quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Esboço...


Sentado...
Olhar vago;
Cigarro que se gasta... em vão.
O poema amor,
Baila-te na solidão.

Ansiedade tem-te amarrado
Nessa mesa que é destroço.

Deixa-me amar-te...
Deixa!
Deixa-me fazer o teu esboço.

O cigarro gastou-se!
Como algo muito e irreal e puro
A imagem diáfana e doce,
Brilhou e esfomou-se.

Deixa-me secar o orvalho dos teu olhos
e depôr neles,
O perfume da esperança.

Deixa-me transformar os teus braços
em dois ciprestes
Pô-los à volta do meu pescoço
E... ter a sensação de ser EU!

1 comentário:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga e Ilustre Romancista Irene,

Que belo e lindo poema nos trouxe hoje, no qual me revi.
A foto do grande Poeta Fernando Pessoa, me levou a recuar uns anitos, pois tenho uma foto junto à sua estátua, lá no Chiado, e a rever alguns dos seus belos poemas.
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Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
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Tal este forte pensamento assim se encontro meu, já fuim tuda na vida hoje nada sou sabendo perfeitamente qual o destino e pra onde vou.
Um abraço amigo e óptimo fim de semana