficar para fora?

O lado brilhante reflete melhor tanto o calor, como as baixas temperaturas. Portanto, para congelar alimentos, o melhor é manter o lado brilhante para fora, assim, quando o frigorifico for aberto, a folha de alumínio reflectirá o calor, mantendo por mais tempo as baixas temperaturas.
Já para cozinhar alimentos deve-se manter o lado brilhante para dentro, pois isso faz com que os alimentos cozinhem um pouco mais rápido.

Podemos usar papel alumínio no micro-ondas?
As folhas de papel alumínio não, mas as embalagens de alumínio sim.

DICAS

Afiar tesouras e facas – O papel de alumínio pode ajudar a recuperar aquela tesoura ‘cega’, que há já algum tempo está posta de lado. Pegue num pedaço de papel de aluminio, amasse e use a tesoura para cortar o papel. Repita o processo pelo menos 10 vezes, e a sua tesoura ou faca irá cortar bem outra vez.

Na limpeza – Pouca gente usa, mas o papel alumínio realmente serve como um óptimo protector para evitar a sujidade no forno e no fogão. Forre o forno e o fogão com ele sempre que for assar, fritar ou fazer algo que possa sujá-lo. Depois é só deitar a folha suja fora e poupa muito trabalho.

A fruta pode durar mais – pois o papel alumínio conserva a humidade natural das frutas, então se não quer mantê-las dentro do frigorifico, pode envolvê-las em papel de alumínio e assim a sua duração será como se elas estivessem no frio.

Limpa sujidade difícil – algo queimado colou no fundo da panela ou no tacho e não sai? Amasse um pedaço de papel alumínio e esfregue e esse queimado vai soltar-se com facilidade.

Cone multi uso – Precisa de um funil ou mesmo de um saco para enfeitar um bolo? Faça-o com o papel alumínio. Ele é moldável e impermeável, assim ganha qualquer formato e não suja suas mãos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O fenómeno Lady Gaga

Stefani Joanne Angelina Germanotta, que nasceu em 1986, mais conecida por Lady Gaga, tornou-se a cantora pop que conquistou o mundo com os seus temas, mas é também uma surpresa ambulante: nunca se consegue adivinhar qual a extravagância que vai fazer ou vestir, a seguir.
O certo é que esta criatura parece não conhecer limites na sua ânsia de surpreender o público e, em 2011, foi protagonista das maiores excentricidades no que se refere ao campo da moda e dos seus polémicos clips.
Goste-se ou não, é impossível negar que Lady Gaga vai onde mais ninguém se atreveu ir antes dela. O mundo inteiro rende-se aos seus pés, incluindo o Japão, onde a admiração dos fãs neste país, toca as raias do fanatismo.
Mistura elementos sensuais e religiosos no seus clipes, beija mulheres, usa roupas excêntricas, usa looks provocantes nos espectáculos, diz querer superar os U2, Michael Jackson, Rolling Stones e Madonna; veste-se de "zumbi" para ir a uma festa, aparece nua num clip, a dançar numa clinica psiquiátrica, etc, etc, etc, enfim, tudo aquilo que a Madonna já fez 20 anos atrás, ela imita de forma ainda mais extravagante e arrojada.
O que, por sua vez, vários outros artistas já têm feito desde a década de 50. Para completar o grotesco quadro, ela faz questão de usar sempre uma grossa e grosseira maquilhagem de modernidade. Por detrás dessa maquilhagem, porém, apenas mais do mesmo. Nada de diferente, nenhuma inovação, nenhuma proposta nova, apenas usa e abusa de uma excentricidade obscena, que afinal a tem levado aos píncaros da fama, porque o público aplaude e quer mais...
Nesta foto, Gaga inventou um acessório para curtir uma noite na casa noturna Nevermind, em Sydney, na Austrália.
A cantora estava com um look inteiro nude e escondeu-se num véu branco e longo.
Fala-se também que a actriz pratica rituais satânicos, para aumentar ainda mais os rumores de que o seu sucesso foi alcançado por parte de um trato demoníaco.
O site "Truthquake" declarou que, durante a sua estada em Londres, no ano passado, uma funcionária do hotel, onde ela ficou hospedada, teria alertado os seus superiores por a cantora ter deixado a banheira cheia de sangue após desocupar o quarto, o que causou um certo pânico entre o pessoal da limpeza.
Uma fonte contou que, na verdade, Gaga se teria banhado com sangue como parte de um ritual satânico. Após relatar o acontecimento, a gerência do hotel advertiu esses funcionários para que "esquecessem o assunto".

Mas o que realmente me impressiona não é a artista requentar antigas polémicas. O que espanta é que tais polémicas requentadas surtam efeito. Após toda a revolução cultural das décadas de 60 e 70, a mais do que batida fórmula de misturar sensualidade à iconografia católica ainda pega e choca. Décadas após Jim Morrisson se masturbar no palco durante um show, Michael Jackson esfregar os genitais enquanto dança, Madona beijar na boca, em plena actuação, uma das meninas do seu coro. Actualmente Lady Gaga, entre outras loucuras, tem agora a ideia estapafúrdia de lançar um perfume, cuja fórmula é uma mistura de sangue e sémen, que, pelos vistos, ainda rende (muita) conversa nos tablóides e dá bastante matéria para aos média, sempre atrás tudo o que seja depravação.
Só pode haver uma explicação para isto: mesmo após tanta revolução cultural, mesmo após tanta libertação e tanto confronto com o status quo, a sociedade actual, aparentemente, não mudou nada, uma vez que permanece fundamentalmente conservadora e retrógrada, a ponto de se chocar com as mesmas fórmulas, aquelas que chocavam nos anos 20, 30, 40…
Verdade seja dita, que o público já acolhe certas excentricidades da "Lady" com uma certa indiferença, talvez por isso, ela tenha que ser cada vez mais criativa, persistente e aterrorizante nas suas novas fórmulas de chamar a atenção.

AS DROGAS
Como boa parte das celebridades, Lady Gaga também viu a imprensa especular sobre escândalos que envolveram a sua vida amorosa. A revista "Star", por sua vez, publicou um Julho do ano passado, uma reportagem na qual dizia que a estrela sofria com abuso das drogas e distúrbios alimentares. O jornalista responsável por essa matéria, definiu-a como sendo uma bomba ambulante.
- “Aqueles que trabalharam com ela durante a última tourné de shows, disseram que Gaga pode ficar semanas a comer um quase nada, só para conseguir entrar nas suas fantasias" - disse um repórter. - "Ela é doente e obcecada com o seu peso. Gaga fica horas em frente do espelho analisando e criticando seu corpo. É uma obsessão doentia."
Apesar do público achar que as fantasias e maquilhagens carregadas fazem parte do espectáculo, Halperin revelou os motivos ainda mais sinistros que a levam a fazê-lo:
- "Ela sofre de Lúpus – uma doença crónica, auto-imune, que causa inflamações em várias partes do corpo, na qual Gaga já revelou sofrer - está muito pior do que ela deixa transparecer",- disse ele - "Um dos maiores motivos para Gaga usar tantas perucas e maquilhagem carregada, é que o cabelo dela cai muito, e está coberta por manchas vermelhas, efeitos da sua doença, razão porque anda com a maquilhagem tão carregada, para disfarçar essas manchas."
A saúde e o distúrbio alimentar não são os únicos problemas apontados pelo jornalista.
- "Ela começou a usar drogas muito cedo. De heroína, cocaína até ecstasy, os amigos dizem que ela já usou de tudo, talvez por isso se esconda nesta personagem chamada Lady Gaga, que nem é uma pessoa real.
A menina conhecida como "Stefi" para os seus amigos e familiares, praticamente desapareceu."

O LADO MASCULINO DE GAGA
Depois de encarnar inúmeras facetas, 2011 foi o ano da cantora surpreender o público (como se isso fosse possível), ao exibir o seu lado masculino.
A cantora apareceu, quese irreconhecivel, nas imagens de divulgação, no vídeo clipe da música “You And I" e em outros eventos, usando a roupa do seu alter-ego Jo Calderone. As imagens foram divulgadas no Twitter oficial da cantora.

FESTIVAL DE QUEDAS
A trajectória de Gaga é formada por momentos surpreendentes. Mas na cerimónia de entrega do Video Music Awards de 2011, o fenómeno pop chamou a atenção por um imprevisto.
A estrela acabou por escorregar e caiu de frente, ao tentar descer de cima de um piano. Outras quedas foram presenciadas pelos fãs, como aconteceu num show em Houston e em outra apresentação em Atlanta, ambas em Abril do ano passado, que leva muitas pessoas a interrogar-se se estaria drogada ou doente?!

COMPLEXADA
Para esconder a sua baixa estatura de 1,55m, a cantora costuma usar saltos altíssimos por onde passa e nos ensaios que protagoniza.
Mas, o ano que passou, Gaga exagerou. Para se deslocar a fim de ser fotografada para uma das edições da revista "Vanity Fair", ela precisou de ser levada ao colo por um homem para poder deslocar-se até ao local do ensaio, que foi feito pela renomada fotógrafa Annie Leibovitz.
Apesar da aparência de rebeldia, Lady Gaga não se está a “rebelar” contra nada. Todos os seus actos, não são uma tentativa de contestação ou de rebelia mas apenas e só uma tentativa de permanecer o máximo tempo possível sob os holofotes dos mídia. E o seu sucesso nesta empreitada é o resultado directo de algo sintomático na nossa sociedade: dá-se demasiada à aparência e muito pouca, ao conteúdo. E é precisamente neste ponto que caímos nas mesmas polémicas requentadas de décadas atrás. Se prestássemos mais atenção ao conteúdo, veríamos em Lady Gaga apenas a tentativa patética de ser diferente, sendo igual. De “inovar” mas que vai repetindo fórmulas. De chocar com os mesmos actos dos nossos pais ou talvez mesmo nossos avós.
Mas para não parecer muito pessimista, tenho que reconhecer que tudo isto tem ao menos um lado positivo: antes a Lady Gaga com as suas extravagâncias requentadas, do que a Britney Spears quando fingia que era virgem! Em Maio de 2011, Lady Gaga deu que falar com o clipe de Alejandro, em que dança sensualmente vestida de freira, engole um terço e simula ser violada por um grupo de homens. É claro que, antes mesmo de ser apresentado ao público, o vídeo foi criticado pela Igreja Católica, como não podia deixar de ser, pois achou uma provocação de Gaga ao interpretar uma personagem bíblica de forma provocatória e nada “santa”.
Em Judas", o segundo single do álbum "Born This Way", ela aparece vestida de Maria Madalena e aponta um revólver a Judas.
Tudo isto numa tentativa desesperada de atrair os holofotes e as críticas para si, porque talvez seja esta a maneira de chamar a atenção de diversas camadas de população, mesmo pela negativa, o importante é que todos a conheçam.

HOMENAGEM A AMY WINEHOUSE
Durante sua passagem pelo estúdio da rádio americana, Gaga expressou a sua admiração por Amy Winehouse e aproveitou para deixar um recado aos fãs sobre a vida e morte de Amy:
- "Muitas pessoas me confundiam com ela na rua. Sou grande admiradora de Amy e o mundo perdeu uma grande artista. O que lhe aconteceu foi uma lição para o mundo, por isso, não matem a superstar. Vamos cuidar da sua alma"! disse.
Recentemente, Lady Gaga prestou uma homenagem à cantora na sua página no Twitter, onde expressa a grande admiração que nutre por ela:
"Amy mudou a música pop para sempre. Lembro-me de não me sentir sozinha por causa dela. Amy viveu o jazz, ela viveu os blues", escreveu na sua página.

Muito mais se poderia escrever sobre a "Lady das confusões", pois são tantas as polémicas que envolvem cenas patéticas e infelizes, que poderemos perguntar: quem será mais doentio? Ela, ou o público que lhe dá tanta atenção e a vai promovendo nestas e noutras loucuras? Que final terá esta cantora, à semelhança de outros artistas deste mesmo estilo? Só o futuro o dirá…

domingo, 15 de janeiro de 2012

PRESIDENTA! porque... sou mulher!


Foi o livro 'Memorial do Convento' que fez Pilar del Río encontrar José Saramago em 1986. Desde então, ficou conhecida dos portugueses por ser capaz de fazer afirmações tão contundentes como as do escritor e partilhar do seu 'exílio'. Nesta entrevista, confessa-se "uma mulher indignada", que não perdoa sexismos gramaticais nem perguntas machistas
... e a entrevista começou com a afirmação da jornalista:
-"Há um ano que é presidente da Fundação José Saramago..."
-"Presidenta!..."
-"Presidenta?" - repetiu admirada, a jornalista.
Mas Pilar, muito segura de si, passou a explicar:
-"Só os ignorantes é que me chamam presidente. A palavra não existia porque não havia a função, agora que existe a função há a palavra que denomina a função. As línguas estão aí para mostrar a realidade e não para a esconder de acordo com a ideologia dominante, como aconteceu até agora. Presidenta, porque sou mulher e sou presidenta.
(extracto do jornal "Diário de Noticias de 8/7/2008)

Como podemos ver, a jornalista Pilar del Rio costuma explicar, com um ar de catedrática no assunto, que dantes não havia mulheres presidentes e por isso é que não existia a palavra presidenta... Daí que ela diga insistentemente que é "Presidenta da Fundação José Saramago" e se refira a Assunção Esteves como "Presidenta da Assembleia da República".
E isto não é tudo, uma portuguesa de renome da nossa praça, Helena Roseta, ainda há bem pouco tempo dizia: «Presidenta!», retorquindo o comentário de um jornalista da SICNotícias, muito segura da sua afirmação... HAJA DEUS!!!

A propósito desta questão recebi o texto que se segue, que é uma belíssima aula de português e foi elaborada para acabar de uma vez por todas, com toda e qualquer dúvida se temos presidente ou presidenta.


A presidenta foi estudanta? Existe a palavra: PRESIDENTA?
Que tal colocarmos um "BASTA" no assunto?

No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".


Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".

Por favor, há que ter mais amor e respeito pela língua portuguesa!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pais & Filhos de hoje...


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais tontos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos a lidar com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.

Parece que, na nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram aos seus pais e a primeira geração de pais que obedecem aos seus filhos...

Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitámos os nossos pais e os primeiros que aceitamos(às vezes sem escolha...)que os nossos filhos nos faltem com o respeito.

Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam às suas ordens e tratava-os com o devido respeito. Eram bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam os seus pais.

Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e os nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que os seus filhos os amem, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito dos seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas ideias, os seus gostos, as suas preferências e a sua forma de agir e viver. E, além disso,que patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "dar tudo" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.

Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo dos seus pais, a debilidade do presente que os preenche de medo e menosprezo ao ver-nos tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente das suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.

Apenas uma atitude firme, respeitosa, permitir-lhes-á confiar na nossa idoneidade para governar as suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio, no qual está uma sociedade a afundar-se e que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.

Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

Texto adaptado de Mónica Monastero

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cora Coralina e a VIDA!


A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro,
mas deixou o seu legado.
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina, tinha um modo diferente de contar histórias, apesar de ter apenas a instrução primária e ser doceira de profissão, começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos de idade, publicando-os nos jornais da cidade de Goiás, e nos jornais de outras cidades. Ela era conhecida como Aninha da Ponte da Lapa e publicou o seu primeiro livro aos 75 anos de idade.
Casou em 1910 com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, com quem se mudou, no ano seguinte para o interior de São Paulo, onde viveu durante 45 anos. Teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos e morreu aos 95 anos de idade.

Ficou famosa principalmente quando as suas obras chegaram às mãos de Carlos Drummond de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade.
Levou uma vida tumultuosa, cheia de encontrões do destino que, em vez de lhe provocar desânimo, despertaram no espírito de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas (nome verdadeiro de Cora Coralina), uma fibra de guerreira e uma sabedoria simples, por vezes meio marota, feita de respeito e piedade pelo ser humano, sobretudo pelos que sofrem, mas também com um fundo de ironia mansa e de malícia sem maldade, um humor típico da gente do interior, um sarcasmo angelical (se é que há sarcasmo entre os anjos), numa mistura de humildade franciscana e de revolta diante das estúpidas repressões da sociedade e da dureza dos costumes antigos, sob os quais foi criada e educada, e que lhe deixou marcas tão profundas na alma:
- "Na casa antiga, castigos corporais e humilhantes, coerção,/ atitudes impostas, ascendência férrea, obediência cega./ Filhos foram impiedosamente sacrificados e despojados./ E para alguma rebeldia indomável, lá vinha a ameaça terrível, impressionante/ da maldição da mãe, a que poucos resistiam./ Do resto prefiro não esmiuçar".
Nos poemas de ”Vintém de Cobre” – que são meias confissões de Aninha, livro que viria depois, mas eles são uma confissão de corpo e alma inteiros, escritos num tom simples e comunicativo, num lirismo quase de toada sertaneja, ricos de experiência humana. Talvez por pudor, ou autodefesa, nunca revelam toda a dureza dos factos. Ficam nas meias-confissões. E, por malícia, são chamados de vintém de cobre quando, na realidade, constituem a mais pura e autêntica moeda de ouro.
Aninha e as suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos Jovens
e na memória das
gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de
todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
(Outubro, 1981)

A humildade com que Cora se encara a si mesma, e como se coloca diante da vida, é uma das características nos seus versos :

Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
Eu sou aquela mulher
que ficou velha,
esquecida,
nos teus larguinhos e nos teus becos tristes,
contando estórias,
fazendo adivinhação.
Cantando teu passado.
Cantando teu futuro.

Extraído de “Poemas da Minha Cidade”
Não sei... se a vida é curta...
Não sei... Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa, verdadeira e pura...
enquanto durar. "
Cora Coralina

Em todos os seus trabalhos, podemos lançar o nosso olhar sobre a dimensão que a sua escrita tem tanto de humana como social, na sua linguagem simples e despojada de preconceitos. Foi um ser atento ao seu tempo e prestando um testemunho preciso, ao mesmo tempo em que critica os costumes da época, o que ela faz de forma ponderada e justa, sem amargura ou revolta.