domingo, 22 de janeiro de 2012

O Dragão de 2012


Os chineses acreditam que os dragões trazem boa sorte ao povo, que é reflectida nas suas qualidades, que incluem grande poder, dignidade, fertilidade, sabedoria e prosperidade. A aparência do dragão é assustadora e intimidadora, mas também possui uma disposição benevolente, o que eventualmente o transformou no símbolo da autoridade imperial.

Macau, assim como toda a China, já se enfeitou de vermelho, para receber o Ano do Dragão e amanhã, dia 23 de Janeiro, dia em que entra o novo animal mitológico que, de todos os signos chineses, é o mais forte e poderoso!
As ruas estão à pinha, é um corrupio de gente que nunca mais acaba. Os carros demoram-se nas filas, as pessoas atropelam-se nas ruas...
Este ano é esperado o dragão, cujo signo simboliza a figura do imperador e está associado à riqueza, à felicidade e à boa sorte. Um bom ano para os que possuem metas definidas, conhecimento, força de vontade e muito bom senso.
A impulsividade, arrogância e excesso de optimismo deverão ser evitados, e há risco de excesso de autoritarismo e fanatismo. Este ano favorecerá as actividade intelectuais, as pesquisas, os negócios em geral, projectos a longo prazo, os grandes empreendimentos e as viagens.
Também favorece o casamento, as uniões, as sociedades e o nascimento de filhos. Muitos casais na China planeiam para que os seus filhos nasçam sob este signo do Dragão, pois este é o signo que dá liderança e sucesso nos negócios.
Entretanto, o espírito do Dragão é indomável e tem tendência a tornar tudo maior, exagerar ou fazer grandes apostas, mas também pode > estimular-nos a ultrapassar os limites da prudência nos gastos. Como o Dragão é um grande apostador e não joga para perder, este é um ano para bons empreendimentos, desde que não vejamos as coisas melhores do que são.

Os vendedores mais uma vez exibem as suas mercadorias onde o vermelho predomina, em especial a venda de lanternas para enfeitar as portas das casas, as ruas, e por todo o lado a agitação das compras e o exôdo de 2 mil milhões de pessoas, que viajam por toda a China para ir ao encontro da família para, durante 15 dias se juntarem, trocarem presentes e assistirem às barulhentas celebrações de rua.

As lojas enchem-se de mercadorias e guloseimas próprias para estas festividades pois apesar do ponto alto das celebrações durar apenas 2 ou 3 dias, contando com a véspera de ano novo, a época de Ano Novo começa mais ou menos duas semanas antes e estende-se até duas semanas depois do dia exacto da celebração. Durante este período os chineses compram presentes, material decorativo, comida e roupas novas, numa espécie de ritual considerado indispensável para qualquer chinês. Fecham algumas lojas para férias e abrem tantas outras, muitas vezes com um novo negócio: os artigos típicos da época.
Reúnem-se com as suas famílias, em casas totalmente limpas e decoradas para o efeito, e panos e papéis recortados com cores (vermelho - felicidade; dourado - riqueza) e motivos da ocasião são colocados um pouco por todo o lado.
Preparam os Hui Chun, frases de 4 caracteres escritas em rectângulos de papel encarnado, expressando votos de felicidade, riqueza, saúde, etc., que se penduram nas paredes para afastarem os maus espíritos e o infortúnio.

Vão aos templos queimar pivetes e fazer oferendas de comida junto dos altares dos antepassados, também eles decorados e iluminados para a ocasião.
Na véspera de Ano Novo tem lugar um jantar familiar com receitas muito próprias para a ocasião, como é o caso do Jiaozi (bolinhos cozidos). Depois do jantar, têm lugar os jogos em família. À meia-noite todos vêem os fogos de artifício que tornam os céus luminosos durante algum tempo;
Por serem bastante supersticiosos, nestes dias os chineses escondem todas as facas e vassouras, que consideram trazem infelicidade e má sorte. Além do mais, caso alguém parta acidentalmente um prato, deve dizer imediatamente "sui sui ping an", senão terá um ano de infortúnio.

No dia de Ano Novo propriamente dito, as crianças recebem dos pais, dos avós e dos amigos, uns envelopes encarnados (lai-sis), que contém dinheiro, uma quantia simbólica para dar sorte. A tradição diz que o Lai Si também deve ser dado aos solteiros, mas acontece que, pelo facto de ser simbolo de boa sorte, quase toda a gente acaba por receber. É uma tradição gira, até porque as pessoas têm prazer em dar, mesmo que isso signifique gastar muito dinheiro nesta altura do ano.
Depois, as famílias vão de porta em porta saudar os parentes e vizinhos, o que torna todo o ambiente muito familiar e amigável. É a época da amizade e, se for o caso, da reconciliação.

Saber a sorte que nos espera é fundamental. Os adivinhos, bonzos e até monges, andam super atarefados nas suas previsões. Porém, é já do conhecimento geral, que será um ano de mudanças que nos convida a recomeçar, a sermos prudentes e adaptáveis, a proteger-nos das doenças e dos desastres naturais...
Mas como o Dragão é o mais auspicioso de todo o zodíaco chinês, por atrair a fortuna e o sucesso dos mais ousados, decerto a maioria terá o seu momento de glória.

Nos locais próprios (à beira-rio, numa estrutura montada propositadamente, debaixo de apertada vigilância e presença constante dos Bombeiros) queimam-se foguetes de todas as formas e feitios e panchões (cartuchos de pólvora revestidos a papel de cor vermelha), que tanto podem ser curtos como ter vários metros, o que se traduz numa queima de vários minutos, com a barulheira infernal que a acompanha.
O barulho é mesmo o intuito desde ritual, que segundo a tradição, cumpre-se para afugentar um animal sobrenatural denominado “Shan Xiao”, que tinha por vício matar pessoas ou gado nos fins de ano, mas que tinha medo da luz e do ruído. Crê-se que queimar panchões que rebentam e fazem um barulho tremendo, afasta os males e traz sorte.

Em Macau, terra do jogo, os casinos (que nunca fecham), faz-se a cerimónia da "abertura do jogo".
A afluência é enorme e os funcionários públicos, proibidos de ali se deslocarem durante o resto do ano, estão durante estes três dias autorizados a frequentar as salas de jogo para tentar a sua sorte.

E assim, todos os anos se celebra o Ano Novo Chinês. Na ida aos templos, na passagem pelos mercados, nas ruas engalanadas ou à mesa da família, onde se partilham sabores auspiciosos, a vida renasce todos os anos no primeiro dia da primeira lua do calendário tradicional chinês.
Kung Hei Fat Choi! - Feliz Ano Novo!

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