Uma amiga de longa data começou a adoecer e, os médicos ainda não diagnosticaram com exactidão o problema e nem sabem como a tratar, apesar de alguns exames e muitas observações, começou por perder o andar, não consegue segurar nada nas mãos, sente-se frágil e só. Ainda está nos sessenta…
Operaram-na à coluna, correu bem, fez fisioterapia e depois, amparada pelo andarilho recuperou o andar, o optimismo voltou. Mas por pouco tempo, porque ainda não consegue segurar nada nas mãos e para as tarefas mais básicas, precisa de ajuda. Embora acompanhada com os filhos e uma empregada, sente-se só e perdida nesta sua incapacidade, porém a esperança da sua cura fala por ela, no brilho do olhar e nos planos que tem para a consulta de novos médicos e tratamentos.
Ao olhá-la, dei por mim a pensar no que somos e no que poderemos ser quando inesperadamente, e seja qual for a idade, certas doenças nos atacam e o pior, quando a ciência ainda não tem resposta para elas.
Dei por mim a amaldiçoar todas as vezes que lamentei de alguma forma qualquer momento da minha vida.
Muito do que diariamente vivemos, das nossas contrariedades e de alguns reveses da vida, não é nada quando comparado com o que algumas pessoas têm de viver e o que sabemos nós do que nos espera?
Quando temos saúde, nem nos apercebemos que os nossos dias são uma bênção, quando comparados com a batalha que cada dia representa para alguns doentes.
Por isso, temos de pôr os olhos naqueles e noutros seres que lutam e lutam todos os dias, para vencerem inimigos invencíveis.
Sou grata pela vida que tenho, pela liberdade de escolha, de movimentos, de pensamentos e de sentimentos.
Ninguém sabe o que o dia de amanhã nos reserva, mas, para alguns, o dia de amanhã trará um destino pior do que o de hoje. Para alguns, o dia de amanhã não é mais um dia de vida, mas sim menos um dia na sua breve passagem por este mundo. E esses continuam a ter esperança, a sorrir e a viver.
Esses, são o exemplo do verdadeiro VIVER.
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