domingo, 22 de março de 2009

Crianças...


Há alguns anos, quando o meu marido regressava a casa de uma das suas viagens, eram já 2 da madrugada. Estava um temporal terrível com relâmpagos, trovões, chuva torrencial que fustigava furiosamente os vidros das janelas.
Quando o meu marido entrou no quarto, viu que os nossos dois filhos dormiam comigo por terem medo da trovoada.
Ele, para não nos acordar e, dado o avançado da hora, resignou-se a ir dormir no quarto deles.
No dia seguinte, depois de passar o entusiasmo da chegada do pai, ele, muito sério falou com os filhos sobre o acontecimento da véspera:
- "Eu percebo que tenham medo da trovoada e que procurem conforto junto da vossa mãe e dormiram com ela, tudo bem... mas quando eu estiver para chegar, por favor, durmam no vosso quarto, porque venho muito cansado da viagem e eu não consigo dormir nas vossas camas."
Semanas depois, estava o meu marido para chegar de outra viagem, decidimos fazer-lhe uma surpresa e fomos esperá-lo ao aeroporto.
Como estavam vários voos atrasados, havia imensa gente à espera no terminal.
Quando ele apareceu no vestíbulo, o meu filho mais velho viu-o e começou a gritar e a correr na direcção do pai:
"- Olá papá, eu tenho óptimas notícias - gritava ele em plenos pulmões todo excitado. O pai acenou-lhe sorrindo e gritou de volta: - "Que boas noticias?" Ele então, entusiasmado, gritou ainda mais alto: - "Ninguém dormiu com a mamã desta vez, enquanto estiveste fora!"
O silêncio que se fez na gare, foi brutal...

2 comentários:

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga, linmdo esta passagem em sua vida, seu Amado esposo, passou por muitas e boas, e os malandrecos de seus filhos, jovens, na altura, todos contentes deram essa notícia ao pai logo à chegada no aeroporto, sem dúvida uma óptima not´cia, pois ele certamente viria cansado da viagem e com saudades de dormir com a esposa.

Um episódio bem à Portuguesa.

Hoje certamente isso não acontecerá com os filhos, mas talvez aconteça quando tiver o seu nétinho em casa dormindo na vossa cama.

Adorei a crónica

Um abraço amigo

O Espírito do Tai Chi disse...

Cara amiga Irene,

Episódio 5*. Estou a imaginar a vossa cara...

Beijinhos,

António Serra