terça-feira, 24 de março de 2009

Ao mar


...contemplo-te
agora calmo, calado!

Ao cair da noite
perdes-te na imensa
escuridão,
e igualas-te numa
comunhão quase
perfeita.

Na tua vasta imensidão,
és dono de ti mesmo,
como se um Deus fosses,
Zeus ou Neptuno,
geras, crias e destróis.

É imenso o teu poder!

E conheço-te tão bem...
enraivecido,
turbulento ,
sereno ,
cristalino.

Conheço a música alegre
e triste que cantas.

Oiço esse teu marulhar...
são os teus lamentos
e as cores que usas
para os disfarçar.

És um ouvinte silencioso
dos meus lamentos
em prantos.

Admiro-te e amo-te, por isso!

2 comentários:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Este seu maravilhoso poema me fez recuar no tempo, quando no mar andava, esta sua reflexão lindamente transmitida, tem consigo algo de belo, que adorei ler.
Eu, como não deixar de ser, e para nunca mais o esquecer fui viver defronte do amr, e lá do meu décimo andar me sinto por vezes ainda a navegar.
Lindo, meus sinceros parabéns.
Ex-marujo que devia ser igualemnte um actal araujo, tantas são as viagens que realizo pelo ar!...

Irene Fernandes Abreu disse...

Pois... o mar continua a fascinar a maioria dos seres humanos. Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Fico a aguardar mais poemas seus, por sinal, bastante românticos.
“Quando se ama, não é preciso entender o que se passa lá fora, porque tudo passa a acontecer dentro de nós”. (P.Coelho)