quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hoje há... TUFÃO!


Desde ontem que os noticiários passavam imagens do tufão "Nesat", que fez imensos estragos nas Filipinas onde, pelo menos, 35 pessoas morreram, cerca de 40 continuam desaparecidas e ainda afectou cerca de meio milhão de pessoas no norte do arquipélago. Por percaução, em Macau, os Serviços Metereológicos colocaram ontem o sinal 1 de tufão e garantiam que não passaria do sinal 3....
Durante a noite, fui ouvindo o vento a uivar, abanando as janelas. Levantei-me à hora habitual e abri o rádio e a televisão. Fiquei surpreendida ao ver que, no ecran da televisão, lá estava o sinal 8 de tufão, desde as seis horas da manhã e sendo assim, devem encerrar os serviços públicos, escolas, o comércio em geral e alguns transportes, incluíndo ligações marítimas com Macau e outras regiões do sul da China.
As pessoas não devem sair de casa, por correrem o perigo de levar com alguma coisa em cima. Como todos os residentes, quando há um tufão desta envergadura, ficamos satisfeitos por ficar inesperadamente em casa.

Durante a manhã, fomos vendo as notícias e de facto os ventos estavam muito fortes, percebemos depois que isto ia durar o dia todo.
Como sempre, são inevitáveis as inundações na zona do Porto Interior, com uma altura de 50 centímetros acima do pavimento das ruas.
Noutras zonas, as inundações também invadem as ruas de Macau, devido à subida da maré, e o trânsito fica desde logo muito complicado...

Infelizmente nem todos podem ficar em casa calmamente a ouvir o vento e a chuva lá fora, pois muitos dos operários têm mesmo de enfrenter a tempestade, para não perderem um dia de salário que tanta falta lhes faz... Os direitos e diferenças laborais / sociais continuam a ser gritantes em Macau.

Apanhar táxi é quase uma miragem, via-se filas infindáveis de pessoas nas Portas do Cerco e lá aparecia um ou outro, claramente insuficientes para tanta procura.
Existem imensas queixas sobre o mau serviço dos táxis em Macau, para além dos motoristas nem sequer "arranharem" inglês para entenderem um estrangeiro, só atendem quem querem e o pior de tudo, aproveitam-se dos tufões ou de tempestades para exigirem quantias exorbitantes. As pessoas aflitas, normalmente pagam o que que eles pedem se quiserem chegar ao seu destino. Para Macau ser mesmo uma cidade internacional, este problema tem que ser resolvido e depressa, com uma fiscalização e punição eficases.

As pontes que ligam Macau à ilha da Taipa, foram encerradas ao trânsito, apenas se pode usar um tabuleiro por debaixo da Ponte Sai Van, para qualquer emergência. Infelizmente, muita gente usou-a para passear com a família, porque devem achar divertido andar por baixo dos tufões ou tempestades, refastelados na comidade dos seus carrinhos último modelo, fazendo assim enormes filas para atravessá-la.
Já quase na hora do almoço, fui espreitar a rua atrás da minha, para ver o que estaria aberto, pois aqui existem alguns restaurantes e eu estava com pouca vontade de cozinhar. porém, só tasquinhas chinesas estavam abertas e completamente cheia de operários. Reparei que a cerca de ferro e betão que cerca um jardim em construção aqui na ilha da Taipa, estava caída, embora aparente ser bem pesado, no entanto a força do vento derrubou-o.

Mais adiante, vários ramos de árvores tinham sido arrancados com o vento. Por todo o lado havia lixo espalhado, que o vento arrastou dos respectivos latões e caixotes do lixo.
As enormes e suspensas placas de anúncios abanavam perigosamente. Soube depois que algumas delas, em Macau, tinham sido arrancadas com o vento e caído no chão. É aqui que reside o perigo, se apanha alguém...

Já à porta de casa, reparei que um carro da polícia patrolhava as ruas, enquanto passava um carro dos bombeiros, para acudir alguém, num outro ponto da cidade. Os apitos dos carros de bombeiros e das ambulâncias tem sido uma constante todo o dia.
Apesar de tudo, e até agora, não há vitimas a registar, embora haja muitos prejuízos materias e muitas pessoas tivessem ficado retidas no aeroporto e nas salas do jet-foil, o tufão partiu para o sul da China, deixando-nos como sempre, as chuvas intensas, que continuam a fustigar Macau.

1 comentário:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga Irene e Exmo. Esposo,
Encontro-me na Tailândia desde o início do mês passado, e tenho acompanhado õ tempo em Macau, felizmente que esse tufão já passou e o NALGAE vai a caminho, oxalá que não vá afectar Macau.
Por cá as inundações são uma constante, mas na zona onde resido nada de anormal se passa e ainda bem.
Dia 9 regresso a Macau e espero que vá apanhar um céu de brigadeiro.
Um abraço amigo - Cambeta