segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Amor e o Tempo

O Tempo é a moeda da tua vida. É a única que tens e só tu podes decidir como a gastar. Mas toma cuidado, para não deixares que outros o gastem por ti.

Um autor desconhecido escreveu certa vez uma história sobre a Riqueza, a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, o Amor e outros sentimentos, que habitavam numa pequena ilha.
Certo dia, foram avisados que essa ilha seria inundada.
Preocupado, o Amor teve o cuidado para que todos os outros se salvassem, gritando:
-“Fujam todos, a ilha vai ser inundada.”
Todos se apressaram a pegar no seu barquinho para remar até ao outro lado do rio, onde existia um morro bem alto. E o Amor ficou para trás, quando percebeu que se ia afogar, correu a pedir ajuda.
Passou naquele momento a Riqueza toda apavorada, então ele pediu: - “Riqueza, leva-me contigo!” Mas ela, acariciando as suas jóias, respondeu: -“Não posso, o meu barco está cheio de ouro e prata e aqui já não há lugar para ti Amor.
Logo atrás passou a Vaidade e ele voltou a pedir:
-“Vaidade, leva-me contigo...” - “Ah não Amor, sinto muito, mas vais-me sujar o barco.”
Em seguida, muito devagarinho, passou a Tristeza e o amor de novo suplicou:
-“Tristeza, oh Tristeza, por favor! Posso ir contigo?” -“Ah Amor, eu estou tão triste, tão triste, que prefiro ir sozinha.”
Logo a seguir passou a Alegria, mas estava tão alegre, cantava tão alto, que nem ouviu o amor chamar por ela.
Então passou um barquinho, onde remava um senhor idoso, que lhe disse:
-“Sobe, Amor, que eu levo-te.”
O Amor ficou tão feliz, que até se esqueceu de perguntar o nome do velhinho.
Chegando ao morro alto, onde já estavam todos os outros sentimentos, ele perguntou à Sabedoria que, sentada no seu trono, observava todos os acontecimentos: -“Amiga Sabedoria, quem era o senhor que me salvou?”
E ela, com aquele ar sábio, porque tem respostas para tudo, disse-lhe numa voz doce:
-“Pois Amor, tiveste muita sorte, pois encontraste o Tempo.”
-“O Tempo? Mas por que ele me trouxe aqui?”
-“Porque só o Tempo é capaz de ajudar e entender um grande Amor.”
De entre todos os dons que a Divindade concede ao Homem, o Tempo tem um lugar especial. É ele que acalma as paixões indevidas, ensinando que tudo tem a sua hora e local certos.
É ele que cicatriza as feridas das profundas dores, que nos permite amadurecer, através do exercício sadio da reflexão, adquirindo ponderação e bom senso. É o Tempo que desenha as marcas nas faces, espalha a neve nos cabelos, ensina-nos a ter calma e paciência, quando o passo já se faz mais lento...
É o Tempo que confirma as grandes verdades, destrói as falsidades e os valores ilusórios.
O Tempo é, enfim, o grande Mestre, que nos vai ensinando sem pressa, aguarda e espera que cada um de nós se disponha a crescer, a servir e a ser feliz.
E é o Tempo, na verdade, que nos demonstra no decorrer dos anos, que o verdadeiro Amor supera a idade, a doença, a dificuldade, e permanece connosco para sempre.

Sem comentários: