sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

É de marca… é bom!

O meu neto de 16 anos deixou de gostar da roupa que eu e a mãe lhe compramos, porque passou a gostar ( e a comprar) roupas de marca. Prefere ter apenas uma camisola de marca, do que três ou quatro das que compramos por serem bonitas, confortáveis e práticas. Por mais que explicamos que a moda é feita pelo nosso gosto pessoal e para o nosso conforto e não porque alguém dita as regras e coloca uma etiqueta a preço de ouro, que ele fica mais bonito ou elegante, não se convence “porque os amigos fazem o mesmo e... porque sim!”.
Pois é, nunca compreendei esta mania do “que é de marca, é que é bom e tem qualidade” e… será que as pessoas ficam mais importantes por isso? Parece que é essa a mentalidade, porque infelizmente para os mais jovens, as marcas constituem uma nova religião.
Penso que talvez gostem das marcas, porque lhes simplificam as escolhas e procuram a apregoada qualidade, como também pode ser que busquem um sentido, uma emoção, paixão ou dinamismo ou mesmo por ter necessidade de aceitação social, ou seja, buscam a exclusividade do produto, que deve ser reconhecido como “a cara do grupo de amigos”, em que o adolescente está inserido.

Claro que não são apenas os mais jovens que preferem marcas, conheço pessoas de todas as idades que preferem comprar as marcas em detrimento da “vulgaridade”…
Este curioso costume pode explicar-se por vários factores. Em primeiro lugar, o desejo de exibir o dinheiro que se tem (ou às vezes nem por isso). Depois, essa “mania” de mencionar a marca e os preços, revela alguma insegurança, pois, mais do que ter conforto ou outro critério, parte-se do princípio que, se é de marca e da moda, o sucesso está garantido! Finalmente, há o desejo de competir com os conhecidos, de maneira a não ficar atrás.
Pessoalmente, acho cada vez mais que a importância de não ser importante, é a essência do luxo no futuro.
A aparência deixará de ter o poder de nos iludir e eu sinto-me deveras bastante importante por não ser escrava de marcas, passo por elas sem tentações e sofrimentos.
Não me quero fazer valorizar por elas, ser apenas eu e só eu, na minha simplicidade e essência. (devem estar a pensar quanta frustração vai nesta cabeça e na carteira… ) Pelo contrário, tenho alguma possibilidade de as adquirir, mas prefiro ser bem tratada por aqueles que não me conhecem, sem que as marcas sejam o meu cartão de visita ou seja apreciada pela minha conta bancária.
Todos os dias, somos bombardeados por diversas marcas, que nos levam a diferentes estilos de vida, diferentes costumes… é preciso saber muito bem o que se quer e não sucumbir às tentações dos estilos e das "sensações" do momento.



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