quinta-feira, 26 de março de 2009

Abandono


Deixaste-me esta cadeira vazia!
Esta cadeira onde tantas vezes te sentaste...
Hoje é apenas uma cadeira sem serventia,
uma cadeira que tu usaste.
Deixaste-me aquele pedaço de tapete,
onde nos abraçámos e chorámos.
Aquele pedaço de chão onde um dia nos amámos.
Hoje é apenas um pedaço de chão que gastámos.
Deixaste-me um quarto de paredes enrugadas.
Um quarto onde o teu corpo nu era meu e toda eu,
era as tuas mãos suadas.
Hoje não é mais do que quatro paredes pálidas de tão choradas.

Deixaste-me aquele recanto.
Aquele onde me sentava e via a água escorrer na tua imagem.
Onde te contemplava como se fosses uma miragem.
Hoje é o poiso do meu desencanto.
Deixaste-me lugares cheios da tua ausência.
Cheios de nada.
Lugares onde a tua boca, que hoje me matou,
ficará para sempre por mim beijada.

1 comentário:

ANTONIO CAMBETA disse...

Um cadeira vazia, mas um pensam,ento repleto de poesia e recordações, adorei, e a minha estimada amiga ainda me diz que é não é poetisa.

Se a Floreba Espanca podesse ler este belo poema, por certo faria um comentário muito elogioso sobre ele, pois está maravilhoso.
Um abraço amigo