sexta-feira, 24 de abril de 2009

O réu


Conta uma antiga lenda, que na Idade Média um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher. Na verdade, o verdadeiro autor desse crime, era uma pessoa influente do reino e por isso, desde o primeiro momento, procuraram um bode expiatório para acobertar o verdadeiro assassino.
O homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado: a forca! Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta história. O juíz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento justo, para calar o povo, fazendo uma proposta ao acusado, que provasse a sua inocência. Disse o juíz:
- "Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar a sua sorte nas mãos do Senhor: vou escrever num pedaço de papel a palavra INOCENTE e noutro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair, será o veredicto. E assim será decidido o seu destino" - determinou o juíz.
Sem que o acusado ou qualquer outra pessoa percebesse, o juíz preparou os dois papéis, mas em ambos escreveu a palavra CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída nem qualquer alternativa que salvasse o pobre homem.
O juíz colocou os dois papéis na mesa e mandou o acusado escolher um. O homem pensou alguns segundos e pressentindo a má vibração, aproximou-se confiante da mesa, pegou um dos papéis e rapidamente colocou-o na boca e... engoliu-o. Os presentes ao julgamento reagiram entre surpreendidos e indignados com a invulgar atitude do homem.
- "Mas o que foi que você fez? E agora? Como vamos saber qual é o seu veredicto?"
- "É muito fácil" - respondeu o homem serenamente - "basta olhar para o outro pedaço que sobrou e veremos que acabei de engolir o seu contrário." É claro, todos sabemos qual a resposta e o homem foi imediatamente libertado.
MORAL DA HISTÓRIA: Por mais difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar até o último momento. Saiba que para qualquer problema há sempre uma saída. Não desista, não entregue os pontos, não se deixe derrotar. Persista, vá em frente apesar de tudo, de todos, creia que pode conseguir.
Só acreditando, é que é possível alcançar os nossos sonhos.

1 comentário:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga e Ilustre Romancista,

Ao longo dos meus anos com agente da PMF e devido a ser uma pessoa que exercia o seu moster a 100%, e ter um feito um bocado carismático, fui réu em muitas situações, uma delas em pleno tribunal, a história é outra, tinha cumprido o meu dever, porém o casal eram pessoas influentes em Macau, nesse tempo, levei uma raspa do juíz mas lhe respndi à letra, o casal não foi condenado eles que eram os réus, porém o Senhor Governador na altura não quis receber a prenda que lhe era destinada por esse casal, o assunto foi muito balalado nos jornais de língua chinesa.
PRENDA PARA O GOVERNADOR foi mais capítulo dos muitos vividos e tentando com honestidade cumprir o meu dever, não perdi a esperanças, antes pelo contrário.
Só volvidos alguns anos é que passaram a reconhcer o meu mérito e me condecoraram e louvaram. Ver Cambeta Marítimo.
Enfim a vida é assim, onde por vezes nem sempre a verdade pode ser dita.
Adorei mais esta história que no fundo tem muito de psiocológico e de valor moral.
Um abraço amigo e óptimo fim de semana.